31discutir <strong>de</strong> que maneira é possível relacionar a música à emancipação humana.Dessa forma, com base na análise dos estudos críticos sobre a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, abor<strong>da</strong>sea temática <strong>da</strong> formação humana pela educação musical.No artigo intitulado A Escola, este mundo estranho, RAMOS-DE-OLIVEIRAafirma que “Com tamanhos obstáculos, a escola acaba sendo se<strong>de</strong> reforçadora domal-pensar e <strong>da</strong> semicultura que impregnam o ar <strong>de</strong>sta socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em que aindústria cultural inva<strong>de</strong> casas, praças e cérebros. Os hábitos do mal-pensar seconstroem em torno <strong>da</strong> alienação” (In: PUCCI, 1994, p. 134) no entanto, <strong>de</strong>seja-sepensar em uma escola que se preocupe com o presente e não somente com o futurodo estu<strong>da</strong>nte, pois o objetivo principal <strong>de</strong> se inserir a educação musical na escolanão é, essencialmente, formar gran<strong>de</strong>s instrumentistas ou músicos profissionais.Despertar nas crianças o prazer pela música, vivenciando momentos queproporcionem experiências musicais significativas é o que educadores musicaispo<strong>de</strong>m ter como principal objetivo <strong>de</strong> seu trabalho. É preciso preparar para o futurosim, admite-se que é na escola que se forma o aluno para a vi<strong>da</strong> adulta, para a vi<strong>da</strong>profissional, esta é a função mais evi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> escola, como analisa Souza (1995,p. 30)Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fun<strong>da</strong>mental afirmam que afunção social <strong>da</strong> escola fun<strong>da</strong>mental é a formação para o exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.Partindo <strong>de</strong>ssa premissa, o documento <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que qualquer governo que preten<strong>da</strong>garantir <strong>de</strong> fato as liber<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>mocráticas, constituir bases sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong>direito e corrigir distorções gritantes, tem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> universalizar o ensinobásico, público, gratuito, leigo e obrigatório para todos, especialmente para a gran<strong>de</strong>massa <strong>da</strong>s periferias urbanas e <strong>da</strong>s zonas rurais.Contudo, a escola <strong>de</strong>posita no futuro do estu<strong>da</strong>nte a esperança do bomresultado <strong>de</strong> seu trabalho: a aprovação no vestibular, a boa escolha profissional, umbom ci<strong>da</strong>dão; o ensino vai se tornando enfadonho em função do amanhã.Percebe-se que nesse emaranhado <strong>de</strong> idéias e bombar<strong>de</strong>io <strong>de</strong> conteúdos —muitas vezes <strong>de</strong>snecessários — em que a escola propõe aos alunos, transforma-osem apenas projetos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. É preciso pensar que as crianças são vi<strong>da</strong> e nãoapenas um plano <strong>de</strong>la, pois se a escola assumir apenas a função <strong>de</strong> formar o jovempara um futuro promissor, ela arrisca-se em se tornar um fardo pesado a sercarregado, para que se alcance o objetivo <strong>de</strong>sejado.
32Esse tempo po<strong>de</strong>ria ser aproveitado pela escola <strong>de</strong> tal forma que o alunopu<strong>de</strong>sse viver intensamente o presente: “Daí <strong>de</strong>corre a outra função <strong>da</strong> escola,representa para mim uma <strong>da</strong>s vias essenciais para a sua renovação [...] é precisoque a escola tenha por tarefa vivificar o presente <strong>de</strong>sses jovens, e fortalecê-losneste presente”. (SNYDERS, 1999, p. 13)Dessa forma, assim como a escola, a educação musical admite suas funções,cita<strong>da</strong>s anteriormente, em outras palavras: formar para o futuro vivificando opresente.Inserir a educação musical na escola é proporcionar aos alunos mais umaexperiência formativa, a qual <strong>de</strong>ve objetivar o enriquecimento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> presente dosalunos para, então, formar adultos felizes. Assim, ain<strong>da</strong> que muitos dos alunos nãose tornem cantores ou músicos profissionais, uma educação nas artes po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r atodos a realizarem seus sonhos. Tratando-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s maisgerais <strong>da</strong>s crianças, e principalmente a <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e a <strong>de</strong> imaginar, as artes <strong>de</strong>vemser tão importantes na educação dos alunos quanto as disciplinas mais básicas.E, quanto à prática pe<strong>da</strong>gógica do professor para que a educação possa seruma experiência formativa para o tempo presente e para o porvir, ela <strong>de</strong>ve propiciaruma alegria que seja vivi<strong>da</strong> no presente, na qual os esforços dos alunos não setornem em amarguras, mas que eles sejam estimulados e recompensados a ca<strong>da</strong>dia. “A arte incorpora algo como liber<strong>da</strong><strong>de</strong> no seio <strong>da</strong> não liber<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] Eis suaalegria e também, sem dúvi<strong>da</strong>, sua serie<strong>da</strong><strong>de</strong> ao modificar a consciência existente”.(ADORNO, 2001, p. 11). Dessa forma, ca<strong>da</strong> aula se torna um prazer, ca<strong>da</strong> conquistauma vitória e ca<strong>da</strong> novo aprendizado um momento <strong>de</strong> alegria.Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar o fato <strong>de</strong> que o educador musical está inserido noambiente capitalista, no qual nem mesmo as artes estão alheias às influências <strong>da</strong>indústria cultural, a formação por meio <strong>da</strong>s artes, inclusive <strong>da</strong> música tem sidodissimula<strong>da</strong>, pois, as artes estão sendo submeti<strong>da</strong>s a uma nova servidão: as regrasdo mercado capitalista e a i<strong>de</strong>ologia <strong>da</strong> indústria cultural, basea<strong>da</strong> na idéia e naprática do consumo <strong>de</strong> “produtos culturais” fabricados em série.Cantores e ban<strong>da</strong>s têm o objetivo <strong>de</strong> produzir música para ven<strong>de</strong>r, são asrelações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e saber que se manifestam nesta cultura e o que antes era usadopara expressão diferencia<strong>da</strong>, agora, aten<strong>de</strong> às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um padrão musical
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