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Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...

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25Nessa retrospectiva histórica, observou-se que o argumento, aparentemente<strong>de</strong>salentador utilizado por Adorno, para iniciar o texto Teoria <strong>da</strong> Semiculturaanalisado por Zuin (1999, p. 117), confirma-se também nesse contexto: “As reformaspe<strong>da</strong>gógicas por si só são insuficientes para a transformação radical do processo <strong>de</strong>difusão <strong>da</strong> semicultura (...) Enquanto não se modificarem as condições objetivas,haverá um hiato entre as pretensões <strong>da</strong>s propostas educacionais reformistas e suasreais objetivações”. Por isso, esta busca <strong>da</strong> temporali<strong>da</strong><strong>de</strong> do objeto do estudo,aju<strong>da</strong> a enten<strong>de</strong>r que a dicotomia entre teoria e prática na educação musicalbanaliza as reformas pe<strong>da</strong>gógicas e as tornam insuficientes.Atualmente, o discurso presente nas propostas educacionais elabora<strong>da</strong>s pelogoverno brasileiro, choca-se com a presença dos mecanismos comerciais aos quaisa música tem se submetido, assim sendo a teoria distancia-se <strong>da</strong> práticaeducacional que acontece <strong>de</strong>ntro e fora <strong>da</strong> sala <strong>de</strong> aula:Os processos educacionais não se restringem ao necessário momento <strong>da</strong> instrução,mas que certamente o transcen<strong>de</strong>m. Este tipo <strong>de</strong> raciocínio nos leva a inferir que aesfera do educativo não se <strong>de</strong>limita às instituições <strong>de</strong> ensino, ampliando apercepção a ponto <strong>de</strong> investigarmos a forma como a mercantilização dos produtossimbólicos <strong>de</strong>termina novos processos educativos fora ou <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s escolas.(ZUIN, 1999, p. 118)O avanço <strong>da</strong>s forças produtivas do capitalismo transnacional que se faz napadronização do comportamento; nas atitu<strong>de</strong>s conformistas regi<strong>da</strong>s pela hegemonia<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo; na per<strong>da</strong> <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>; na semiformação; na pseudoindividualização,estão inseri<strong>da</strong>s na esfera educativa, conseqüentemente, não hácomo ignorar sua influência nas práticas pe<strong>da</strong>gógicas <strong>da</strong> educação musical.Debruçar-se sobre essas relações <strong>de</strong> forças é o caminho para se integrar a teoria àprática educacional, já que esta não está aquém <strong>de</strong>sse “avanço”.A música, como as outras artes, tem sido submeti<strong>da</strong> às regrasmercadológicas, tornando-se produto cultural <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em que o valor <strong>de</strong>consumo sobressai ao valor puramente artístico. A crise que assola a área artísticatem levado à <strong>de</strong>cadência do gosto, e as crianças são educa<strong>da</strong>s com padrõesmusicais medíocres. A educação musical, conseqüentemente, inseri<strong>da</strong> nessasrelações <strong>de</strong> consumo, sofre gran<strong>de</strong> influência. Tais relações serão abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s maisespecificamente no segundo capítulo.

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