23retratam os diversos âmbitos <strong>de</strong>sse fazer educacional na escola brasileira. Citam-se,dois exemplos: primeiramente a pesquisa intitula<strong>da</strong> “O Ensino <strong>de</strong> Música na Escola<strong>de</strong> Ensino Fun<strong>da</strong>mental” 4 a qual conclui queEmbora nos meios científicos e acadêmicos a música seja reconheci<strong>da</strong>, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>isso não ocorre. O que encontramos nas escolas são práticas isola<strong>da</strong>s, bastantevariáveis e irregulares. Em algumas poucas escolas há professor e carga horáriaespecíficos para música; em outras, só há o ensino <strong>da</strong> música na educação infantil(mesmo assim como função recreativa); em outras a escola resume a formar eensaiar uma ban<strong>da</strong> ou um coral, porém, tais práticas envolvem apenas algunsalunos, <strong>de</strong>ixando a maioria excluí<strong>da</strong>. Apesar <strong>de</strong> existir um consenso entre aprodução científica, as educadoras musicais e professora <strong>de</strong> ensino fun<strong>da</strong>mentalsobre a importância <strong>da</strong> música na educação <strong>da</strong> criança e do jovem, como mostrou apesquisa, sua implementação na escola, quando ocorre, está muito distante <strong>de</strong> seuver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro significado, priorizando, (...) aspectos disciplinares e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s festivas.(LOUREIRO, 2003, p. 216)Cita-se também a pesquisa intitula<strong>da</strong> “A Música na Vi<strong>da</strong> Escolar <strong>da</strong> Criança” 5 ,a qual procurou reconhecer a presença <strong>da</strong> música na escola e perceber qual aimportância <strong>da</strong><strong>da</strong> à educação musical. Na fala <strong>de</strong> diretores dos Centros <strong>de</strong>Educação Infantil, <strong>de</strong> Guarapuava, no Paraná, on<strong>de</strong> a pesquisa foi realiza<strong>da</strong>, revelaseuma certa valorização <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> música na escola, contudo o discurso nãocondiz com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> observa<strong>da</strong>. Os <strong>da</strong>dos coletados apresentam as condiçõesem que a educação musical chega até essas escolas e o grau <strong>de</strong> envolvimento <strong>da</strong>sprofessoras com o processo <strong>de</strong> educação musical. Observa-se queCerca <strong>de</strong> 80% <strong>da</strong>s escolas não têm aulas específicas <strong>de</strong> música em seusprogramas, sendo assim os professores <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> sala são responsáveis pelas aulas<strong>de</strong> música; apenas 10% <strong>da</strong>s escolas possuem uma sala específica para aulas <strong>de</strong>música. Na maioria <strong>da</strong>s escolas on<strong>de</strong> a educação musical recebe maior importânciaas aulas são realiza<strong>da</strong>s na própria sala <strong>de</strong> aula; nenhuma <strong>da</strong>s escolas possuiprofessores com capacitação específica para ensinar música; cerca <strong>de</strong> 50% dosdiretores afirmaram oferecer cursos <strong>de</strong> capacitação para seus professores nestaárea; Cerca <strong>de</strong> 30% <strong>da</strong>s professoras possuem curso superior, 40% está cursandouma facul<strong>da</strong><strong>de</strong> e outros 30% estão no ensino médio ou já terminaram; 100% <strong>da</strong>sentrevista<strong>da</strong>s respon<strong>de</strong>ram que a música está presente em suas aulas; apenas 30%disseram terem realizado algum curso específico <strong>de</strong> música. (CUNHA, 2003, p. 35)4A autora Alicia Maria Almei<strong>da</strong> Loureiro relata nesse livro, sua pesquisa realiza<strong>da</strong> com os professores queparticiparam do Projeto Música na Escola, <strong>de</strong>senvolvido pela Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Minas Gerais,1997.5Pesquisa realiza<strong>da</strong> por <strong>Daiane</strong> S. <strong>Stoeberl</strong> <strong>da</strong> <strong>Cunha</strong>, em 2003, com <strong>de</strong>z escolas <strong>de</strong> educação Infantil domunicípio <strong>de</strong> Guarapuava no Paraná, entre elas, quatro públicas e seis particulares.
24Em todo o Brasil, a triste situação educacional apresenta-se similar, contudoatitu<strong>de</strong>s transformadoras acontecem lentamente, ca<strong>da</strong> atitu<strong>de</strong>, mesmo que isola<strong>da</strong>,contribui para que novas iniciativas sejam toma<strong>da</strong>s, portanto, são ações <strong>de</strong> caráterpolítico e também pe<strong>da</strong>gógico.As ações em prol <strong>de</strong> uma educação musical que objetivem a formação maishumana, mais crítica e atuante, não po<strong>de</strong>m distinguir-se como política somente, oupe<strong>da</strong>gógica somente, elas <strong>de</strong>vem abranger os planejamentos curriculares emâmbitos maiores e também os planos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em ca<strong>da</strong> sala <strong>de</strong> aula: as leis, osprojetos governamentais, os referenciais e parâmetros, a formação do professor, osrecursos materiais, o espaço e, também, a prática docente e discente, a relaçãoprofessor-aluno, o acompanhamento pe<strong>da</strong>gógico, etc. Isso tudo faz parte doprocesso formativo no qual o aluno é inserido.O encaminhamento <strong>da</strong>do em ca<strong>da</strong> um dos aspectos do processo formativo éo que mais difere entre ca<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> educativa e é o que <strong>de</strong>termina o tipo <strong>de</strong>formação que se oferece ao educando. Dessa forma, po<strong>de</strong>-se dizer que a práticaeducativa, em seus inúmeros aspectos, caracteriza-se como formação reprodutivaou emancipatória.O que se quer focalizar aqui, <strong>de</strong>ntre todos os aspectos político-pe<strong>da</strong>gógicosvistos neste breve histórico, é a prática docente. Viu-se que, na história <strong>da</strong> educaçãomusical do Brasil, algumas iniciativas abrangeram a formação docente, contudo, elasempre esteve relega<strong>da</strong> a segundo plano. A prática docente vem <strong>de</strong>terminar aquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> educação e, para que haja bons educadores, é necessário investir-sena formação docente, <strong>de</strong> tal forma que, mesmo em condições <strong>de</strong>sfavoráveis àeducação musical emancipatória, o professor seja capaz <strong>de</strong> intervir na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> eformar pessoas críticas e conscientes. Como observa Paz (2000, p. 11):... as mu<strong>da</strong>nças na pe<strong>da</strong>gogia musical eclodiram rapi<strong>da</strong>mente, implicando o repensare a revisão <strong>de</strong> to<strong>da</strong> uma prática musical até então <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>. Não é possívelreformular a prática musical sem conhecer bem as novas <strong>de</strong>scobertas e aquisições.Em música, po<strong>de</strong>ríamos dizer que não há reformulação sem uma gran<strong>de</strong> vivência eexperiência do novo, sem um sério questionamento <strong>da</strong>s idéias. Infelizmente, não é oque vem acontecendo por aí: basta observar-se os currículos dos cursos <strong>de</strong> músicapara se verificar o <strong>de</strong>scompasso em que as coisas se dão.
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