11No Brasil, um dos métodos que mais se popularizou foi o método <strong>de</strong>Dalcroze 3 juntamente com algumas idéias do psicope<strong>da</strong>gogo musical Edgar Willems,que encontraram receptivi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos professores Liddy Chiaffarelli Mignone, JoãoGomes Júnior e Sá Pereira; também o método do pe<strong>da</strong>gogo alemão Carl Orff,contribui muito para a assimilação e solidificação do ensino musical, enriquecendoas aquisições anteriores com a introdução <strong>da</strong> linguagem como geradora <strong>de</strong> ritmos,popularizando-se, assim, no Brasil, principalmente no Rio <strong>de</strong> Janeiro.O ensino <strong>da</strong> música evoluiu no mesmo sentido <strong>da</strong>s teorias pe<strong>da</strong>gógicas e oaluno não mais foi visto como o receptor <strong>de</strong> conteúdo como nos antigosconservatórios, bem como a música tampouco ficou restrita à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lúdica. Comisso, recuperou-se a educação musical <strong>da</strong>s crianças, por meio <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>experiência. Na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do século XX, <strong>de</strong> acordo com Mársico (1982, p.17), passou a predominar o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> que um estudo do <strong>de</strong>senvolvimentomusical envolve necessariamente a observação <strong>da</strong>s reações do ser humano aoprimeiro contato com a música, o estudo <strong>da</strong> forma pela qual a música consegueintegrar-se ao seu ser íntimo e adquirir a significação para sua vi<strong>da</strong> pessoal, assimcomo a observação <strong>da</strong>s etapas por que passa o processo <strong>de</strong> aquisição doconhecimento musical e a caracterização dos modos pelos quais o ser humanoparticipa <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana.O percurso <strong>de</strong> significação <strong>da</strong> Educação Musical na escola brasileira é umcenário histórico, que mostra que no Brasil a educação permaneceu sempre noâmbito <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças legislativas e <strong>da</strong>s tendências pe<strong>da</strong>gógicas, nas quais sefun<strong>da</strong>mentou, vinculando-se principalmente, e em tempos diferentes, aotradicionalismo, ao nacionalismo, ao laissez-faire, aos movimentos <strong>de</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, àtentativa <strong>de</strong> interdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong> com outras áreas artísticas.Tracemos uma caminha<strong>da</strong> – ou melhor, uma corri<strong>da</strong> – reconstruindo as marcasrecentes que a chama<strong>da</strong> ‘educação musical’ veio nos <strong>de</strong>ixando: partimos <strong>da</strong>stradicionais ‘aulas’ <strong>de</strong> música (solfejo e ditado rítmico/melódico), nacionalizamo-nos3 Emile Jaques-Dalcroze compreendia que faltava aos estu<strong>da</strong>ntes a coor<strong>de</strong>nação entre olhos, ouvidos, mente ecorpo necessária para apren<strong>de</strong>r o repertório musical - e principalmente para tocar bem. A Euritmia <strong>de</strong> Dalcrozesignifica literalmente “bom ritmo” (<strong>de</strong> eu = bom, rhythm = fluxo, rio ou movimento) e estu<strong>da</strong> todos os elementos<strong>da</strong> música através do movimento, partindo <strong>de</strong> três pressupostos básicos: Todos os elementos <strong>da</strong> música po<strong>de</strong>mser experimentados (vivenciados) através do movimento; todo som musical começa com um movimento -portanto o corpo, que faz os sons, é o primeiro instrumento musical a ser treinado; há um gesto para ca<strong>da</strong>som, e um som para ca<strong>da</strong> gesto. Ca<strong>da</strong> um dos elementos musicais - acentuação, fraseado, dinâmica, pulso,an<strong>da</strong>mento, métrica - po<strong>de</strong> ser estu<strong>da</strong>do através do movimento.
12no canto orfeônico (eufemismos sonoros distribuídos em canções folclóricas. Hinose cantigas <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>) abrigamo-nos na ‘sensibilização musical’ (iniciação, reiniciação,musicalização e infindável experimentação <strong>de</strong> sons com sucata), pulverizamo-nosna ‘educação artística’ (<strong>de</strong>senhar o som, sonorizar a estória, musicar o poema) e,quase que inevitavelmente, num <strong>de</strong>terminado momento, tínhamos que nosenfrentar, buscando i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. (TOURINHO, 1998, p. 170).Na história <strong>da</strong> educação musical brasileira, as lutas e as negociaçõesestabeleci<strong>da</strong>s entre as teorias do ensino <strong>de</strong> música e as políticas governamentaisforam <strong>de</strong>terminantes <strong>da</strong>s práticas educacionais realiza<strong>da</strong>s. “No Brasil, a educaçãomusical passou por uma trajetória lenta e reformista, abrangendo as mais diversasconcepções referentes ao ensino <strong>da</strong> música”. (MATEIRO, 2005, [s.p.]) A influência<strong>da</strong>s Leis Fe<strong>de</strong>rais e Estaduais foi <strong>de</strong>terminante para o estabelecimento <strong>da</strong>s práticas<strong>de</strong> educação musical que hoje se realizam. Nos estudos <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Teoria Crítica,afirma-se que a presença do Estado não seria dispensa<strong>da</strong> por nenhuma economiamo<strong>de</strong>rna e que sua intervenção juntamente com a transformação <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong>técnica, em forças produtivas e i<strong>de</strong>ologia, alteram as formas <strong>de</strong> legitimação dopo<strong>de</strong>r, as quais são assimila<strong>da</strong>s pela socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em nome <strong>da</strong> competência pela qualé geri<strong>da</strong> e na<strong>da</strong> precisa ser explicado.Esse po<strong>de</strong>r legitimador do Estado, po<strong>de</strong> ser notado em ca<strong>da</strong> acontecimentona história <strong>da</strong> educação musical no Brasil, quando o acontecer e o não acontecer é<strong>de</strong>terminado por esse po<strong>de</strong>r. Por exemplo, o que ocorreu durante os anos 30,quando a política educacional autoritária <strong>de</strong> Getúlio Vargas e seu projeto <strong>de</strong>nacionalização introduzem a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> do ensino <strong>de</strong> música nas escolasprimárias e secundárias. Além <strong>de</strong> influenciar a padronização <strong>de</strong> programas eorientações metodológicas, que passam a ser ditados pelo antigo Ministério <strong>da</strong>Educação e Saú<strong>de</strong> e inspecionados pelo governo, a reforma, a partir do Decreto nº18.890, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1932, levou a música nas escolas para muito além <strong>de</strong> suasfunções estéticas e pe<strong>da</strong>gógicas, por meio <strong>de</strong> uma política educacional nacionalistae autoritária que utilizou a música para <strong>de</strong>senvolver a "coletivi<strong>da</strong><strong>de</strong>", a "disciplina" eo "patriotismo". (LOUREIRO, 2003, p. 56)Esse momento <strong>de</strong> transformação foi li<strong>de</strong>rado por nosso músico, compositor eprofessor, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) o qual como tradicionalista e preocupadocom a elevação artístico-musical do povo brasileiro, acreditava que pela
- Page 1 and 2: DAIANE SOLANGE STOEBERL DA CUNHAEDU
- Page 3 and 4: Dedico este trabalho a minha filhaF
- Page 5 and 6: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 7: ABSTRACTThis work has the objective
- Page 11 and 12: 4faz presente na vida escolar do al
- Page 13 and 14: 6necessário questionar qual o pape
- Page 15 and 16: 8historicamente, sendo refletido no
- Page 17: 10etapas de desenvolvimento cogniti
- Page 23: 16associado ao governo autoritário
- Page 26 and 27: 19... e suas modificações foram c
- Page 28: 21orientações gerais para o profe
- Page 31 and 32: 24Em todo o Brasil, a triste situa
- Page 33 and 34: 26Não há como ignorar a dissimula
- Page 35 and 36: CAPÍTULO IIA EDUCAÇÃO MUSICAL NA
- Page 37 and 38: 30Pode-se entender essa intensa inq
- Page 39 and 40: 32Esse tempo poderia ser aproveitad
- Page 41 and 42: 34Acontece uma falsa democratizaç
- Page 43 and 44: 36A tecnificação do mundo e a rep
- Page 45 and 46: 38à mera vivência por força da l
- Page 47 and 48: 40e, de forma massiva, tem conquist
- Page 49 and 50: 42As dimensões dos prejuízos de h
- Page 51 and 52: 44Partindo, portanto, da compreens
- Page 53 and 54: 46docente para uma educação music
- Page 55 and 56: 48UFV, Universidade de Campinas - U
- Page 57 and 58: 50da escola, contribuindo, negativa
- Page 59 and 60: 52ouvinte e o leva a ter uma tendê
- Page 61 and 62: 54se tem? A Proposta Pedagógica pr
- Page 63 and 64: 56criticamente a Educação em proc
- Page 65 and 66: 58atividades de estágio curricular
- Page 67 and 68: 60formados criticamente e se tornar
- Page 69 and 70:
623.2 A EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA C
- Page 71 and 72:
64... propensão de uma práxis ped
- Page 73 and 74:
66A dialética adorniana remete o f
- Page 75 and 76:
68privilégio de todos. Essa liberd
- Page 77 and 78:
70A educação crítica, portanto,
- Page 79 and 80:
72ambiente escolar favorável à au
- Page 81 and 82:
74De forma mecânica e estereotipad
- Page 83 and 84:
76músicas que se tornam objeto de
- Page 85 and 86:
78c) Desenvolvimento da consciênci
- Page 87 and 88:
80De acordo com Howard (1984), auto
- Page 89 and 90:
82musical e esclarecimento sobre a
- Page 91 and 92:
84ensino de música em todas as esc
- Page 93 and 94:
86educativa musical que se consider
- Page 95 and 96:
88ou ainda ao ouvir a rádio de suc
- Page 97 and 98:
90suas relações, inclusive em rel
- Page 99 and 100:
92DEL BEM, L; HENTSCHKE, L; MATEIRO
- Page 101 and 102:
94SWANWICK, K. Ensinando Música Mu
- Page 103 and 104:
96Para isso, o Departamento de Peda
- Page 105 and 106:
98conseqüência da primeira) e o s
- Page 107 and 108:
1002) A apropriação (...) de todo
- Page 109 and 110:
as disciplinas de conhecimentos esp
- Page 111 and 112:
104• compromisso com a ética de
- Page 113 and 114:
106Centro de Ciências Humanas, Let
- Page 115 and 116:
METODOLOGIA DO ENSINO DE LÍNGUA PO
- Page 117 and 118:
1100719 DEPED Fundamentos de Superv
- Page 119 and 120:
112educação infantil no Brasil. M