Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...
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97A partir de 1996, com o reconhecimento da UNICENTRO, foi implantada a novaproposta curricular, que privilegiava a formação do pedagogo para atuar no magistério dasséries iniciais reforçada pela LDBEN nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, além depropor novas habilitações na área de Supervisão Escolar e de Educação Infantil. Esta últimaveio suprir a formação de profissionais, que, até então, era realizada em Estudos Adicionais.Vale ressaltar que esta proposta curricular sofreu novas reformulações em 1999,com alterações de nomenclaturas, de algumas disciplinas já constantes na grade, paraatender a própria LDBEN, como também inserção de novas disciplinas. Ademais,contribuíram para essa mudança, as sugestões dos Membros do Conselho Estadual deEducação do Paraná, apresentadas por ocasião da visita para aprovação de extensões docurso de Pedagogia, nos municípios de Laranjeiras do Sul e de Pitanga. Também,contribuíram para isso, as discussões havidas em âmbito mundial em especial, aConferência de Jomtien (Tailândia), em 1990, que enfocava políticas de educação paratodos, o que levou o curso de Pedagogia a buscar uma articulação entre as necessidadeslocais e o contexto mundial.A partir do ano de 2000, propôs-se a habilitação em Educação Inclusiva a fim deformar profissionais para a chamada Educação Especial. Foi atendida uma importantedemanda social e aberto um novo mercado para o pedagogo. De forma ampliada emelhorada, a habilitação em Educação Inclusiva substitui a formação, que até então erapossível através dos chamados Estudos Adicionais.Cabe destacar que, na atualidade, a flexibilização no mercado de trabalho exige umacerta versatilidade na atuação profissional. Tal contexto proporcionou condições para odebate entre a formação do pedagogo generalista ou especialista, desencadeando umaproposta de reformulação que não privilegia uma única formação, embora tenhapermanecido as habilitações. Isso se justifica pelo fato de que o(a) acadêmico(a), apesar deoptar por uma determinada habilitação, tem acesso a uma série de conhecimentos de outrasáreas 2 .Além disso, no aguardo das Diretrizes Curriculares específicas para os cursos dePedagogia, a opção pela docência, como eixo na formação do pedagogo, sempre foi umapreocupação com o profissional de educação que se queria formar. Contudo, na presenteproposta, essa formação não se restringe apenas ao aspecto técnico-pedagógico do espaçoda sala de aula como reprodução do conhecimento, e sim, compreende esse espaço comoa própria organização do trabalho pedagógico.Por outro lado, mais do que atender às demandas regionais de qualificação doprofissional da educação direcionadas para os concursos públicos e os testes seletivos,manteve-se a permanência das habi1itações, por entender que, a formação do educador éum processo, o qual não se produz apenas em função de uma tendência educacional, massim, resulta na busca de uma formação inicial e continuada. Vale ressaltar, que desde osanos de 1980, a antiga FAFIG já investia na formação inicial através dos cursos degraduação, como também na formação continuada através dos cursos de Pós-Graduação(lato sensu) em diferentes áreas da educação.Desse modo, a discussão entre a formação inicial e continuada, tambémcontemplada na Proposta Curricular para 2004, possibilita, além da qualificação profissionalpara o magistério das séries iniciais e habilitação em uma das cinco áreas, a formaçãocontinuada através do reingresso de pedagogos e pedagogas para cursar uma novahabilitação.Aos argumentos anteriormente apresentados, somem-se o processo dediversificação das atividades pedagógicas, a ampliação do conceito de educação (como2Na parte comum do currículo (independente da habilitação) os(as) acadêmicos(as) têm acesso aosconhecimentos das diferentes modalidades de ensino e da organização do trabalho escolar a partirdas seguintes disciplinas: Estágio I, II (especialmente oportunizando o contato com as diversasmodalidades de ensino) e III; Trabalho e Educação; Tópicos Especiais e Modalidades de Ensino;Educação de Jovens e Adultos; e, Gestão Escolar.
98conseqüência da primeira) e o surgimento de novos sujeitos e espaços educativos, os quaissolicitam uma visão plural de educação, a partir de uma abordagem interativa. O Curso dePedagogia ofertado pela UNICENTRO, no campus de Guarapuava e campi avançados deChopinzinho, Laranjeiras do Sul e Pitanga, atende estudantes das regiões Centro-Oeste eCentro-Sul do Paraná, com ou sem experiência docente nos diversos níveis de ensino.Finalmente, vale mencionar que “Pedagogia e Compromisso Político” foi o tema daXI Semana de Pedagogia, da UNICENTRO, campus de Guarapuava em 2003,aprofundando as discussões que vinham ocorrendo nos grupos de Fundamentos daEducação, de Didática e Prática de Ensino, e Habilitações. Portanto, como resultados dosestudos e discussões surgiu a proposta em apreço para o curso de Pedagogia em nossocampus.No que diz respeito à fundamentação teórica, buscou-se na literatura atual,pressupostos que atendam às expectativas nesse período de transição que a Educaçãoestá enfrentando, em especial, em relação ao curso de Pedagogia.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICASegundo FULLAT (1994), o campo da Educação é marcado pela imprecisãosemântica, o que caracteriza as humanidades de forma geral. Talvez o termo“competências” seja o que mais suscita discussões entre pedagogos e outros profissionaisque se ocupam da pesquisa e da crítica em Educação. ROPÉ e TANGUY (1997), aopesquisarem o uso da noção de competências na escola e na empresa, afirmam que essanoção “tende a substituir outras noções que prevaleciam anteriormente como as dossaberes e conhecimentos na esfera educativa, ou a de qualificação na esfera do trabalho.Essas noções nem por isso desapareceram, mas perderam sua posição central e,associadas a competências, sugerem outras conotações.” (p. 16) Essas pesquisadorasevocam NISBET, para quem “as palavras são testemunhos muitas vezes mais bemcompreendidos do que os documentos, comportam múltiplas implicações e estãoassociadas a escolhas partidárias”. (NISBET apud ROPÉ e TANGUY, 1997, p. 17) Assim,um posicionamento sobre o termo-chave dos objetivos educacionais formalizados pelaquase totalidade das instituições educadoras de todos os níveis – no mais das vezes soborientação de instâncias mantenedoras e seguindo referencial teórico atual e propalado –não deve ter como critério apenas a conveniência semântica, mas a intenção política(partidária) que esse mesmo termo contém e estimula.Sabe-se que na Europa programas oficiais de ensino sofrem demasiada influência deobjetivos econômicos e privilegiam o desenvolvimento da competência-competitividade.“Priorizam as teorias do capital humano, sob formas diversas, em que a busca da eficáciaeconômica ou, mais precisamente, da produtividade, encontra-se sempre no cerne doquestionamento e em que as competências são fator privilegiado de competitividade”,comentam ROPÉ e TANGUY. Afirmando que “a noção de competência contribui paramodelar uma realidade social enquanto pretende justificá-la”, as autoras lembram que apartir da década de 70 “as preocupações de emprego se encontram localizadas no centrodo sistema educativo”, e que “a escola progressivamente se aproximou do mundo dasempresas por meio de cooperações de todos os tipos, e também por revisões na maneira depensar os conteúdos de ensino, organizar os modos de transmissão dos saberes e deavaliá-los”. (p. 18 – 19)As relações entre competências como capacitação a serem desenvolvidas na escolae no mercado competitivo são clareadas pelas críticas de ARRUDA e BOFF, que destacamtrês postulados do que chamam de “concepção dominante de desenvolvimento”:o de desenvolvimento como mero crescimento econômico; o da democraciacomo um conjunto de direitos apenas individuais, aos quais têm pleno acessosomente aqueles que vivem do capital, mais que da sua força de trabalho; e o daeducação como um processo seletivo e de caráter predominantemente
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98conseqüência <strong>da</strong> primeira) e o surgimento <strong>de</strong> novos sujeitos e espaços educativos, os quaissolicitam uma visão plural <strong>de</strong> educação, a partir <strong>de</strong> uma abor<strong>da</strong>gem interativa. O Curso <strong>de</strong>Pe<strong>da</strong>gogia ofertado pela UNICENTRO, no campus <strong>de</strong> Guarapuava e campi avançados <strong>de</strong>Chopinzinho, Laranjeiras do Sul e Pitanga, aten<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong>s regiões Centro-Oeste eCentro-Sul do Paraná, com ou sem experiência docente nos diversos níveis <strong>de</strong> ensino.Finalmente, vale mencionar que “Pe<strong>da</strong>gogia e Compromisso Político” foi o tema <strong>da</strong>XI Semana <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia, <strong>da</strong> UNICENTRO, campus <strong>de</strong> Guarapuava em 2003,aprofun<strong>da</strong>ndo as discussões que vinham ocorrendo nos grupos <strong>de</strong> Fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong>Educação, <strong>de</strong> Didática e Prática <strong>de</strong> Ensino, e Habilitações. Portanto, como resultados dosestudos e discussões surgiu a proposta em apreço para o curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia em nossocampus.No que diz respeito à fun<strong>da</strong>mentação teórica, buscou-se na literatura atual,pressupostos que aten<strong>da</strong>m às expectativas nesse período <strong>de</strong> transição que a Educaçãoestá enfrentando, em especial, em relação ao curso <strong>de</strong> Pe<strong>da</strong>gogia.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICASegundo FULLAT (1994), o campo <strong>da</strong> Educação é marcado pela imprecisãosemântica, o que caracteriza as humani<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma geral. Talvez o termo“competências” seja o que mais suscita discussões entre pe<strong>da</strong>gogos e outros profissionaisque se ocupam <strong>da</strong> pesquisa e <strong>da</strong> crítica em Educação. ROPÉ e TANGUY (1997), aopesquisarem o uso <strong>da</strong> noção <strong>de</strong> competências na escola e na empresa, afirmam que essanoção “ten<strong>de</strong> a substituir outras noções que prevaleciam anteriormente como as dossaberes e conhecimentos na esfera educativa, ou a <strong>de</strong> qualificação na esfera do trabalho.Essas noções nem por isso <strong>de</strong>sapareceram, mas per<strong>de</strong>ram sua posição central e,associa<strong>da</strong>s a competências, sugerem outras conotações.” (p. 16) Essas pesquisadorasevocam NISBET, para quem “as palavras são testemunhos muitas vezes mais bemcompreendidos do que os documentos, comportam múltiplas implicações e estãoassocia<strong>da</strong>s a escolhas partidárias”. (NISBET apud ROPÉ e TANGUY, 1997, p. 17) Assim,um posicionamento sobre o termo-chave dos objetivos educacionais formalizados pelaquase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s instituições educadoras <strong>de</strong> todos os níveis – no mais <strong>da</strong>s vezes soborientação <strong>de</strong> instâncias mantenedoras e seguindo referencial teórico atual e propalado –não <strong>de</strong>ve ter como critério apenas a conveniência semântica, mas a intenção política(partidária) que esse mesmo termo contém e estimula.Sabe-se que na Europa programas oficiais <strong>de</strong> ensino sofrem <strong>de</strong>masia<strong>da</strong> influência <strong>de</strong>objetivos econômicos e privilegiam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> competência-competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.“Priorizam as teorias do capital humano, sob formas diversas, em que a busca <strong>da</strong> eficáciaeconômica ou, mais precisamente, <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, encontra-se sempre no cerne doquestionamento e em que as competências são fator privilegiado <strong>de</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>”,comentam ROPÉ e TANGUY. Afirmando que “a noção <strong>de</strong> competência contribui paramo<strong>de</strong>lar uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social enquanto preten<strong>de</strong> justificá-la”, as autoras lembram que apartir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 “as preocupações <strong>de</strong> emprego se encontram localiza<strong>da</strong>s no centrodo sistema educativo”, e que “a escola progressivamente se aproximou do mundo <strong>da</strong>sempresas por meio <strong>de</strong> cooperações <strong>de</strong> todos os tipos, e também por revisões na maneira <strong>de</strong>pensar os conteúdos <strong>de</strong> ensino, organizar os modos <strong>de</strong> transmissão dos saberes e <strong>de</strong>avaliá-los”. (p. 18 – 19)As relações entre competências como capacitação a serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na escolae no mercado competitivo são clarea<strong>da</strong>s pelas críticas <strong>de</strong> ARRUDA e BOFF, que <strong>de</strong>stacamtrês postulados do que chamam <strong>de</strong> “concepção dominante <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento”:o <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento como mero crescimento econômico; o <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocraciacomo um conjunto <strong>de</strong> direitos apenas individuais, aos quais têm pleno acessosomente aqueles que vivem do capital, mais que <strong>da</strong> sua força <strong>de</strong> trabalho; e o <strong>da</strong>educação como um processo seletivo e <strong>de</strong> caráter predominantemente