Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...
Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ... Daiane Solange Stoeberl da Cunha - Programa de Pós-Graduação ...
3aversão à educação reprodutiva e um desgosto em relação à cultura de massa. Naprática da educação pela arte, o que se pretende é ultrapassar as dificuldadesimpostas pela Indústria Cultural e, através da análise e reflexão crítica dessasbarreiras que se concretizam no âmbito educacional, repensar a realidade, para que,a partir delas, surjam iniciativas válidas de ação.O estudo tem como ponto de partida, a compreensão crítica da sociedade,desenvolvida pela Teoria Crítica, tendo como foco de análise a formação docentepara educação musical, realizando-se dessa maneira uma análise sócioeducacional,tomando sempre como elemento intercessor a Indústria cultural.A temática que relaciona a educação musical com a concepção crítica deanálise da sociedade e a formação humana exige que se enunciem algumasinterrogações, tais como: de que maneira a educação musical se concretizou nahistória educacional brasileira? Que espécie de formação a educação musical tempossibilitado aos alunos, em tempos de massificação da música? De que forma épossível relacionar a educação musical à formação emancipatória?Concretizando-se num estudo que analisa a presença da música naeducação, bem como a atuação docente sobretudo na educação infantil, diante desuas possibilidades formativas e, considerando o contexto da escola, emerge aquestão que se elege como essencial: Quais os pressupostos necessários àformação do educador musical para a práxis emancipatória?Portanto, este estudo define-se por deter-se em pensar a educação musicalna escola regular, principalmente na educação infantil. Não se exclui da análise oensino de música presente nas escolas de música, no entanto, a análise se voltapara a escola regular, para a educação musical que acontece no ambiente escolar eque tem como responsável o professor unidocente 1e ainda polivalente e não oprofessor especialista em música.Como educadora musical de crianças e jovens, a autora está ligada a esseensino, dentro da escola regular e também nas escolas de música. A formação emPedagogia lhe permitiu que conhecesse e vivenciasse diferentes ambienteseducacionais. Nestes se pode perceber as diversas formas pelas quais a música se1O termo “unidocente” identifica o professor das séries iniciais, isto é, aquele que atua como único docente deuma turma é também chamado de generalista, multidisciplinador ou polivalente, pois é responsável por ensinartodos os conteúdos das diferentes disciplinas.
4faz presente na vida escolar do aluno, proporcionando o repensar da realidade daeducação musical, dentro e fora da escola. Assim foi avaliado o modo como amúsica tem se apresentado às crianças, o modo como os alunos têm sido educadosmusicalmente, em outras palavras a relação que tem se apresentado entre osalunos e o aprendizado musical. Nessa relação, está presente o professor, que seresponsabiliza pela mediação que se dá entre o aluno e a música. Portanto, aointeressar-se por esse processo, automaticamente, o olhar voltou-se para a própriaprática educacional e nessa auto-reflexão, evidenciaram-se alguns problemas quetêm sido comuns aos educadores musicais como, a própria formação destesprofissionais, a influência da indústria cultural, a elitização do conhecimento musical,a diversidade cultural brasileira, dentre outros. Diante dessa problemática,... é necessário procurar e repensar caminhos que nos ajudem a desenvolver umaeducação musical que considere o mundo contemporâneo em suas características epossibilidades culturais (...) A consciência estética de jovens e adultos é elaborada nocotidiano, nas suas vivências, daí a necessidade de propiciar, no contexto escolar,oportunidades de criação e apreciação musicais significativas (...) escuta atenta, críticae questionadora dos sons do meio ambiente, idealizando mudanças desejáveis nabusca da saúde como qualidade de vida. (BRASIL, 1998a, p 80)Ao observar o repertório musical que é disponibilizado às crianças na escola 2e, principalmente, por meio da televisão e do rádio, encontra-se uma pobrezamusical, “...todos tendem a obedecer cegamente à moda musical...“(HORKHEIMER; ADORNO, 1986, p.79). Infelizmente, a escola pouco tem sepreocupado com essa questão, agravando, cada vez mais, a desqualificação dogosto e da audição musical da sociedade, por estar permitindo um maior espaçopara a música comercial, que na sua maioria, é pouco estruturada quanto ao seuconhecimento e linguagem. Por outro lado, a música como conteúdo específico temse ausentado da escola regular, pois juntamente com as Artes Visuais, o Teatro e aDança, é uma das linguagens constituintes da disciplina denominada EducaçãoArtística ou Artes, como área a fazer parte do currículo da educação básica. Já naEducação Infantil está integrada à aprendizagem dos diversos conhecimentos aserem trabalhos com a criança.2Dados sobre a realidade da educação musical na escola, encontrados a partir de observações e questionáriosrealizados em Centros de Educação Infantil, públicos e particulares, de Guarapuava –Pr; os quais fazem parte depesquisas anteriores da mesma autora. Cito (CUNHA, 2003), monografia de graduação em Pedagogia intitulada“A música na vida escolar da Criança”.
- Page 1 and 2: DAIANE SOLANGE STOEBERL DA CUNHAEDU
- Page 3 and 4: Dedico este trabalho a minha filhaF
- Page 5 and 6: SUMÁRIORESUMO.....................
- Page 7: ABSTRACTThis work has the objective
- Page 13 and 14: 6necessário questionar qual o pape
- Page 15 and 16: 8historicamente, sendo refletido no
- Page 17 and 18: 10etapas de desenvolvimento cogniti
- Page 19 and 20: 12no canto orfeônico (eufemismos s
- Page 23: 16associado ao governo autoritário
- Page 26 and 27: 19... e suas modificações foram c
- Page 28: 21orientações gerais para o profe
- Page 31 and 32: 24Em todo o Brasil, a triste situa
- Page 33 and 34: 26Não há como ignorar a dissimula
- Page 35 and 36: CAPÍTULO IIA EDUCAÇÃO MUSICAL NA
- Page 37 and 38: 30Pode-se entender essa intensa inq
- Page 39 and 40: 32Esse tempo poderia ser aproveitad
- Page 41 and 42: 34Acontece uma falsa democratizaç
- Page 43 and 44: 36A tecnificação do mundo e a rep
- Page 45 and 46: 38à mera vivência por força da l
- Page 47 and 48: 40e, de forma massiva, tem conquist
- Page 49 and 50: 42As dimensões dos prejuízos de h
- Page 51 and 52: 44Partindo, portanto, da compreens
- Page 53 and 54: 46docente para uma educação music
- Page 55 and 56: 48UFV, Universidade de Campinas - U
- Page 57 and 58: 50da escola, contribuindo, negativa
3aversão à educação reprodutiva e um <strong>de</strong>sgosto em relação à cultura <strong>de</strong> massa. Naprática <strong>da</strong> educação pela arte, o que se preten<strong>de</strong> é ultrapassar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>simpostas pela Indústria Cultural e, através <strong>da</strong> análise e reflexão crítica <strong>de</strong>ssasbarreiras que se concretizam no âmbito educacional, repensar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, para que,a partir <strong>de</strong>las, surjam iniciativas váli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ação.O estudo tem como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>, a compreensão crítica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pela Teoria Crítica, tendo como foco <strong>de</strong> análise a formação docentepara educação musical, realizando-se <strong>de</strong>ssa maneira uma análise sócioeducacional,tomando sempre como elemento intercessor a Indústria cultural.A temática que relaciona a educação musical com a concepção crítica <strong>de</strong>análise <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e a formação humana exige que se enunciem algumasinterrogações, tais como: <strong>de</strong> que maneira a educação musical se concretizou nahistória educacional brasileira? Que espécie <strong>de</strong> formação a educação musical tempossibilitado aos alunos, em tempos <strong>de</strong> massificação <strong>da</strong> música? De que forma épossível relacionar a educação musical à formação emancipatória?Concretizando-se num estudo que analisa a presença <strong>da</strong> música naeducação, bem como a atuação docente sobretudo na educação infantil, diante <strong>de</strong>suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s formativas e, consi<strong>de</strong>rando o contexto <strong>da</strong> escola, emerge aquestão que se elege como essencial: Quais os pressupostos necessários àformação do educador musical para a práxis emancipatória?Portanto, este estudo <strong>de</strong>fine-se por <strong>de</strong>ter-se em pensar a educação musicalna escola regular, principalmente na educação infantil. Não se exclui <strong>da</strong> análise oensino <strong>de</strong> música presente nas escolas <strong>de</strong> música, no entanto, a análise se voltapara a escola regular, para a educação musical que acontece no ambiente escolar eque tem como responsável o professor unidocente 1e ain<strong>da</strong> polivalente e não oprofessor especialista em música.Como educadora musical <strong>de</strong> crianças e jovens, a autora está liga<strong>da</strong> a esseensino, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> escola regular e também nas escolas <strong>de</strong> música. A formação emPe<strong>da</strong>gogia lhe permitiu que conhecesse e vivenciasse diferentes ambienteseducacionais. Nestes se po<strong>de</strong> perceber as diversas formas pelas quais a música se1O termo “unidocente” i<strong>de</strong>ntifica o professor <strong>da</strong>s séries iniciais, isto é, aquele que atua como único docente <strong>de</strong>uma turma é também chamado <strong>de</strong> generalista, multidisciplinador ou polivalente, pois é responsável por ensinartodos os conteúdos <strong>da</strong>s diferentes disciplinas.