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LER E ESCREVER: UM OLHAR DUAL SOBRE CAETÉS, DE ...

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Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e CulturaSão Cristóvão/SE: GELIC/UFS, 03 e 04 de maio de 2012.ISSN: 2175-41287Com essas inferências identificamos que o que faltava em João Valério é aperspicácia para enfrentar as dificuldades que são impostas para se chegar a ter oacesso à literatura. Antonio Candido (1980), em Literatura e sociedade, nos diz que,a posição do escritor depende do conceito social que os gruposelaboram em relação a ele, e não corresponde necessariamente ao seupróprio. Este fator exprime o reconhecimento coletivo da suaatividade, que deste modo se justifica socialmente. Deve-se notar apropósito, que embora certos escritores tenham individualmentealcançado o pináculo da consideração em todas as épocas dacivilização ocidental, o certo é que, como grupo e função, apenas nostempos modernos ela lhe foi dispensada pela sociedade. (CANDIDO,1980, p. 75).Levando em consideração a dimensão social da literatura percebemos que elaé um forte influenciador nas questões literárias. Tomando como exemplo o próprioJoão Valério, identificamos que as dificuldades lhe são apresentadas em um ângulototalmente social.A disseminação da literatura por meio da escritaPara além das implicações sociais devemos levar em consideração que adisseminação da leitura literária é uma “peça” fundamental e uma consequênciacausada pelos próprios leitores, independente de sua condição social, pois uma vezque se lê, essa leitura pode vir a ser compartilhada. João Valério tinha essaconsciência, pois ele não queria apenas escrever um livro, queria compartilhá-lo demodo que quem lesse pudesse ter sentimentos positivos:Talvez eu pudesse também, com exígua ciência e aturado esforço,chegar um dia a alinhavar os meus caetés. Não que esperasseembasbacar os povos do futuro. Oh! Não! As minhas ambições sãomodestas. Contentava-me um triunfo caseiro e transitório, queimpressionasse Luísa, Marta Varejão, os Mendonças, EvaristoBarroca. Desejava que nas barbearias, no cinema, na farmácia Neves,no café Bacarau, dissessem: “Então já leram o romance do Valério?”(RAMOS, s.d., p. 49).

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