II ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIASOs objetivos que constam no roteiro são: diferenciar voltagem da fonte <strong>de</strong> voltagem <strong>de</strong>um trecho ou elemento do circuito, enten<strong>de</strong>r que em um circuito em série, a voltagemfornecida pela fonte é igual à soma das “quedas <strong>de</strong> voltagem” medidas em cada lâmpada. Taisobjetivos estavam, na introdução da ativida<strong>de</strong>, nas questões que orientam o roteiro e nãoforam explicitadas pelo professor.Ativida<strong>de</strong> 7- Ligando duas lâmpadas em paraleloA ativida<strong>de</strong> consiste em fazer quatro tentativas para associar duas lâmpadas e umapilha <strong>de</strong> forma que se uma das lâmpadas for <strong>de</strong>sligada a outra mantenha-se ligada; medir acorrente elétrica que chega e que sai <strong>de</strong> cada lâmpada e da fonte; medir a voltagem na fonte enos terminais <strong>de</strong> cada lâmpada.Os objetivos que constam no roteiro são: i<strong>de</strong>ntificar as condições necessárias paraassociar duas lâmpadas <strong>de</strong> forma que se uma for <strong>de</strong>sligada, a outra mantenha-se ligada, medira corrente elétrica e a voltagem em to<strong>dos</strong> os pontos do circuito, enten<strong>de</strong>r que não há consumo<strong>de</strong> corrente elétrica em um circuito em paralelo. Tais objetivos estão presentes nas questõesque orientam o roteiro e não foram explicitadas pelo professor.A análise <strong>dos</strong> objetivos escritos pelos alunos foi feita <strong>de</strong> forma padronizada e checadapor mais <strong>de</strong> um avaliador:Ativida<strong>de</strong>sI<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> 1 2 3 4 5 6 7objetivosCorretamente 15 12 7 4 3 3 7Parcialmente 2 8 13 15 15 11 11Incorretamente 4 1 1 2 2 7 4Tabela 1 – I<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> objetivos das ativida<strong>de</strong>s práticas,conforme percebi<strong>dos</strong> pelos grupos <strong>de</strong> alunosConforme po<strong>de</strong>mos perceber no gráfico, não há uma clara indicação <strong>de</strong> progressonítido na i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> objetivos das ativida<strong>de</strong>s práticas ao longo da seqüência <strong>de</strong> ensino.Deveríamos esperar que alunos da oitava série do ensino fundamental fossem capazes <strong>de</strong> lercompetentemente um texto, que não lhes exigia muito conhecimento prévio.6 <strong>de</strong> 8
II ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIASI<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> objetivos das ativida<strong>de</strong>spráticas conforme percebidas pelos grupos <strong>de</strong>alunosPercentual100%80%60%40%20%0%1 2 3 4 5 6 7Ativida<strong>de</strong>sincorretamenteparcialmentecorretamenteIV- Consi<strong>de</strong>rações finaisO <strong>de</strong>créscimo no nível <strong>de</strong> entendimento <strong>dos</strong> objetivos pelos alunos, nos surpreen<strong>de</strong>u,pois a nossa expectativa inicial era a <strong>de</strong> que houvesse uma certa progressão ao longo do<strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s. Este resultado, por um lado, nos leva a questionar aa<strong>de</strong>quação do registro escrito pelos alunos como forma <strong>de</strong> verificar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>habilida<strong>de</strong>s e competências. Pois, não temos clareza se o que eles registraram no papel foirealmente o que eles enten<strong>de</strong>ram ou apenas a execução, sem muito compromisso, <strong>de</strong> umatarefa dada pelo professor. Por outro lado, nos leva a refletir so<strong>br</strong>e as estratégias utilizadaspelos alunos para a compreensão e interpretação da leitura das ativida<strong>de</strong>s. Não po<strong>de</strong>mos sabercomo eles leram a ativida<strong>de</strong>, como foi a discussão entre o grupo, como eles chegaram aoconsenso so<strong>br</strong>e os objetivos ou como foi o envolvimento <strong>de</strong>les com a ativida<strong>de</strong>.Contudo, não po<strong>de</strong>mos esquecer que para fazermos essa análise utilizamos apenas osregistros que eles fizeram, pois ainda não começamos a fazer as análises <strong>dos</strong> outrosinstrumentos utiliza<strong>dos</strong> durante a coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Vale a pena ressaltar, que durante o<strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s, já tinha sido <strong>de</strong>tectado essa dificulda<strong>de</strong> <strong>dos</strong> alunos emrelação ao entendimento <strong>dos</strong> objetivos. Isso foi um fator que pesou em nossa <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> nãoprogredir nos níveis <strong>de</strong> investigação, pois esta progressão, ao nosso ponto <strong>de</strong> vista, somenteseria feita <strong>de</strong>pois que tivéssemos assegurado que os alunos tivessem entendido claramente osobjetivos. Entretanto, temos a expectativa <strong>de</strong> que a análise das transcrições das fitas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>oe <strong>de</strong> áudio nos permita compreen<strong>de</strong>r e interpretar o fenômeno aqui <strong>de</strong>tectado.Caso, no entanto, os <strong>de</strong>mais registros confirmem a regressão da competência parai<strong>de</strong>ntificar o objetivo da ativida<strong>de</strong> prática, <strong>de</strong>vemos buscar na análise das <strong>de</strong>mais variáveisque caracterizam o meio escolar, uma explicação para esse <strong>de</strong>sempenho inesperado.Referências BibliografiasBARBERÁ, O & VALDÉS, P. (1996. El trabajo prático en la enseñanza <strong>de</strong> las ciências: unarevisión. Enseñanza <strong>de</strong> las Ciências, 14(3), 365-379.BORGES, A. T. (1997). O papel do laboratório no ensino <strong>de</strong> Ciências. Atas do V EncontroNacional <strong>de</strong> Pesquisa em Ensino <strong>de</strong> Ciências. Águas <strong>de</strong> Lindóia, SP. 27-29 Nov./97 p.2-117 <strong>de</strong> 8