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86Ambrósio Júnior Raplicação <strong>de</strong> mitomicina C são utiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma similar a uma ablação <strong>de</strong> superfície avança<strong>da</strong> para tratamento eletivo<strong>de</strong> ametropia (correção visual a laser). Entretanto, os objetivos <strong>da</strong> ablação <strong>de</strong> superfície avança<strong>da</strong> <strong>em</strong> ambas as situaçõessão muito diferentes, b<strong>em</strong> como as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> resultado e sucesso.Na cirurgia terapêutica, o objetivo é proporcionar um estado que a visão seja possivelmente corrigi<strong>da</strong> com refraçãoesfero-cilíndrica (óculos) para o paciente. Com isso a medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> sucesso estará relaciona<strong>da</strong> com melhora <strong>da</strong> acui<strong>da</strong><strong>de</strong>visual corrigi<strong>da</strong>. Nestes casos, o objetivo refrativo é secundário. A cirurgia refrativa t<strong>em</strong> o objetivo <strong>de</strong> redução <strong>da</strong>ametropia para proporcionar visão s<strong>em</strong> correção e menor <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> óculos ou lentes <strong>de</strong> contato. Com isso, a acui<strong>da</strong><strong>de</strong>visual s<strong>em</strong> correção é a principal variável que representará a eficácia e o benefício <strong>de</strong>corrente do resultado <strong>da</strong> cirurgia.Entretanto, a comparação <strong>da</strong> acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual com correção pré e pós-operatória s<strong>em</strong>pre estará relaciona<strong>da</strong> com a segurança<strong>de</strong> qualquer cirurgia oftalmológica.Enquanto a cirurgia refrativa é essencialmente opcional, exist<strong>em</strong> situações especiais <strong>em</strong> que sua indicação t<strong>em</strong>maior necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por ex<strong>em</strong>plo, um paciente com anisometropia e intolerância ao uso <strong>de</strong> lentes <strong>de</strong> contato po<strong>de</strong> não tercorreção satisfatória com óculos e, nestes casos, pod<strong>em</strong>os consi<strong>de</strong>rar a indicação <strong>da</strong> cirurgia como terapêutica.Adicionalmente, outras situações pod<strong>em</strong> ser relaciona<strong>da</strong>s na indicação <strong>de</strong> cirurgia, como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e profissões dopaciente (ex. atletas e militares).Um caso com indicação terapêutica po<strong>de</strong>, com a evolução do tratamento inicial, tornar-se relativamente refrativo.Por ex<strong>em</strong>plo, um paciente com ceratocone é operado com implante <strong>de</strong> segmento <strong>de</strong> anel corneano, havendo acentua<strong>da</strong>melhora <strong>da</strong> acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual corrigi<strong>da</strong> com óculos para alta miopia. Nesse cenário, o implante <strong>de</strong> lente intraocularfácica para tratamento <strong>da</strong>s aberrações <strong>de</strong> baixa ord<strong>em</strong> na abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> Bioptics Terapêutico (R. Ambrósio Jr, OcularSurgery News, <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro, 2011), teria objetivo refrativo, sendo sua necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> a ser pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong>caso.Outro aspecto <strong>de</strong> capital relevância é relacionado com a confusão entre o caráter estético <strong>de</strong> cirurgias refrativaseletivas. De forma geral, to<strong>da</strong> cirurgia estética é opcional. Entretanto, a correção cirúrgica refrativa não t<strong>em</strong>, <strong>de</strong>forma alguma, cunho estético, mas sim, funcional pois um paciente com ametropia t<strong>em</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> exercersuas funções e tarefas simples do cotidiano. (8) De fato, a utilização <strong>de</strong> óculos po<strong>de</strong> ter um apelo estético e uma gran<strong>de</strong>relação com a imag<strong>em</strong> <strong>da</strong> pessoa. Por ex<strong>em</strong>plo, um paciente operado <strong>de</strong> LASIK com refração próxima a plano e acui<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>em</strong> correção <strong>de</strong> 20/20, portanto s<strong>em</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correção para melhorar acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual, v<strong>em</strong> a pedir a prescrição <strong>de</strong>óculos para usar no trabalho, uma vez que ele, como psicoanalista, sente com sua imag<strong>em</strong> melhor com os óculos.Portanto, é fun<strong>da</strong>mental a diferenciação <strong>da</strong> cirurgia refrativa com o objetivo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> correção visual e acirurgia terapêutica. Enquanto a cirurgia refrativa eletiva t<strong>em</strong> como objetivo a redução <strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> correçãovisual (óculos ou lentes <strong>de</strong> contato), a cirurgia terapêutica visa reabilitação funcional <strong>da</strong> visão, sendo o objetivorefrativo secundário. O termo eletivo também po<strong>de</strong> ser utilizado para <strong>de</strong>signar uma cirurgia s<strong>em</strong> urgência ou outrocaráter <strong>em</strong>ergencial. De forma geral, to<strong>da</strong> cirurgia que po<strong>de</strong> ser planeja<strong>da</strong> s<strong>em</strong> urgência é corretamente <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>como eletiva. Neste contexto a cirurgia terapêutica é essencialmente eletiva, salvo <strong>em</strong> casos especiais <strong>em</strong> que existaindicação <strong>de</strong> urgência - o que seria relacionado com risco <strong>de</strong> evolução com sequelas. Entretanto, a questão maisfun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> diferenciação entre a cirurgia refrativa com fins terapêuticos é relaciona<strong>da</strong> com o quadro pré-operatório,sendo a acui<strong>da</strong><strong>de</strong> visual corrigi<strong>da</strong> não a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> com óculos ou lentes <strong>de</strong> contato, o que está relacionado comelevados índices <strong>de</strong> aberrações <strong>de</strong> alta ord<strong>em</strong>. As implicações <strong>de</strong>sta distinção <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s nos pontos <strong>de</strong>vista clínico e médico-legal.Renato Ambrósio Jr.Professor Associado <strong>da</strong> Pós Graduação <strong>em</strong> Oftalmologia,Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo, (SP), Brasil;Professor Associado <strong>da</strong> Pós Graduação <strong>em</strong> Oftalmologia,Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica do Rio <strong>de</strong> Janeiro, (RJ),Brasil;Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> Cirurgia Refrativa (2012-2014).Rev Bras Oftalmol. 2013; 72 (2): 85-6

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