12.07.2015 Views

Baixe aqui a versão em PDF da RBO - Sociedade Brasileira de ...

Baixe aqui a versão em PDF da RBO - Sociedade Brasileira de ...

Baixe aqui a versão em PDF da RBO - Sociedade Brasileira de ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Efeitos <strong>de</strong> algumas drogas sobre a proliferação <strong>de</strong> fibroblastos <strong>de</strong> pterígio primário in vitro111do procedimento cirúrgico. Dano escleral <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>laminaçãoe à cauterização excessivas e ain<strong>da</strong> o efeito vasoclusão <strong>da</strong>mitomicina C e a instabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do filme lacrimal nessa área pod<strong>em</strong>predispor ao afinamento e necrose escleral <strong>de</strong>ssas áreas (11-13). Além disso, <strong>de</strong>ve-se evitar o uso <strong>de</strong> mitomicina C <strong>em</strong> pessoasidosas e <strong>em</strong> portadores <strong>de</strong> pterígios atróficos, quando as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> recorrência são pequenas. Não <strong>de</strong>ve ser <strong>em</strong>prega<strong>da</strong><strong>em</strong> olhos secos ou com alterações <strong>da</strong> superfície ocular (9) .O uso <strong>da</strong> radiação beta também t<strong>em</strong> levado a uma diminuição<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> recorrência para 5 a 33%, mas também está associa<strong>da</strong>a sérias complicações (14) . Devido a essa insatisfação com o uso<strong>da</strong> mitomicina e outras terapias adjuvantes, resolv<strong>em</strong>os pesquisaroutras drogas que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> auxiliar na diminuição <strong>da</strong> recorrênciado pterígio. Como a recorrência <strong>de</strong>sse não parece estar associa<strong>da</strong>com exposição à luz ultravioleta e sim <strong>de</strong>vido a uma acelera<strong>da</strong> proliferaçãofibroblástica, produzi<strong>da</strong> pelo trauma <strong>da</strong> operação (15) , resolv<strong>em</strong>osrealizar experimentos in vitro para verificar a inibição docrescimento dos fibroblastos <strong>de</strong> pterígio frente a algumas drogasescolhi<strong>da</strong>s. Essas drogas são utiliza<strong>da</strong>s <strong>em</strong> tratamento <strong>de</strong> neoplasias.Foram escolhi<strong>da</strong>s por não ser<strong>em</strong> vesicantes (16) , pois acreditamosque os efeitos in<strong>de</strong>sejados <strong>da</strong> mitomicina sobre o olho sejam principalmente<strong>de</strong>vido à droga ter esse efeito. As drogas vesicantes sãoaquelas que provocam irritação severa com formação <strong>de</strong> vesículase <strong>de</strong>struição tecidual quando infiltra<strong>da</strong>s fora do vaso sanguíneo epod<strong>em</strong> ocasionar necrose.Os resultados <strong>da</strong> mitomicina C <strong>em</strong> inibir a proliferação dosfibroblastos <strong>de</strong> pterígio <strong>em</strong> nossos experimentos, já eram esperados,porém a ciclofosfami<strong>da</strong> também apresentou-se bastante eficaz.A ciclofosfami<strong>da</strong> pertence ao grupo <strong>da</strong>s cloroetilaminas, é umagente alquilante bifuncional, não possuindo especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> porfase alguma do ciclo celular (17) . Já a mitomicina é umantimetabólito alquilante, atua ligando-se ao DNA, acarretandoligações anômalas e quebras <strong>em</strong> sua estrutura, inibindo a mitose, asíntese proteica e levando a morte celular (18) . A ação inibitória <strong>da</strong>ciclofosfami<strong>da</strong> sobre a proliferação fibroblástica in vitro nos levaa creditar que ela possa ser usa<strong>da</strong> para prevenir a recorrência dopterígio após a sua retira<strong>da</strong>. Em 1983, pela primeira vez foi <strong>de</strong>scritoo uso <strong>da</strong> mitomicina C, um agente potente na inibiçãofibroblástica <strong>em</strong> cirurgias filtrantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então vários autorescomprovaram os excelentes resultados do uso intraoperatório,especialmente nos glaucomas refratários (19) . O que nos leva tambéma pensar no uso <strong>da</strong> ciclofosfami<strong>da</strong> para a mesma ação <strong>da</strong>mitomicina nas cirurgias filtrantes. A ciclofosfami<strong>da</strong> é um ésterfosfamídico cíclico <strong>da</strong> mecloretamina, que causa o impedimento<strong>da</strong> divisão celular primariamente por ligação cruza<strong>da</strong> <strong>de</strong> cordões<strong>de</strong> DNA. Ela foi utiliza<strong>da</strong> numa dosag<strong>em</strong> maior que a mitomicinaC, pois as concentrações usa<strong>da</strong>s nesse trabalho foram as mesmasindica<strong>da</strong>s <strong>em</strong> casos <strong>de</strong> neoplasias, sendo que nesses casos a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> mitomicina é s<strong>em</strong>pre b<strong>em</strong> menor que a <strong>de</strong> ciclofosfami<strong>da</strong>.O efeito sobre a proliferação celular observado com aciclofosfami<strong>da</strong>, não foi observado com o metotrexato, levandonosa afirmar que n<strong>em</strong> to<strong>da</strong> droga antimitótica tenha efeito sobreo crescimento do pterígio. Resta-nos saber se a ciclofosfami<strong>da</strong>apresentará algum efeito adverso que contra indique sua utilizaçãopara evitar a recorrência do pterígio ou até mesmo paraas cirurgias filtrantes. Testes <strong>em</strong> animais e posteriormente <strong>em</strong>humanos se faz<strong>em</strong> necessários para se chegar a essa conclusão.REFERÊNCIAS1. Rossi EE. Broetto D, Grumann Júnior A. Análise dos pterígiosoperados no Hospital Regional <strong>de</strong> São José. Rev Bras Oftalmol.2003;62(1):44-9.2. Ferraz FHS, Schellini SA, Hoyama E, Bernar<strong>de</strong>s SR, Padovani CR.Pterígio e alterações <strong>da</strong> curvatura corneana. Arq Bras Oftalmol.2002;65(5):533-6.3. Alves RA, Potério MB, Potério CB, Cardillo JA, José NK. Pterígio:terapêutica adjuvante. www.hospvirt.org.br4. Samahá JT, Schellini SA, Sakamoto RH, Padovani CR. Tratamento dopterígio recidivado por transplante autólogo <strong>da</strong> conjuntiva. Arq BrasOftalmol. 2002;65(4):415-8.5. Fairbanks D, Vieira LA, Santos WD, Attie GCG, Gomes JAP, FreitasD. M<strong>em</strong>brana amniótica no tratamento dos afinamentos corneais eesclerais. Arq Bras Oftalmol. 2003;66(1):71-6.6. Kria L, Ohira A, Am<strong>em</strong>iya T. TNP-470 (a fungus-<strong>de</strong>rived inhibitorofangiogenesis) reduces proliferation of cultured fibroblasts isolatedfrom primarypterygia: a possible drug therapy for pterygia. Curr EyeRes. 1998;17(10):986-93.7. Singh G, Wilson MR, Foster CS. Mitomycin eye drops as treatment forpterygium. Ophthalmology. 1998;95(6):813-21.8. Chen S, Noonan C. Scleral <strong>de</strong>llen complicating primary pterygiumexcision. Eye (Lond). 2000;14(Pt 1):100-1.9. Rubinfeld RS, Pfister RR, Stein RM, Foster CS, Martin NF, Stoleru S, etal. Serious complications of topical mitomicyn-C after pterygium surgery.Ophthalmology. 1992;99(11):1647-54. Comment in Ophthalmology.1993;100(7):976; author reply 977-8. Ophthalmology.1992;99(11):1645-6. Ophthalmology. 1993;100(3):292-3. Ophthalmology.1993;100(7):976-7; author reply 977-8.10. Da<strong>de</strong>ya S, Fatima S. Comeoscleral perforation after pterygium excisionand intraoperative mitomicyn C. Ophthalmic Surg Lasers Imaging.2003;34(2):146-8.11. Alves MR, Potério MB, Cardillo JA. Nova técnica cirúrgica pararessecção <strong>de</strong> pterígio <strong>em</strong> associação com o uso intra-operatório d<strong>em</strong>itomicina C. Rev Bras Oftalmol. 1997;56(6):441-3.12. Alves MR, Saldiva PHN, L<strong>em</strong>os M, José NK. Efeitos do uso tópico <strong>da</strong>mitomicina C no epitélio corneano <strong>de</strong> coelhas: análise histopatológicapela morfometria. Arq Bras Oftalmol. 1996;59(5):431-7.13. Potério MB, Alves MR, Cardillo JA, José NK. An improved surgicaltechnique for pterygium excision with intraoperative application ofmitomicyn C. Ophthalmic Surg Lasers. 1998;29(8):685-7.14. Haik GM, Ellis GS, Nowell JF. The manag<strong>em</strong>ent of pterygia, withspecial reference to surgery combined with beta irradiation. TransAm Acad Ophthalmol Otolaryngol. 1962;66:776-84.15. Cameron ME. Histology of pterygium: an electron microscopic study.Br J Ophthalmol. 1983;67(9):604-8.16. Goodman LS. Goodman & Gilman as bases farmacológicas <strong>da</strong>terapêutica. 9a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: McGraw-Hill; c1996.17. Arencibia DF, Vi<strong>da</strong>l A, Rosario LA, Suárez YE, Delgado L. Biomo<strong>de</strong>lospara la inducción <strong>de</strong> micronúcleos en células <strong>de</strong> la medula ósea porciclofosfami<strong>da</strong> y bleomicina. Vaccimonitor. 2011;20(1):28-33.18. Cron<strong>em</strong>berger S, Santos DV, Ramos LF, Oliveira ACM, Maestrini HA,Calixto N. Trabeculectomia com mitomocina C <strong>em</strong> pacientes comglaucoma congênito refratário. Arq Bra. Oftalmol. 2004;67(3):475-9.19. Costa VP, Vasconcellos JP, Comegno PE, José NK. O uso <strong>da</strong> mitomicinaC <strong>em</strong> cirurgia combina<strong>da</strong>. Arq Bras Oftalmol. 1999;62(5):577-80.Autor correspon<strong>de</strong>nte:Juliana AlmodinRua Silva Jardim, nº 359CEP 87013-000 – Maringá (PR), BrasilTel: (44) 3262 2061e-mail: juliana_almodin@hotmail.com.brRev Bras Oftalmol. 2013; 72 (2): 108-11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!