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6 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013AberturaExemplos <strong>de</strong> projectos que atrasaram ou não avançaramLentidão dos processos faz per<strong>de</strong>rdinheiro e oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócioRaquel <strong>de</strong> Sousa Silv araquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.ptRICARDO GRAÇA❚ Quinze anos. Foi este o tempoque um empresário finlandês teve<strong>de</strong> esperar até ver aprovado o projectoda Quinta da Ombria, no Algarve.Trata-se <strong>de</strong> um investimento<strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> eurosque, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muitas voltas, sóagora po<strong>de</strong> arrancar. Em Junho<strong>de</strong>verão começar as obras, paraque a exploração tenha início <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> três anos.Ao Expresso, o empresário reconheceuque só a perseverança ea vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperar os 30 milhõesinvestidos em projectos, estudose obras prévias o fez aguentar.“Portugal é um belo País, commuitos recursos, mas a burocraciaé uma catástrofe, espero que acabemcom isso e <strong>de</strong>senvolvam umsistema que aju<strong>de</strong> a investir”, <strong>de</strong>sabafa.Em <strong>Leiria</strong>, Jorge Santo andoupelo menos oito anos às voltaspara obter o licenciamento <strong>de</strong> umprojecto <strong>de</strong> habitação e comérciopara o antigo Hotel Lis, um investimentoestimado em cincomilhões <strong>de</strong> euros. Entretanto aconjuntura mudou e o empresárioacabou por ven<strong>de</strong>r o imóvel a outraempresa. O projecto <strong>de</strong> requalificaçãonão chegou a concretizar-se.Jorge Santo lembra que esta lentidãonos processos “leva à perda<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e custos acrescidos”.Atribui a situação à “falta<strong>de</strong> pragmatismo na avaliação dosprojectos” e diz que “as instituiçõesestão si<strong>de</strong>radas num <strong>de</strong>terminadotipo <strong>de</strong> procedimento. Osistema está feito <strong>de</strong>ssa forma”.Também em <strong>Leiria</strong>, a Belanaturgastou 600 mil euros (aquisição doterreno) e cinco anos a tentar avançarcom um projecto para a construção<strong>de</strong> instalações na zona industrialda Cova das Faias. RobertoCané explica que a empresaprecisava <strong>de</strong> um edifício com novemetros <strong>de</strong> pé direito, mas o regulamentodo loteamento, que porsua vez obe<strong>de</strong>cia ao Plano DirectorMunicipal, só permitia sete. Reconheceque houve boa vonta<strong>de</strong>por parte dos técnicos para resolvero problema, mas admite quenão po<strong>de</strong>riam ir contra o que estavaregulamentado. “Entretantoo presi<strong>de</strong>nte da câmara [Raul Castro]tomou o problema em mãos”e aquele limite foi alterado, diz oempresário.Mas não em tempo útil para aempresa <strong>de</strong> cosméticos, que foiobrigada a <strong>de</strong>sistir daquele projectoe a procurar alternativas.Hotel Lis, um exemplo <strong>de</strong> projecto morto pela burocracia<strong>Leiria</strong> e Marinha Gran<strong>de</strong>Câmaras criam medidas para agilizar“Reduzir, em média, 50% dotempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão em relação aosprazos legais” é um dosobjectivos da Via Ver<strong>de</strong>, medidacriada recentemente pelaCâmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Apoiar osempresários na inserção <strong>de</strong>pedidos <strong>de</strong> registo dosestabelecimentos industriais dotipo 3 na plataforma do Regime<strong>de</strong> Exercício da Activida<strong>de</strong>Industrial é uma dasincumbências da figura dogestor <strong>de</strong> processo criada noâmbito <strong>de</strong>sta medida. Este“interlocutor privilegiado” comos empresários dá ainda apoiono preenchimento <strong>de</strong>requerimentos quando existemoperações urbanísticasassociadas, com referência aoselementos necessários àinstrução dos processosadministrativos na câmara.Também o executivo da MarinhaGran<strong>de</strong> aprovou uma medidaque visa “prazos reduzidos” <strong>de</strong>apreciação das operaçõesurbanísticas relativas a unida<strong>de</strong>sindustriais.O Programa <strong>de</strong> Apoio aoInvestimento Industrial prevêainda redução das taxasmunicipais. São abrangidasoperações <strong>de</strong> instalação,remo<strong>de</strong>lação ou ampliação <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s industriais. Preten<strong>de</strong>--se, <strong>de</strong>sta forma, “incentivar osempreen<strong>de</strong>dores a investirem noconcelho e, simultaneamente, acriarem emprego”. A medidasurge “num momento em que seregistam inúmeras dificulda<strong>de</strong>seconómicas e sociais e em que,cada vez mais, é importante criarincentivos à criação <strong>de</strong> postos <strong>de</strong>trabalho”.A câmara reconhece não po<strong>de</strong>r“ficar indiferente” à realida<strong>de</strong>,cabendo-lhe intervir e adoptarmedidas que promovam oinvestimento.Optou por comprar novos terrenosno Casal do Cego, on<strong>de</strong> já tinha instalações(que levaram oito anos aobter a licença <strong>de</strong> utilização), econstruir novos espaços. O processojá leva três anos e ainda nãoestá concluído.Depois <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong>investimento e <strong>de</strong> anos às voltascom os processos, a empresa temhoje instalações que não lhe permitemperspectivar continuar acrescer, reconhece Roberto Cané.“Daqui a três ou quatro anos, provavelmente,teremos <strong>de</strong> mudarpara uma unida<strong>de</strong> maior, que nospermita produzir mais diversida<strong>de</strong>para sermos economicamente viáveis.Trabalhamos para exportaçãoe temos <strong>de</strong> ser competitivos. Produzirem condições ina<strong>de</strong>quadasfica caro”, explica o empresário,que diz estar a avaliar a oferta <strong>de</strong>um terreno <strong>de</strong> 50 mil metros, “apreço simbólico”, que lhe foi feitapor um concelho vizinho.Reconhecendo que a “dilatação<strong>de</strong> prazos <strong>de</strong> análise conduz, muitasvezes, à perda <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”,a Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> criou recentementea Via Ver<strong>de</strong>, medidaque preten<strong>de</strong> agilizar a apreciação<strong>de</strong> projectos apresentados por empresasdo concelho. No âmbito<strong>de</strong>sta medida, foi criada uma equipa“preparada para prestar umatendimento personalizado e profissionalem relação a todos os assuntosqueenvolvem as áreas docomércio, indústria e serviços”(ver caixa).Dois anos foi quanto se atrasou oarranque da nova unida<strong>de</strong> da Derovoem Proença-a-Nova. “O projectofoi sendo sucessivamenteatrasado <strong>de</strong>vido a burocracias diversas,principalmente <strong>de</strong>vido aoslicenciamentos necessários, quesão vários”, explica Amândio Santos.Inicialmente prevista para iniciara produção <strong>de</strong> ovos em 2011,apenas este ano a exploração opô<strong>de</strong> fazer. Um situação que “implicouuma ruptura no abastecimentoda Derovo, com a consequenteperda <strong>de</strong> mercado, tanto nacionalcomo <strong>de</strong> exportação, e umenorme aumento dos custos dasmatérias-primas”, explica o gestor<strong>de</strong> Pombal.

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