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46 Jornal de Leiria 18 de Abril de 2013Gente&lustreCaldas Professor dá voza vídeos da AcademiaKhan❚ Rogério Martins, professor dematemática da Faculdade deCiências da Universidade deLisboa, mantém o programa Istoé Matemática há algum tempona SIC Notícias. Editor da revistaGazeta da Matemática, é naturalde Caldas da Rainha, e vai seragora um dos principaislocutores dos vídeos destadisciplina da AcademiaKhan, em parceria com aFundação PT.Património GonçaloCardoso preside aoCEPAE❚ Gonçalo Cardoso, licenciadoem História, com pós-graduaçãoem Museologia e Património, é onovo presidente da direcção doCEPAE, depois da saída deJoaquim Ruivo para a direcçãodo Mosteiro da Batalha. Até aquivice-presidente destaassociação, Gonçalo Cardoso étambém director do Museu deArte Sacra e Etnologia, dosMissionários da Consolata emFátima.Leitura Aluna deLeiria vence concursodistrital❚ Carolina Gaspar, do 3º ciclo daEscola Dr. Correia Mateus,Leiria, venceu a fase distrital da7ª edição do Concurso Nacionalde Leitura, promovido peloPlano Nacional de Leitura. Aprova de apuramento decorreuno passado dia 10, na Bibliotecade Peniche, com a participaçãode 150 alunos de 38 escolas.Foram também finalistasRita Silva e EugéniaDerevyanko.Forum InternacionalAdvogado de Pombalrecebe medalha deouro❚ O advogado Paulo Neto, seniorpartner da Diogo, Neto, Marquese Associados - Sociedade deAdvogados, RL, com escritóriosem Pombal e Lisboa, recebeu amedalha de ouro do Fóruminternacional Foro Europa 2001,instituição sediada emBarcelona. O jurista é tambémcoordenador europeu da AEA -International Lawyers Network,que congrega profissionais detodo o mundo.Concurso Inatelpremeia músico deCaldas da Rainha❚ Pedro Santos, compositor deCaldas da Rainha, venceu oPrémio Concurso de Composiçãopara Orquestra de Sopros, com aobra O Viajante, atribuído pelaFundação Inatel. O jovem, 23anos, professor numa academiade música na ilha do Pico,Açores, e responsável pelosestágios de Verão na sua terranatal, verá ainda este a sua obraeditada e apresentadapublicamente.HistóriadeVida Álvaro Laborinho LúcioViagens de ida e volta à sua NazaréGraça Menitragraca.menitra@jornaldeleiria.pt❚ Conselheiro Jubilado do Supremo Tribunal deJustiça, Álvaro Laborinho Lúcio tem hoje maistempo para se dedicar à escrita. Reside emCoimbra, por uma questão prática e familiar, mas avila da Nazaré (onde nasceu) é e será sempre a suacasa. É lá que estão as suas raízes e memórias deinfância e é la que regressa sempre que é convidadopara participar em debates ou apresentar livros. Emmãos tem actualmente um livro romanceado,escrito por ordem alfabética, com nomes depessoas reais mas desconhecidas, que conheceu aolongo da sua vida, por todos os sítios por ondepassou, algumas até com problemas mentais,delinquentes, presos e sem abrigo. “Dedico estelivro às pessoas que, no contexto social, são tidas“sem importância”, de quem ninguém se lembramas que foram muito importantes para mim. Daí olivro se chamar Esquecimento”, avança. Umadessas figuras chama-se Eustáquio, já falecido, seucompanheiro de escola primária, que depois foipara a pesca do bacalhau. “Era um rapaz muitovirado para si próprio. Mas, não esqueço que,quando exercia funções de Ministro da Justiça, malchegava à Nazaré, lá estava ele à esquina, como quepara me proteger. E é curioso porque essaprotecção era exactamente a mesma que me davana escola, quando me roubavam os berlindes. Éuma coisa que preservo e que quero transmitir,para que se saiba que havia um Eustáquio assim”,recorda. Filho único, neto único, sobrinho único,Laborinho Lúcio nasceu no seio de uma família quecorrespondia à burguesia local (o pai foi chefe dosCorreios e a mãe era doméstica), num contexto emque a vida nazarena era marcada por grandesdificuldades económicas e situações de pobreza“Normalmentenão chegamosàs utopiasporque nosapeamos cedodemais nocaminho”RICARDO GRAÇAsignificativas. Depois da 4ª classe, estudou até ao5º ano no Externato de Alcobaça, seguindo-se o 6ºe 7ºanos em Caldas da Rainha, no ExternatoRamalho Ortigão. “Viajava diariamente paraAlcobaça, na camioneta dos Claras, e costumo dizerque foi nessa altura que aprendi o que era a utopia.Porque saía todos os dias de manhã até Alcobaçamas a camioneta seguia para Torres Novas, umlugar onde eu nunca chegava e gostaria de chegar.Só que me apeava muito cedo”, diz. Curioso é queLaborinho Lúcio mantém esta ideia, defendendoque “normalmente não chegamos às utopiasporque nos apeamos cedo demais no caminho”.Um pouco por todo o País, o ex-ministro da Justiçanão se nega ao caminho e está sempre disponívelpara responder aos convites. Faz parte da suaprópria natureza não estar parado. “Felizmente soubastante solicitado, tenho gosto e estousistematicamente disponível, desde que o tempomo permita”, diz. Ao mesmo tempo está ligado avariadíssimas instituições, como a Universidade doMinho, os conselhos consultivos do CentroHospitalar de Coimbra e do Centro HospitalarLeiria-Pombal, ou a Fundação do Gil.Nos anos 50, ainda jovem estudante, LaborinhoLúcio criou o Clube Académico da Nazaré, comactividade desportiva relativamente intensa. Maistarde, começou a dedicar-se a outras actividades denatureza mais cultural, nomeadamente o teatro. “Jáestava na universidade quando passámos a fazerespectáculos de rua, pelo Natal, na Páscoa e noVerão. E além de uma peça de carácter local, escritapor Fernando Ibarra, havia sempre peças maissérias de autores consagrados, como Luís FranciscoRebelo ou José Régio”, recorda. Ainda hesitoucontinuar a carreira no teatro, mas quandopercebeu a angústia da família, optou pela justiça.A paixão pela fotografia, essa foi herdada do seuavó materno, comerciante, ainda hoje consideradoo grande fotógrafo da Nazaré. “As sua fotografias,com 100 anos, dão-nos uma força que muitas vezesnão encontramos nas de hoje, a despeito da grandetécnica actual”, defende. Não esquece também acâmara escura no sótão, onde se metia quandocriança, para seu enorme deslumbramento, ouquando ao entardecer, o seu avó deixava os clientesna loja, na praça principal da Nazaré, e pegava namáquina e no tripé para fotografar por causa da luzespecial que fazia àquela hora.