38 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013CurtasDesign Concurso BA Vidros <strong>de</strong>safiaestudantes❚ Criar uma nova embalagem <strong>de</strong> vidro é o <strong>de</strong>safio que aBA Vidros, empresa que tem uma unida<strong>de</strong> na MarinhaGran<strong>de</strong>, propõe aos jovens <strong>de</strong>signers portugueses, atravésdo concurso Glassberries Design Awards. Aproposta baseia-se em quatro pilares:i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sólida, criativida<strong>de</strong>, inovação e<strong>de</strong>senvolvimento sustentável. A iniciativa foi<strong>de</strong>senvolvida como forma <strong>de</strong> estreitar arelação entre a indústria vidreira e o meioacadémico e <strong>de</strong> aproximar a empresa dos seusparceiros. Nesta segunda edição do concurso,participam estudantes da Escola Superior <strong>de</strong>Artes e Design <strong>de</strong> Matosinhos e dasuniversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aveiro e Lusíada mas oobjectivo é tornar a iniciativa europeia.Património Convento <strong>de</strong> S.Francisco vira espaço cultural❚ A programação e forma <strong>de</strong> funcionamento doCentro <strong>de</strong> Convenções e Espaço Cultural doConvento <strong>de</strong> São Francisco, em Coimbra (em obras<strong>de</strong> construção, reabilitação e adaptação) foiatribuída ao antigo reitor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Coimbra, Fernando Seabra Santos. A inauguraçãodo espaço está prevista até final <strong>de</strong>ste ano”,excluindo o auditório com cerca <strong>de</strong> 400 lugares daigreja do convento, cuja construção não integra oprojecto inicial. Ocupando um total <strong>de</strong> 16 milmetros quadrados, incluindo estacionamento,restaurante e cafetaria, o centro disporá <strong>de</strong> umoutro auditório principal (1.100 lugares) e <strong>de</strong> umespaço cultural. Os projectos são dos arquitectosCarrilho da Graça e Gonçalo Byrne.Festival internacional ESAD.CRrepresenta País na Polónia❚ A Escola Superior <strong>de</strong> Artes e Design <strong>de</strong> Caldas daRainha (ESAD.CR) (IP<strong>Leiria</strong>) é a única escola portuguesaa integrar o International Good Project Festival WrocloveDesign (festival internacional <strong>de</strong> arte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign), queacontece na Polónia, na cida<strong>de</strong> Wroclaw, entre 9 e 12 <strong>de</strong>Maio. A ESAD.CR será representada por um grupo <strong>de</strong>seis estudantes das licenciaturas em Design Industrial,Gráfico e Multimédia, e Cerâmica e Vidro, coor<strong>de</strong>nadospor Sérgio Gonçalves. Este encontro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e arte, àescala europeia, conta com mais quatro escolassuperiores <strong>de</strong> Itália, Polónia, Bósnia e Roménia, numaorganização da Foundation for Creativity andInnovation OPEN MIND, instituição sem fins lucrativosque integra as celebrações <strong>de</strong> Wroclaw, CapitalEuropeia da Cultura 2016.DREscultura noMaciço CalcárioOs escultores Renato Franco (Caldas da Rainha) eThierry Ferreira (Alcobaça) apresentam publicamenteAll Stone Portugal 2013 Maciço CalcárioEstremenho, na Stone – Feira Internacional da Pedra,que <strong>de</strong>corre no Centro <strong>de</strong> Exposições da Batalha, <strong>de</strong>16 a 19 <strong>de</strong> Maio próximo. Para concretizarem esteprojecto, apoiado pela Assimagra e por outrosindustriais do sector, esta dupla <strong>de</strong> escultores criou,em 2012, um colectivo <strong>de</strong> artistas. O objectivo épromover e potenciar as rochas do maciço CalcárioEstremenho e o saber-fazer, envolvendo acomunida<strong>de</strong>, municípios e industriais do sector. Oevento, a <strong>de</strong>correr durante 15 dias a um mês, numadata ainda a <strong>de</strong>finir, contará também com a presença<strong>de</strong> arquitectos, <strong>de</strong>signers e escultores internacionaisque participarão em workshops, seminários, secções<strong>de</strong> trabalho interdisciplinar, residências e visitascomerciais. Prevê-se também o lançamento <strong>de</strong>concursos internacionais para concepção <strong>de</strong><strong>de</strong>senhos originais e novas formas <strong>de</strong> aplicação efornecimento para calçada portuguesa, a realização<strong>de</strong> uma residência em indústrias transformadoras e<strong>de</strong> altos relevos em pedreiras <strong>de</strong>safectadas,esculturas para espaço público e o projecto <strong>de</strong> umhotel para o interior <strong>de</strong> uma rocha.Desenhos Artistas mistérionas árvores da escolaCanijo filmaperegrinação a Fátima❚ Artista(s) Mistério(s), habita(m)árvore(s) é o nome da exposição,patente até dia 23, em 23 árvoresda Escola Secundária FranciscoRodrigues Lobo, <strong>Leiria</strong>, daautoria <strong>de</strong> alunos e dosprofessores Maria João Vieirae Sónia Almeida.Desenvolvidos no âmbito dadisciplina <strong>de</strong> Desenho A, astelas (1 x 1,6 m) foraminspiradas no “artistamistério” <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, após visitaàs várias obras espalhadas emmurais da região, como Vieira <strong>de</strong><strong>Leiria</strong>, cemitério <strong>de</strong> Carvi<strong>de</strong> ou estação<strong>de</strong> Monte Real.Caminhos da Alma é a próxima realização <strong>de</strong> João Canijo,sobre a peregrinação a pé a Fátima <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> mulherestransmontanas. Este é, um dos filmes apoiados pelo programa doInstituto do Cinema e Audiovisual (ICA), ao lado <strong>de</strong> Os Maias(Alguns episódios da vida romântica), <strong>de</strong> João Botelho. O ICAcontemplou também cinco documentários, num total <strong>de</strong> 300mil euros, entre eles Diários Suspensos, do realizador <strong>de</strong>Alcobaça, Joaquim Sapinho e ainda Além das Pontes, <strong>de</strong>Pierre-Marie Goulet, As crónicas <strong>de</strong> Polyaris, <strong>de</strong>Christine Reeh, Silêncios do Olhar, <strong>de</strong> JoséNascimento, e The Man with a Box, <strong>de</strong> MarcoMartins.
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013 39AlmanaqueARQUIVO/JLNarrativasdispersasMariana, a Miserável, artista plásticaA florista que gostava <strong>de</strong> visitar O Sítiodas Coisas Selvagens com JP Simões❚ Se não tivesse uma profissão ligada ao mundo dasartes, o que seria?Provavelmente florista.O projecto que mais gosto lhe <strong>de</strong>u fazerÉ muito difícil escolher quando se gosta tanto do quese faz.O espectáculo, concerto ou exposição que mais lheficou na memóriaA última que fui ver a Serralves <strong>de</strong> um artistaplástico chamado Nedko Solakov.O livro da sua vidaNão pela mesma razão a que normalmente se chamaa um livro "livro da sua vida" mas gosto muito doWhere the Wild Things Are, <strong>de</strong> Maurice Sendak, pelahistória e ilustrações.Um filme inesquecívelLa mala educación, <strong>de</strong> Pedro AlmodóvarSe tivesse <strong>de</strong> escolher uma banda sonora para si,qual seria?Neste momento, a banda sonora do filme Submarinepor Alex Turner.Um artista que gostaria <strong>de</strong> ter visto no Teatro JoséLúcio da Silva?O JP Simões.Uma viagem inevitávelPorto – <strong>Leiria</strong> e <strong>Leiria</strong> – Porto, <strong>de</strong> autocarro.Um vício que gostava <strong>de</strong> não terSe consi<strong>de</strong>rarmos a gula um vício, os croissants <strong>de</strong> umapastelaria do bairro das Fontainhas, no Porto, on<strong>de</strong> vivo.Uma personalida<strong>de</strong> que admiraO ilustrador André da Loba.Um actor que gostasse <strong>de</strong> levar a jantarJason Alexan<strong>de</strong>r (o George da série Seinfeld).Um restaurante da regiãoCasinha velha.Um prato <strong>de</strong> eleiçãoSe for no Casinha Velha é o cabrito e a morcela <strong>de</strong>arroz. Se for noutro sítio, leitão.Um refúgio (no distrito)A casa da minha avó Mila.Um sonho para <strong>Leiria</strong>?O <strong>de</strong>saparecimento do estádio e a reabilitação docentro histórico.Jason Alexan<strong>de</strong>rMesa <strong>de</strong>CabeceiraLuísMourãoAndré daLoba,ilustradorLa mala educación, <strong>de</strong> Pedro Almodóvar❚ Por mero acaso vi há poucotempo uma reportagem sobre osinvestimentos <strong>de</strong> váriasautarquias, <strong>de</strong> norte a sul, numasaberrações chamadas “parquesindustriais”. São uma espécie <strong>de</strong>mar <strong>de</strong> asfalto, com unscan<strong>de</strong>eiros e espaços, pavilhões eescritórios, votados ao maiscompleto abandono. São ruínasque custaram ao erário públicomuitas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong>euros e são o testemunhoeloquente <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões erradastomadas pelos po<strong>de</strong>resautárquicos, pelo governo epelos órgãos executivos da uniãoeuropeia na <strong>de</strong>lapidação donosso dinheiro. Deveria dardireito ao ostracismo e, pelomenos, a uma medalha <strong>de</strong>incompetência comconsequências radicais mas narealida<strong>de</strong> rigorosamente nadaacontece àqueles que tomaramestas <strong>de</strong>cisões. O breve masacutilante resumo que o JoãoNazário fazia na mesma semanano editorial <strong>de</strong>ste jornal sobre a“betonização” <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>enquadra-se nesta políticanacional <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinvestimento naspessoas, <strong>de</strong>lapidação idiota dopatrimónio cultural e natural,investimentos criminosos eesvaziamento do futuro quepercorre anos incontáveis das<strong>de</strong>spesas públicas nacionais.Saíram finalmente este mês osresultados dos simulacros <strong>de</strong>apoio do estado ao teatroprofissional. É a concretização <strong>de</strong>uma política <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição emmassa do tecido culturalnacional que merecia certamentemais palavras e uma longaconversa. A propósito estãoconvidados a ler um excelenteartigo <strong>de</strong> Jorge Louraço Figueirapublicado na revista brasileiraCamarim intitulado “Sobre oinvestimento público no teatroem Portugal - Estatística econtra-estatística” e a inteligentemensagem <strong>de</strong> Dario Fo para o DiaMundial do Teatro <strong>de</strong>ste ano quecomeça assim: “Há uns anosatrás o Po<strong>de</strong>r, no máximo da suaintolerância, escorraçou osartistas dos seus países. Hoje emdia os actores e as companhiassofrem com a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>encontrar espaços, teatros epúblico; tudo por conta da crise”.Os textos são fáceis <strong>de</strong> encontrarna “net” e merecem bem serchamados a uma imprescindívelreflexão sobre a resistência e ofuturo das Artes Cénicas emPortugal. Porque é precisosempre uma boa dose <strong>de</strong>coragem para não nos <strong>de</strong>ixarmos<strong>de</strong>sencorajar.Dramaturgo