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34 Jornal de Leiria 18 de Abril de 2013ViverDRA cultura comofactor decrescimentoregionalO exemplo de Guimarães A culturaé hoje um sistema urbano, a reclamardas autarquias um corpo técnico quevele pela qualidade e coerência dassuas programaçõesGraça Menitragraca.menitra@jornaldeleiria.pt❚ Até aqui os autarcas preocupavam-se com a rede deabastecimento de água agora devem preocupar-secom a cultura. Porque a cultura é hoje um sistema urbanocomo qualquer outro. Quem o defende é JoãoBonifácio Serra, presidente da Fundação GuimarãesCapital Europeia da Cultura, para quem a figura do vereadorda cultura devia ter um poder central na discussãopolítica. E se possível ser o próprio presidenteda autarquia a fazer a avaliação e monotorizaçãopermanente dos seus sistemas de cultura, com exigênciae rigor. Por isso - alega ainda - que face à evoluçãodo conceito de cultura na formação de novospúblicos, as câmaras municipais deveriam ter um corpotécnico (directores artísticos, curadores, entre outrosprofissionais) que velasse pela qualidade e coerênciadas suas programações.Este docente e investigador de Caldas da Rainha diztambém que o objectivo ideológico é proporcionarnuma localidade um processo, mais que um resultado,esbatendo a separação entre produtores e públicos,para que estes não sejam meros consumidorespassivos, à mercê das tournées de nomes consagrados.E dando sempre primazia a uma verdadeiracultura popular e não erudita ou de elites, estimulandonovos criadores e projectos emergentes. Leiriatem tido nesta área alguns bons exemplos, como sãoo Festival Fade In (hoje uma referência nacional e internacional,não só pela presença de bandas consagradasmas sobretudo pela revelação de novos valoreslocais), os Concertos para Bebés, num conceito concebidopor Paulo Lameiro ou ainda o colectivo A9)))),um projecto emergente na divulgação de jovens artistas,alguns posteriormente já referenciados a nívelnacional.“Fui criticado por não trazer a Orquestra de Berlima Guimarães, que custava um milhão de euros, masem contrapartida estimulei 60 jovens, até aos 24 anos,a fazer uma orquestra de música sinfónica de que acidade hoje se orgulha, tão importante como se fosseuma equipa de futebol”, exemplifica o investigador.A importância de cativar e fixar residentes nas cidades,através da cultura, é também realçada por JoãoBonifácio Serra, que em Guimarães criou um institutodo design numa fábrica antiga de curtumes e onde oantigo mercado passou a ser uma plataforma de artescom a instalação de 24 empresas, resultantes dosprojectos culturais do evento, através de estruturasde apoio ao empreendorismo. Ainda segundo este responsável,o mundo empresarial percebeu que é precisoapostar na cultura, sem que para isso seja necessáriogrande investimento em elefantes brancos.A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) temigualmente em conta a diversidade das actividadesefectuadas pelos municípios, principalmente pelo envolvimentode público de diversas faixas etárias. Esteano, além de distinguir Guimarães com o prémio Pro-