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30 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013Desporto‘Zé do Bazar’, a festa da subida pelounionista número um do planetaFamília A União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> venceu o Santo Amaro e subiu à Divisão <strong>de</strong> Honra distrital <strong>de</strong> futebol. Ogrupo <strong>de</strong> trabalho merece os maiores elogios, extensíveis a quem nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> seguir o coraçãoMiguel Sampaiomiguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ “Força gran<strong>de</strong> União, tu estás nonosso coração, estamos aqui a gritar,Força <strong>Leiria</strong> vais ganhar!” Oentusiasmo é evi<strong>de</strong>nte: o jogo estáno fim e a União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> ganha aoSanto Amaro (1-2). Está prestes agarantir a subida à Divisão <strong>de</strong>Honra distrital <strong>de</strong> futebol. Incapaz<strong>de</strong> disfarçar o nervosismo, JoséCarvalho, <strong>de</strong> mini na mão, nãopára um instante. Já <strong>de</strong>u inúmerasvoltas ao campo e grita pelaUnião, brinca com as crianças emete conversa com os a<strong>de</strong>ptos rivais.Ele é um verda<strong>de</strong>iro one manshow. Até já subiu postes <strong>de</strong> iluminaçãopela sua União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.Leva 45 anos <strong>de</strong> sócio, tantosquantos tem <strong>de</strong> vida, e um amorincondicional pelo clube da suaterra. Por isso, seja on<strong>de</strong> for, nãohá limites. A União contará com oseu apoio. ‘Zé do Bazar’, como éconhecido porque o avô era o proprietáriodo Bazar das Novida<strong>de</strong>s,ali bem perto da Praça RodriguesLobo, é o verda<strong>de</strong>iro 12.º jogadore todos, mas mesmo todos no clube,sabem da importância quetem nesta onda positiva.“Força <strong>Leiria</strong> allez, tu és a nossapaixão, sentimento vermelho ebranco, verda<strong>de</strong>iro e <strong>de</strong> coração.”São cinco da manhã da madrugadaque antece<strong>de</strong> o jogo <strong>de</strong>cisivo.No parque das Lagoas, na Ortigosa,“os cinco <strong>de</strong> sempre”, JoséCarvalho, Nuno Violante, AndréSousa, Micael Rodrigues e WilsonEchevarria berram a plenospulmões mais um cântico da Frente<strong>Leiria</strong>. “Dormi uma hora e acor<strong>de</strong>icom um tocha <strong>de</strong> fumo <strong>de</strong>ntroda tenda”, ri-se ‘Zé do Bazar’. “Foigiríssimo. Mais <strong>de</strong> cem pessoaspassaram por lá e os dirigentes levaramgra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> minis. Claro quenão sobrou nada...” Ainda assim,aparececeram todos no campo <strong>de</strong>futebol em gran<strong>de</strong> forma...O jogo foi <strong>de</strong> sofrimento. AUnião <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> mostrou-se ansiosae o Santo Amaro marcouum gran<strong>de</strong> golo. A reviravolta láfoi conseguida nos últimos minutose a festa não teve <strong>de</strong> seradiada por uma semana. “Sofrimuito”, admite o sócio n.º 564.“Quando o Santo Amaro marcoufoi o sofrimento total, mas sabiaque mais cedo ou mais tar<strong>de</strong> podíamosganhar. E conseguimos!”No final, as lágrimas rolaram.‘Zé do Bazar’ e Luís Bilro: o primeiro anima as hostes, o segundo dá a tácticaUma vida <strong>de</strong> aventurasOs Carapaus do Lis e os lençóis em CoimbraA história do amor <strong>de</strong> JoséCarvalho pelo símbolo do casteloremonta ao momento em quenasceu. O avô inscreveu-o logocomo sócio. “Corri o País com elesempre atrás da União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>”,recorda. Por volta dos 18 anoscriou com dois amigos a primeiraclaque “não oficial” da União <strong>de</strong><strong>Leiria</strong>, os Carapaus do Lis. Já comos Ultra Fantasmas, passou emCoimbra um momento “muitocomplicado”. “Fomos um diaantes, para a Queima das Fitas e<strong>de</strong>pois levámos do hotel tudo oque era branco, fossem toalhasou lençóis. A Académica tinhalevado 4-1 do Freamun<strong>de</strong> nofim-<strong>de</strong>-semana anterior eescrevemos 'ObrigadoFreamun<strong>de</strong>' nos lençóis. Foi aíque nasceu a guerra com aAcadémica.”“Força <strong>Leiria</strong>, a vitória seránossa, Fente <strong>Leiria</strong> sempre doteu lado, vem para aqui festejar,vem à Frente <strong>de</strong>dicar, mais umavitória da nossa União!' Os anos<strong>de</strong> “maluqueira” passaram e hojequer é fair play. José Carvalho éresponsável <strong>de</strong> turno numafábrica <strong>de</strong> pintura e metalização<strong>de</strong> plásticos, na Ponte da Pedra.“Estou sempre a cantar asmúsicas da União. O pessoalpassa-se comigo, mas já leveialguns colegas aos jogos.”Ao longo <strong>de</strong>stes anos foirecebendo inúmeras recordaçõesdos atletas que com ele sempretiveram uma relação estreita,mas com pouco ficou. “Nãotenho nada”, lamenta. “Opessoal parte-me a cabeça porisso. Podia ter 50 camisolas e 30cachecóis, mas dou tudo, porquecada coisa que dou é mais uma<strong>de</strong>pto da União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> quenasce. E porque dou ainda commais gosto do que recebo.”“Emocionei-me bastante”, admite.No final, o champanhe correu.“Os jogadores foram buscar-me elevaram-me para o banho. Sãomomentos que não se esquecem,mas que até acabam por ser naturaisquando todos somos umafamília”, salienta José Carvalho.“É mais uma amiza<strong>de</strong> do que umarelação <strong>de</strong> claque. Nunca vamospara um jogo a pensar que vamospartir aquilo tudo. Bem pelo contrário,vamos é para fazer a festa.Os jogadores sabem que estamoscom eles em todo o lado e é paranós que trabalham.”Zé do Bazar dá o exemplo do capitãoMarco Aurélio para ilustrara intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta relação. “Nofinal dos jogos faz questão <strong>de</strong> ir tercom a claque à a<strong>de</strong>ga Lagoa”. “Amulher do Vítor Maranhão fez-meum bolo <strong>de</strong> chocolate”, acrescenta,orgulhoso.É, pois, neste ambiente familiarque a União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> ”renasce”.“Esta época foi brilhante, mascomplicada. Jogadores, equipaRICARDO GRAÇAtécnica e direcção têm feito tudoo que está ao alcance <strong>de</strong>les. Ouçoalgumas conversas e sei que temsido difícil para todos, inclusivamentedirectores a entrarem comdinheiro do bolso <strong>de</strong>les. Têm sidoinexcedíveis”, diz José Carvalho.“O melhor que aconteceu foi aUnião <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> começar dos distritais,porque vai trazer muitomais gente e aqueles a<strong>de</strong>ptos on<strong>de</strong>nós temos ido – que têm ficado todosnossos amigos – são nossosprováveis a<strong>de</strong>ptos.”É precisamente este lado familiardo futebol que Zé do Bazarquer ver entre os a<strong>de</strong>ptos daUnião. “Lembro-me <strong>de</strong> ir a Penichecom o meu avô. Íamos <strong>de</strong> manhãzinha,almoçávamos e <strong>de</strong>poisíamos ver o jogo.” E se o entusiasmocontinuar, o clube vai regressaraos patamares mais altos. “Pelasminhas contas é possível chegarà 1.ª Liga em 7 anos. Para o anosobe-se, no outro sobe-se outravez, e <strong>de</strong>pois é que vamos andaruns anitos até conseguir subir àprimeira.” Será?

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