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<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013 15PUBLICIDADEFOTOS: RICARDO GRAÇAmplares mais novos. Os ruivacos-do Oeste e os mexilhões <strong>de</strong> rio estão em perigo crítico <strong>de</strong> extinção.Em pré-extinçãoMexilhões-<strong>de</strong>-rio procuram salvaçãoO Posto Aquícola <strong>de</strong> Campelorecebeu recentemente novosinquilinos em “pré-extinção”para cuidar. Trata-se, nem maisnem menos, <strong>de</strong> duas espécies <strong>de</strong>mexilhões-<strong>de</strong>-rio. De 2012 a 2016,o cenário po<strong>de</strong> mudar com oprojecto Ecotone, orçado em 600mil euros e co-financiado peloPrograma Life+ da UniãoEuropeia, pelo Município <strong>de</strong>Castro Daire e pela AgênciaPortuguesa do Ambiente. “É algopioneiro em Portugal e utilizametodologias já testadas emoutros países europeus comresultados previsíveis”, salientao responsável pelo projecto,Paulo Lucas. Trata-se <strong>de</strong> umprojecto <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> duasespécies ameaçadas <strong>de</strong> bivalves<strong>de</strong> água doce - Margaritiferamargaritifera e Uniotumidiformis -, cujas populaçõesestão prestes a <strong>de</strong>saparecer. “Omexilhão tem um percursocomplexo. Na fase larvar, precisa<strong>de</strong> infestar um peixe.Normalmente, no Paiva é a truta eno Torgal é o escalo. Por muitomexilhão que pu<strong>de</strong>sse haver, semo hospe<strong>de</strong>iro não seria possívelfazer a reprodução. Até agora temsido muito bem sucedido. Játemos trutas infestadas eestamos à espera que o mexilhãose comece a libertar dasbrânquias”, salienta AlexandrinaPipa. “Já foi instalado o sistema<strong>de</strong> captura dos gloquí<strong>de</strong>os -larvas do bivalves <strong>de</strong> água doceque parasitam, durante algumtempo, os peixes hospe<strong>de</strong>iros - eprevê-se para breve o início dacriação dos primeiros juvenis <strong>de</strong>mexilhões <strong>de</strong> água doce, queserão utilizados para repovoar orio Paiva, no caso da Margaritiferamargaritifera, e a ribeira doTorgal, afluente do Mira no casodo Unio tumidiformis”, explicaPaulo Lucas.30 exemplares <strong>de</strong> cada uma das espécies.E os últimos dias têm sidobastante activos. “Paralelamente à<strong>de</strong>volução, foram capturados novosexemplares, que estão a ser mantidosem quarentena até se verificar queestá tudo bem, e <strong>de</strong>pois serão libertadosnos tanques exteriores, on<strong>de</strong>esperamos que se reproduzam. Esteano, como está mais frio, será um bocadinhomais tar<strong>de</strong>, mas habitualmente,entre meados <strong>de</strong> Abril e Junho<strong>de</strong>correm várias <strong>de</strong>sovas“, garanteAlexandrina Pipa.As condições estão todas lá. Cadaespécies está num tanque à parte eaté um hospital existe. “Se forem necessáriostratamentos - felizmente atéagora foram muito poucos - nuncasão feitos nos tanques <strong>de</strong> exterior. Defen<strong>de</strong>mosa prevenção e não o tratamento,e tentamos ter as espéciesnas condições o mais natural possível.Por isso, escolhemos plantasque além <strong>de</strong> serem filtradoras, têmgran<strong>de</strong>s raízes on<strong>de</strong> as espécies po<strong>de</strong>m<strong>de</strong>sovar.”A população <strong>de</strong> Campelo, bastanteenvelhecida, tem orgulho no queali se passa. “A maioria das pessoastem admiração, embora a princípiotenham tido dificulda<strong>de</strong> em perceber.É que passar <strong>de</strong> uma truticulturapara uma aquicultura que tratacom espécies que tradicionalmentenão servem para consumo humanofoi inicialmente estranho, mas temossido muito bem recebidos”, salientaa responsável.Observar, tratar dos peixes doentinhos,alimentá-los, calças as galochase entrar nos tanques, colocar osabrigos para os exemplares mais jovens,Alexandrina Pipa tem a “sorte”<strong>de</strong> fazer o que gosta. “Sabe, já colaborocom a Quercus há mais <strong>de</strong> 12anos. Fui sempre acompanhando oque o núcleo do Ribatejo e Estremadurafazia e colaborando na medidaem que podia. Trabalhava numaloja <strong>de</strong> animais, pelo que já tinha algumconhecimento da área dos peixes,surgiu uma oportunida<strong>de</strong> e acabeipor ficar...” E nem as constantesviagens a <strong>de</strong>smotivam. “Felizmente,faço o que gosto e por muito esforçoque tenhamos, acredito que estoua ajudar, a fazer algo <strong>de</strong> positivo, pormim e pela conservação da natureza.Utopia ou não, sinto-me útil.“

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