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10 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2013Socieda<strong>de</strong>Transexuais escolhem<strong>Leiria</strong> para viver<strong>Leiria</strong>Atlas queralimentaridososao fim-<strong>de</strong>-semanaOpção Cerca <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> transexuais <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> brasileira adoptou<strong>Leiria</strong> como refúgio. Clientes, tolerância e pacatez são os atractivos da cida<strong>de</strong>Maioria dos transexuais tem nacionalida<strong>de</strong> brasileiraDaniela Franco Sousadaniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt❚ Mikki chegou do Brasil há cincoanos e resi<strong>de</strong> há quatro em <strong>Leiria</strong>.No seu dia-a-dia vive a rotina <strong>de</strong>qualquer mulher: supermercado,ginásio e trabalho. Com algumasdiferenças. Nasceu homem há 28anos, fez várias operações e é hojetransexual, <strong>de</strong>dicado à prostituição.Mikki é um dos 11 transexuaise trangéneros (ver caixa)que escolheram <strong>Leiria</strong> para viver.No ano passado, a AssociaçãoNovo Olhar II acompanhou cerca<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> transexuais <strong>de</strong>dicadosao trabalho sexual, resi<strong>de</strong>ntesem <strong>Leiria</strong>. A maioria é <strong>de</strong>nacionalida<strong>de</strong> brasileira e partilhaapartamentos na Nova <strong>Leiria</strong>. Algunsjá se prostituíam no Brasil,outros começaram a fazê-lo emPortugal, longe do olhar da família.Vivem a maior parte do ano em<strong>Leiria</strong>, mas partem <strong>de</strong> vez emquando para Lisboa, Porto ou Algarve,para procurar mais clientes,acabando sempre por regressar.Hélia Gomes, assistente socialda associação, justifica a preferênciados transexuais por <strong>Leiria</strong>com a pacatez da cida<strong>de</strong> que, apesar<strong>de</strong> pequena, tem muitos clientespara este tipo <strong>de</strong> serviço. Foramestas condições que atraíramMikki a <strong>Leiria</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um anoa viver em Évora.António Serze<strong>de</strong>lo, presi<strong>de</strong>nteda Opus Gay, lembra que, por oposiçãoao Brasil, on<strong>de</strong> diariamentehá assassinatos <strong>de</strong> transexuais,<strong>Leiria</strong> é muito tolerante, mesmoquando comparada com outrospontos do País. “<strong>Leiria</strong> sempreteve uma comunida<strong>de</strong> homossexualgran<strong>de</strong> e vários bares <strong>de</strong>gays”. No entanto, apesar <strong>de</strong> tolerante,não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser preconceituosa.Muitos homens têm dificulda<strong>de</strong>em assumir a sua homossexualida<strong>de</strong>e por isso optampor transexuais <strong>de</strong> aparência “feminina,mas <strong>de</strong> pénis”, uma forma<strong>de</strong> se “<strong>de</strong>sculpabilizarem”, <strong>de</strong>“disfarçarem perante quem osConceitosSignificadosdiferentesTransgénero: é aquele cujo sexo<strong>de</strong>signado no nascimentocontraria a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> género,ou seja, uma mulher que sesente "presa" num corpo <strong>de</strong>homem, ou vice-versa.Transsexual: é aquele que sesente com uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong>género diferente da do sexo<strong>de</strong>signado no nascimento e que,por isso, faz a transição do seusexo <strong>de</strong> nascimento para o sexooposto.Homossexualida<strong>de</strong>: pren<strong>de</strong>-secom a orientação sexual(preferência por parceiros domesmo sexo) e não com estasquestões <strong>de</strong> género.veja, e para si mesmos”, consi<strong>de</strong>rao presi<strong>de</strong>nte. Mikki enten<strong>de</strong>que as pessoas <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> “são muitofechadas”. Mas reconhece queentre elas há muitos clientes, quasetodos casados e ditos heterossexuais.De acordo com o <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> Notícias,existem pelo menos 110portugueses com diagnóstico <strong>de</strong>disforia <strong>de</strong> género confirmado porconsultas <strong>de</strong> sexologia. AntónioSerze<strong>de</strong>lo sublinha que em Portugala maioria dos transgénerossão homens que <strong>de</strong>sejam tornar--se mulheres, sendo que no estrangeirohá mais mulheres quequerem transformar-se em homens.Dentro das minorias, este éo grupo que mais consi<strong>de</strong>raçãomerece, pela discriminação e violênciaa que é sujeito, frisa o presi<strong>de</strong>nte.Também Mikki admiteser alvo <strong>de</strong> ameaças <strong>de</strong> uma proxenetae recorda como se submeteua dolorosas intervenções cirúrgicasàs mãos <strong>de</strong> uma curiosa,ainda no Brasil.DR❚ A se<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> da Atlas – Associação<strong>de</strong> Cooperação para o Desenvolvimentofoi inaugurada sábado,na garagem <strong>de</strong> um prédio daNova <strong>Leiria</strong>, num espaço cedidogratuitamente pelo <strong>de</strong>ntista CarlosMota, que para a presi<strong>de</strong>nte da associação,a médica Helena Vasconcelos,“é a melhor pessoa queexiste no distrito”. Além dos projectosque já <strong>de</strong>senvolve há doisanos na Escola Correia Mateus,<strong>Leiria</strong>, através do apoio diário noprolongamento escolar a <strong>de</strong>ficientes,e no Agrupamento <strong>de</strong> EscolasGuilherme Stephens, na MarinhaGran<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> dá comida a 12 famíliasreferenciadas, faz consultasmédicas e fornece óculos, medicamentose outros bens necessários,os 27 voluntários da associaçãovão agora apoiar também idosos<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Isto através do projectoOs Velhos Amigos, já implementadocom sucesso em Coimbra,já que o apoio domiciliário dasIPSS não funciona ao fim-<strong>de</strong>semana.O objectivo é fornecer aosmais idosos (a referenciar) refeiçõesnesses dias e fazer também acompanhamentopsicológico e <strong>de</strong> enfermagemdurante a semana, através<strong>de</strong> equipas organizadas e autónomas.Adoptar estes idososcomo se fossem da família, tentadocriar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> vizinhança, étambém objectivo. A Atlas, sediadaem Coimbra, existe há cincoanos como organização não governamental,<strong>de</strong>senvolvendo projectostambém em Moçambique eAngola. Helena Vasconcelos dizque se trata <strong>de</strong> uma “estruturamagra”, já que em associaçõesmuito gran<strong>de</strong>s, as pessoas se “matam”em conflitos internos e nabusca do po<strong>de</strong>r. “Temos uma política<strong>de</strong> gastar muito pouco com osprojectos. Nestas instalações nãogastámos mais <strong>de</strong> 20 euros porquetudo foi oferecido. As pessoasquando nos dão têm <strong>de</strong> ter a convicçãoque tal se <strong>de</strong>stina a essamesma causa”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.Se<strong>de</strong> inaugurada sábado

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