19tratada se torna hipopigmentada, podendo se observar alterações mais facilmente, alertando,porém, para a importância do acompanhamento regular a longo prazo desses pacientes.O uso de uma técnica cirúrgica de ressecção total da pele, seja em um ou mais temposcirúrgicos, requer inevitavelmente técnicas eficientes e cada vez mais práticas de cobertura daregião cruenta produzida. Atualmente, existe a disposição várias técnicas de coberturacutânea. Algumas dependem de material biológico retirado da própria pele do paciente, outrasse utilizam de material retirado da pele de outros seres humanos e, ainda, mais recentemente,surgiram técnicas mais modernas que se utilizam de material sintetizado em laboratório. Apele de animais, como a porcina e a de rã, tem sido utilizada, porém os resultados ainda nãosão satisfatórios. 5Assim, dentre as principais técnicas convencionais de cobertura cutânea em usoatualmente, podemos citar: (1) os enxertos dermo-epidérmicos autólogos, que podem ser deespessura parcial ou total – os de espessura parcial podem ser expandidos ou não; (2) aexpansão de tecido previamente à excisão do tumor e o, subseqüente, fechamento da áreacruenta; (3) os retalhos livres ou pediculados para a reconstrução de regiões cutâneasdelicadas e nobres; ou (4) até a combinação de algumas destas técnicas cirúrgicas,dependendo das características de cada caso. 42-44Como já foi dito, as cirurgias por meio de ressecção total da lesão podem ser emtempo único ou seriadas, sendo que esta última é necessária quando se entende que a primeiraopção é inviável. Assim, a técnica de ressecções sucessivas, de forma seriada, consiste emremover a lesão névica em múltiplos estágios operatórios, excisando o máximo possível emcada intervenção, sempre se assegurando da viabilidade de cobertura dessa região cruenta pormeio de técnicas que incluam deslocamento, avançamento, e/ou rotação de tecidos adjacentes.Deste modo, após um intervalo de três a seis meses, procede-se a uma nova ressecção eavançamento, e assim sucessivamente até a remoção completa da lesão. 105Gosain et al. 106 , ao analisarem o tipo de cobertura cutânea utilizada após a excisão doNCG em 61 pacientes, relataram a realização de excisões seriadas em 50% dos casos delesões em extremidades, seguido pelos auto-enxertos expandidos de pele total em 31% e pelosretalhos em 8% dos procedimentos.Entretanto, mesmo sendo possível o uso dessas técnicas de cobertura cutâneaconvencionais, existem casos em que o tratamento cirúrgico se torna difícil, seja porinviabilidade técnica (por exemplo, ausência de área cutânea doadora disponível), seja pelagrande possibilidade de resultados de qualidade estética insatisfatória. 45-50
20Assim, segundo Earle et al. 47 , o enxerto de pele de espessura parcial apresenta asseguintes desvantagens: (1) exigir uma área cutânea doadora saudável; (2) causar dor e,algumas vezes, cicatrizes ao paciente em sua região doadora; (3) poder, apenas, ser expandidonuma razão máxima de 1:4; (4) gerar, algumas vezes, um aspecto estético parecido com“malha” na região cutânea receptora e (5) não ser capaz de reconstituir o componente dérmicoda região operada quando a ressecção da pele foi muito profunda, ao nível da fáscia muscular.Já o enxerto de pele de espessura total e os retalhos apresentam a desvantagem de sernecessário que a zona doadora seja, aproximadamente, do mesmo tamanho da zona receptora,não podendo ser expandidos, portanto. 51, 52 Por fim, as expansões de pele são utilizadas paracobrir regiões adjacentes, sendo que esse processo é longo, muitas vezes doloroso,necessitando de muitos retornos e procedimentos. 50 Muitas vezes, os tecidos expandidospodem se tornar estirados de tal forma que podem gerar complicações como ruptura, infecçãoe necrose da pele. 53Portanto, essas inúmeras dificuldades levantadas, muitas vezes, impediam ou contraindicavama realização da ressecção total da lesão pela equipe cirúrgica ou, se realizada,infelizmente, em muitos casos, resultava em elevado índice de morbi-mortalidade e/ou emresultados funcionais e estéticos insatisfatórios. A partir de então, muitos pesquisadorespassaram a concentrar seus estudos em três principais direções: (1) desenvolver substitutoscutâneos que se aproximassem cada vez mais das qualidades da pele humana normal; (2)identificar formas de induzir a pele a cicatrizar a ferida por meio de regeneração ao invés dereparo (retração cicatricial); e (3) encontrar fatores que aumentem a velocidade decicatrização das grandes feridas. 42Assim, para esses casos, o substitutivo cutâneo ideal deveria apresentar as seguintescaracterísticas: (1) disponibilidade imediata e custo razoável; (2) não depender de áreadoadora cutânea do paciente, que muitas vezes não possui; (3) não ser rejeitado peloorganismo do receptor; (4) facilidade de manejo para a equipe cirúrgica no trans e pósoperatório;e (5) qualidade semelhante às características normais da pele humana em seuscomponentes dérmico e epidérmico. Nesse último quesito, alguns fatores devem serobservados a fim de se conseguir uma proximidade maior com a pele humana: (a)comportamento mecânico (textura, elasticidade, resistência e turgor), (b) aparência cosmética,(c) defesa antibacteriana, (d) adequada cicatrização da pele após injúrias, bem como, (e)crescimento da pele acompanhando o crescimento do resto do corpo do paciente. 60Na constante busca por alternativas que permitam tratar essas lesões e minimizar essesprejuízos citados -- bem como para tratar outras lesões, como queimaduras extensas e suas
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