1. INTRODUÇÃOA palavra “nevus” é um termo proveniente do latim e significa, genericamente, “sinalde nascença”. Já o nevus melanocítico (NM), de forma mais específica, trata-se de umaneoplasia benigna de melanócitos que se transformaram, morfofuncionalmente, em um tipo decélula denominada nevócito. Os nevus melanocíticos podem ser congênitos ou adquiridos. Osprimeiros apresentam uma incidência de apenas 1%, enquanto os últimos manifestam-se deforma bem mais freqüente. 1-3O nevus melanocítico congênito (NMC) pode estar presente em todas as raças, emambos os sexos e em qualquer área do corpo. Ocorre em cerca de 1 a 3% dos neonatos. Seutamanho pode variar de 0,5 cm a até, teoricamente, toda a superfície corpórea da criança. 2-4Na revisão da literatura 1-14 , encontrou-se, pelo menos, sete formas diferentes de se classificaros NMC pelo tamanho. A classificação mais utilizada define que o nevus congênito gigantedeve possuir, pelo menos, 20 cm de diâmetro no adulto ou 8 cm na criança. 1-10 Novas formasde classificação, por porcentagem de superfície corporal, estão sendo cada vez mais utilizadasrecentemente, pelo fato de ser um modo mais individualizado e fidedigno para cada paciente,relacionando a sua superfície ao tamanho da lesão, sem impor um número arbitrário. 11-14Dos vários tamanhos de NMC, o mais preocupante, em termos de gravidade, é o nevusmelanocítico congênito gigante ou, mais simplificadamente, nevus congênito gigante outambém denominado nevus piloso gigante, por sua característica, quase universal, deapresentar pêlos (em 95% dos casos). 1-3O nevus congênito gigante (NCG) é uma lesão cutânea que, além de suas grandesdimensões, em geral, apresenta uma superfície elevada, rugosa, intensamente pilosa, compigmentação heterogênea e com bordos irregulares, porém bem delimitados. Sua coloraçãotende a ser acastanhada, entretanto pode variar bastante: da cor da pele ao negro. 2, 3 Emborapossam estar presentes em qualquer superfície anatômica cutânea, alguns autores descrevem odorso e as coxas como áreas de maior incidência 4, 5 , sendo que, por sua origem embriológicaser neuroectodérmica, as lesões tendem a acompanhar um dermátomo. O NCG, se nãomalignizado, não cresce, apenas acompanha o crescimento corporal da criança. 34, 10incidência está estimada em 1: 20.000.A importância do estudo do NCG reside: (1) no risco mais elevado de malignizaçãopara melanoma quando comparado a nevus de tamanhos menores 1-8, 11-28 ; (2) na possibilidadeSua
2de associação com um quadro neurológico grave denominado melanose neurocutânea(quando as células da névicas invadem primeiramente as leptomeninges e, depois, a medula eo encéfalo); e (3) no grave problema estético causado pela lesão, devido às suas grandesdimensões e possíveis localizações, principalmente em regiões nobres e muito expostas docorpo, como face, pescoço e membros, culminando muitas vezes em graves distúrbiospsicossociais para o indivíduo portador, se não tratado. 1-3Atualmente, em todo mundo, existem inúmeros tratamentos sendo utilizados para oNCG, não havendo, ainda, um consenso absoluto para tal. Técnicas menos agressivas einvasivas como a curetagem neonatal 29-31 , a crioterapia 3 , a dermoabrasão 32, 33 e os vários tiposde laser 9, 34-40 têm sido bastante pesquisadas e vêm sendo utilizadas por alguns centros, porémestudos recentes 9, 29, 32, 38, 40, 41 demonstraram que não são suficientemente seguras, já que nãoeliminam todo o conjunto de nevócitos susceptíveis à malignização, pois retiram apenas ascamadas mais superficiais da pele.O uso de uma técnica cirúrgica de ressecção total da pele, seja em um ou mais temposcirúrgicos, requer inevitavelmente técnicas eficientes e cada vez mais práticas de cobertura daregião cruenta produzida. Atualmente, existem à disposição várias técnicas de coberturacutânea. Dentre as principais técnicas convencionais de cobertura cutânea em uso atualmente,podemos citar: os enxertos dermo-epidérmicos autólogos de espessura parcial ou total, aexpansão de tecido e os retalhos livres ou pediculados. 42-44Entretanto, mesmo sendo possível o uso dessas técnicas de cobertura cutâneaconvencionais, existem casos em que o tratamento cirúrgico se torna difícil, seja porinviabilidade técnica (por exemplo, ausência de área cutânea doadora disponível), seja pelagrande possibilidade de resultados de qualidade estética insatisfatória. 45-50Quando a ressecção de pele é muito profunda, ao nível da fáscia muscular, o enxertode pele de espessura parcial não é suficiente para reconstituir o componente dérmico da peleda região operada. Já o enxerto de pele de espessura total e os retalhos exigem que a zonadoadora seja, aproximadamente, do mesmo tamanho da zona receptora. 51, 52 Por fim, asexpansões de pele exigem um processo terapêutico longo, muitas vezes doloroso,necessitando de muitos retornos e procedimentos, além de uma área corporal viável para ser50, 53realizado.Esta situação muitas vezes resulta em negativa na realização do procedimento pelaequipe cirúrgica ou, se realizado, em elevado índice de morbi-mortalidade e resultadosestéticos insatisfatórios. Assim, na constante busca por alternativas que permitam tratar essaslesões de forma mais eficaz, buscando minimizar essas dificuldades citadas, vários estudos
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