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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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97utópico, e no campo das ciências com, por exemplo, a medicina social. Era necessárioestabelecer mecanismos mais sólidos de disciplinamento da classe trabalhadora.Com relação à assistência à pobreza, essa não deve ser interpretada comorepresentação de políticas de garantia de direitos sociais; pelo contrário possuía umcaráter sempre repressivo e determinado pelas necessidades postas pelo mundo daprodução. A política de assistência à pobreza sob controle do Estado tem início com opróprio capitalismo em sua fase de acumulação primitiva. Como vimos, um doselementos fundamentais dessa fase é a expropriação dos camponeses de suas terras afim de liberá-los para o trabalho na indústria nascente. Todavia, uma “questão” comque teve de lidar o Estado burguês é o fato de não existir um emprego de trabalhadoresnas manufaturas em número correspondente ao de expulsos do campo. A palavra“questão” aparece aqui entre aspas para que se evite juízo valorativo a seu respeito, afim de podermos apreender em suas raízes o processo correspondente ao que Marxdefiniu como formação da superpopulação relativa. Esse processo, que corresponde àconstituição de uma massa de trabalhadores expropriados em número maior do que asvagas geradas no processo produtivo, apresenta-se intrínseco às relações sociaiscapitalistas e garante um mecanismo de rebaixamento do preço da força de trabalhopelo mecanismo de concorrência a partir da constituição de um exército industrial dereserva. A conseqüência mais direta desse processo é que a pauperização tornou-se umproblema em toda a Europa e passou a representar um “perigo” para sociedade deentão. Desse período em diante, o Estado tem se ocupado de tratar a questão dapobreza conforme as necessidades impostas pela dinâmica do capital, funcionandocomo um “agente regulador” e disciplinador da oferta de força de trabalho. Durante ofeudalismo as atitudes em relação à pobreza, por parte da Igreja, eram mais“protetoras” e “cuidadoras”. O número de pobres era pequeno, pois os trabalhadoresencontravam-se vinculados à terra e conseguiam garantir seu sustento. Aqueles, raros,que não eram absorvidos pela “rede social” das comunas e feudos o eram pelasatividades de cunho filantrópico religioso. A partir do século XVII, os programas deassistência à pobreza que eram mais amplos e controlados pela igreja, passam sercontrolados pelo Estado e assim prosseguirão por vários séculos. A assistência e as

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