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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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87método, não se apresenta todo esse “poder” por parte das ciências. Pensamos, pelocontrário, que esse é um movimento mais profundo, na infraestrutura social, queaspectos superestruturais como as diversas teorias científicas acabam por expressar ereproduzir. Analisemos essa questão onde ela se apresenta de maneira maisdesenvolvida – a sociedade capitalista – e isso nos dará elementos para compreendê-laem outros momentos onde a consubstancialização do objeto do trabalho em saúde naforma do corpo não se apresentava com tamanha concretude. Pois bem, comosabemos, uma das características da sociabilidade do capital é o fato de colocar o valorde troca como o centro de suas atenções. Isso porque é através da hegemonização dovalor de troca sobre o valor de uso que a busca do lucro se coloca acima da satisfaçãodas necessidades dos seres humanos. Por isso é fundamental que tudo passe aapresentar, além de valor de uso, valor de troca, constituindo-se assim em mercadoria.Isso fez do modo de produção capitalista a sociedade produtora de mercadorias.Desde produtos inanimados até o mais animado de todos os produtos – o trabalho –passam a se tornar mercadorias. Ora, surge uma “pequena” contradição, o trabalhotorna-se uma mercadoria, porém o trabalho não existe sozinho, “solto” no mundo. Otrabalho existe concretamente, ou como produto do trabalho, ou como capacidade detrabalho. Nesse segundo caso, como conseqüência de se transformar a força detrabalho em mercadoria, o capital inevitavelmente também acaba por reificar o própriosuporte da força de trabalho – o ser humano. É esse o alicerce que possibilita àsociedade capitalista definir como objeto das práticas em saúde, não a vida humana emtoda sua complexidade, mas simplesmente “uma coisa” – o corpo humano. E mais, ocorpo humano doente, pois é esse que se torna uma questão importante para essasociabilidade.Ao analisarmos uma outra forma de sociabilidade, a feudal, por exemplo,poderemos ver que as representações acerca das práticas em saúde diferenciam-secomo conseqüência da diferente forma de relação entre as classes no processo deprodução da existência. A ausência de um mercado mundial de consumo integradohegemonizador da forma mercadoria fazia com que a pressão pela produtividade dotrabalho não se apresentasse de maneira tão intensa e, consequentemente, o grau de

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