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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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76trabalho subsumido ao capital; sejam elas, o estabelecimento da cooperação,objetivação ou parcelarização do trabalho. Longe disso, possivelmente o setor estataltenha sido onde esse processo se deu de forma mais acentuada, embora se mantivessefora do âmbito direto da acumulação do capital. Porém, a apresentação dascaracterísticas e dimensões do setor estatal é também determinada pelas fases deacumulação pelas quais passa o capital. Uma dessas fases é aquela que vai até openúltimo quarto do século XX, período no qual o capital incumbiu o Estado porgrande parte da responsabilidade de garantir a reprodução da força de trabalho,desonerando-se assim dessa tarefa. O auge dessa política deu-se com o Estado deBem-Estar Social europeu. No entanto, a partir da crise de acumulação iniciada nadécada de 70 os Estados nacionais começam a abrir mão desse papel (COGGIOLA, O.& KATZ, C, 1995). São vários os motivos e dentre eles podemos destacar dois comocentrais: em primeiro lugar a própria crise de acumulação do capitalismo levando auma crise fiscal dos Estados nacionais impossibilitando-os assim de manter políticaspúblicas onerosas; e o fato de que o capital em virtude da crise começa a ter de lançarmão de novas estratégias a fim de compensar a queda tendencial da taxa de lucro.Entre essas estratégias, como vimos no primeiro capítulo, está a subsunção ao capitalde processos de trabalho até então improdutivos, como é o caso de várias formas dotrabalho em serviços (ANTUNES, 1995; HARVEY, 2004). Ou seja, a produção deuma mercadoria por um produtor independente ou pelo setor estatal não contribuidiretamente para a acumulação do capital, porém se essa mesma mercadoria forproduzida por trabalhadores contratados por empresas capitalistas extrai-se mais valiae adentra-se o ciclo do capital produtivo. Citamos aqui os exemplos dos trabalhos emeducação e saúde por serem mais próximos de nosso objeto de pesquisa, porém nãosão os únicos. Mesmo serviços mais diretamente ligados à produção de “bens”, comotransporte, limpeza, vigilância, deixam de ser executados pelas próprias indústrias epassam a ser terceirizados para empresas especializadas nesses serviços. Assimconstituem-se verdadeiras “indústrias dos serviços”; São indústrias por serempropriedade privada de capitalistas, que empregam força de trabalho assalariada com afinalidade de produzirem mercadorias na forma de serviços que serão vendidos aos

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