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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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66concretas de trabalho e usá-los como sustentáculo de um conceito universal. Já seelencou como aspecto comum a todos os tipos de “trabalho em serviços”, porexemplo, a sua pretensa “imaterialidade”(HARDT &NEGRI, 2001); ou localizaramnono campo do “trabalho intelectual”, recorrendo à já estudada divisão do processo detrabalho (MILLS, 1979); ou, ainda, usaram como elemento central de sua definição,sua inerente improdutividade (OFFE, 1991). Muitas vezes o conceito do que seria,enfim, o “trabalho em serviços”, pela dificuldade em estabelecê-lo, esteve vinculado adefinições negativas. O “trabalho em serviços” seriam todas as formas de trabalho quenão se encaixassem na definição de trabalho industrial; ou que não pertencessem aosetor primário (indústrias de extração e agricultura) nem ao setor secundário (indústriade transformação). Claus Offe, talvez a principal referência nessa temática, por sededicar ao estudo do trabalho sob o capitalismo contemporâneo, em especial aochamado “trabalho em serviços”, julgou ter resolvido a questão quando propôs aseguinte definição:Na nossa abordagem, a identidade sociológica de todas as atividades de prestação de serviçosconsiste em que todas elas têm a ver com a segurança, conservação, defesa, vigilância,certificação de formas históricas de circulação e das condições funcionais de uma sociedade eseus sistemas parciais. Sua característica distintiva é a ‘manutenção de algo’. Essa atividade demanutenção pode perfeitamente dirigir-se a objetos físicos – como nas atividades produtivas.Como exemplos de tais serviços ‘materiais’ temos os trabalhos de conserto e limpeza, serviçosde saúde, e trabalhos de desenvolvimento técnico. No entanto, esses serviços materiais sedistinguem das atividades produtivas na medida em que são efetuados para a manutenção dascondições físico-técnicas da produção, e não enquanto produção; sua relação com a produçãoé, antes de mais nada, reflexiva. (OFFE, 1991; 18)Como tentaremos demonstrar, todas essas tentativas de definições representamapreensões, pelos respectivos autores, de aspectos parciais acerca do fenômenochamado “trabalho em serviços”. Apreendê-lo em sua totalidade e, principalmente,não incorrer no equívoco de cristalizar um momento, visto que seu objeto continua emconstante transformação, parece ser o grande desafio. Algumas respostas para essasdificuldades, a nosso ver, podem ser encontradas se nossa análise partir, não doparticular – essa ou aquela forma concreta de trabalho – mas do universal.Compreender o fenômeno em sua universalidade, suas determinações e inter-relaçõesmais gerais, permite estabelecer um diálogo mais fidedigno com cada apresentação

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