ROGÃRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÃAS NO MUNDO DO ...
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64trabalhador parcelar, qualificando-o assim para a manufatura e a indústria? Isso nãosignifica negar as conseqüências da unilateralidade, do trabalho alienado e degradantesobre o desenvolvimento do gênero humano, negando assim a luta pela construção denovas relações sociais no processo de produção da existência humana. Significa,todavia, apreender esse processo como também determinado por condições materiaisnecessárias ao desenvolvimento da humanidade em determinado período histórico.Vejamos agora como se apresentam essas tendências da qualificação para o trabalhosob o capitalismo em um setor mais “atípico”.
653 A QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO EM SERVIÇOSTodas as coisas de que falo são de carnecomo o verão e o salário.Mortalmente inseridas no tempo,estão dispersas como o arno mercado, nas oficinas,nas ruas, nos hotéis de viagem.(GULLAR, 1998: 24)Ao elegermos como objeto de análise o processo de transformações pelas quaisvem passando a qualificação do trabalho em saúde surge imediatamente à nossa frenteo conceito de “serviços”. A temática do chamado “trabalho em serviços” tem sido focode acaloradas polêmicas, principalmente, a partir da década de 70. De uma maneirageral, essas polêmicas têm girado em torno de questões como: a dinâmica decrescimento desse setor; as semelhanças e diferenças entre o trabalho em serviços e otrabalho industrial; e, consequentemente, acerca de até em que nível o primeiro passapelos mesmos processos históricos que o segundo em relação a vários aspectos comoorganização interna do processo de trabalho, possibilidade de autonomia dostrabalhadores na execução e controle, relação entre trabalho manual e intelectual, entreoutros (MILLS, 1979; BRAVERMAN, 1987; OFFE, 1991; HARDT & NEGRI, 2001).Pensamos que grande parte dessas divergências pode ser resumida em duas questões,quais sejam: a questão da natureza tecnológica de alguns processos de trabalhochamados “serviços”, o que coloca especificidades em seu operar e, postas estasespecificidades, como se dão seus processos de subsunção às relações sociais deprodução capitalistas.Antes, porém, de adentrar esse campo obscuro das polêmicas e contradiçõestorna-se fundamental proceder a um inventário da gama de conceitos e categoriaspertencentes ao campo do chamado “trabalho em serviços” a fim de delinearmosmelhor o cenário de nosso debate. E aqui já aparecem as dificuldades dos diferentesautores para conseguirem chegar a definições comuns e coerentes acerca de um objetoaparentemente comum. A maioria das definições relativas a esse objeto – o trabalhoem serviços – tenta buscar aspectos comuns presentes em várias apresentações
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653 A QUALIFICAÇÃO <strong>DO</strong> TRABALHO EM SERVIÇOSTodas as coisas de que falo são de carnecomo o verão e o salário.Mortalmente inseridas no tempo,estão dispersas como o arno mercado, nas oficinas,nas ruas, nos hotéis de viagem.(GULLAR, 1998: 24)Ao elegermos como objeto de análise o processo de transformações pelas quaisvem passando a qualificação do trabalho em saúde surge imediatamente à nossa frenteo conceito de “serviços”. A temática do chamado “trabalho em serviços” tem sido focode acaloradas polêmicas, principalmente, a partir da década de 70. De uma maneirageral, essas polêmicas têm girado em torno de questões como: a dinâmica decrescimento desse setor; as semelhanças e diferenças entre o trabalho em serviços e otrabalho industrial; e, consequentemente, acerca de até em que nível o primeiro passapelos mesmos processos históricos que o segundo em relação a vários aspectos comoorganização interna do processo de trabalho, possibilidade de autonomia dostrabalhadores na execução e controle, relação entre trabalho manual e intelectual, entreoutros (MILLS, 1979; BRAVERMAN, 1987; OFFE, 1991; HARDT & NEGRI, 2001).Pensamos que grande parte dessas divergências pode ser resumida em duas questões,quais sejam: a questão da natureza tecnológica de alguns processos de trabalhochamados “serviços”, o que coloca especificidades em seu operar e, postas estasespecificidades, como se dão seus processos de subsunção às relações sociais deprodução capitalistas.Antes, porém, de adentrar esse campo obscuro das polêmicas e contradiçõestorna-se fundamental proceder a um inventário da gama de conceitos e categoriaspertencentes ao campo do chamado “trabalho em serviços” a fim de delinearmosmelhor o cenário de nosso debate. E aqui já aparecem as dificuldades dos diferentesautores para conseguirem chegar a definições comuns e coerentes acerca de um objetoaparentemente comum. A maioria das definições relativas a esse objeto – o trabalhoem serviços – tenta buscar aspectos comuns presentes em várias apresentações