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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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59produzir um sapato durante o feudalismo é muito diferente daquele que necessita hojequalquer trabalhador parcelar de uma indústria de sapatos. Também o conteúdosuperestrutural é muito diverso no caso desse mesmo exemplo. É muito maior o graude disciplina necessário à realização de uma atividade parcelar, por isso monótona, editada por um ritmo externo e intensamente desgastante, só para citar um aspecto dadimensão superestrutural da qualificação para o trabalho. Logo, embora as duasdimensões da qualificação sempre existam, varia o conteúdo e a relação entre elas,determinada pela historicidade própria do desenvolvimento da humanidade e de suasformas de produzir a existência.Quando centramos nossa análise acerca da qualificação para o trabalho nomodo de produção capitalista – por constituir o lócus de nosso objeto – podemosperceber a manifestação de algumas tendências históricas apreendidas por Marx econfirmadas por inúmeros estudos e elaborações de outros autores, como osanteriormente citados nesse capítulo.Uma primeira tendência refere-se, como conseqüência da concorrência intercapitalistae da busca permanente de maior produtividade, à substituição progressivada força de trabalho (capital variável) por maquinaria (capital constante), ou detrabalho vivo por trabalho morto: o chamado aumento da composição orgânica docapital. Isso se deve ao fato de que o aumento da extração de mais-valia relativadepende fundamentalmente da diminuição do tempo de trabalho necessário. Envolve,portanto, diminuir o gasto com força de trabalho aumentando assim a objetivação dotrabalho.A substituição do trabalhador por máquinas historicamente tem-se realizadoatravés de um processo progressivo de parcelarização do processo de trabalho emvárias partes isoladas e mais simples tornando possível, assim, que tais práticas sejamincorporadas a um sistema autômato. Portanto, outra tendência histórica - aprogressiva divisão e simplificação do trabalho - possui suas bases materiais nessanecessidade do capital de aumentar constantemente a objetivação no processo detrabalho. Simplificando o trabalho, o capital diminui também o valor da força detrabalho, pois diminui seus gastos com qualificação. Essa progressiva simplificação do

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