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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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42política-ideológica sob o capitalismo. As diversas apresentações dessa superestruturaexercerão o papel de reproduzir essa relação de dominação da forma mais eficientepossível. A qualificação superestrutural, portanto, corresponderá a essas necessidadespostas pelas relações e pelo processo de produção sob o capital. Com a divisãomanufatureira do trabalho, e principalmente a partir do surgimento da indústria,começa a haver por parte do capital a instituição de formas de qualificaçãosuperestrutural para cada setor da força de trabalho. Aos trabalhadores intelectuais seráinstituído um processo de internalização de valores e concepções da classe dominante,processo que será facilitado pelas condições infraestruturais já presentes dedistanciamento desses em relação aos trabalhadores manuais, tanto salarialmente comodo ponto de vista do controle sobre o processo de produção. Os trabalhadoresintelectuais já surgem, portanto, como agentes do capital dentro do processo produtivo.Em relação aos trabalhadores manuais, terá o capital de iniciar também um intenso epermanente processo de adequação às relações de produção, e para isso se valerá devários mecanismos de disciplinamento, internos e externos ao processo de trabalho.Essa necessidade será evidenciada inicialmente durante a manufatura devido aparticularidades inerentes a essa forma histórica. A principal questão com o qual teráde lidar o capital nesse período será a resistência manifestada pelos trabalhadores aoprocesso de aprofundada divisão do trabalho. Devemos lembrar que o perfil dotrabalhador que “serviu” à manufatura era de dupla origem: de um lado os antigosartesãos e aprendizes e, de outro, a maioria formada por trabalhadores expulsos docampo. Nenhum dos dois tipos era o ideal para um processo de intensa divisão eespecialização do trabalho. Os antigos artesãos porque viam na manufatura umprocesso de progressiva expropriação de seu controle e conhecimento acerca dotrabalho, que tinha como conseqüência a degradação de suas condições de vida. E osantigos camponeses porque haviam trabalhado durante toda a vida de maneira menosintensa, menos disciplinada e com menor nível de monotonia, visto que o trabalhoagrícola, pelo baixo nível de desenvolvimento das forças produtivas nesse período,apresenta-se ainda excessivamente condicionado pelos tempos e condições impostospela natureza. Portanto, a adequação desses dois tipos de trabalhadores ao trabalho na

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