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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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40diferentes de trabalhadores: os trabalhadores manuais e os intelectuais. Sob as relaçõescapitalistas de produção, trabalho intelectual e manual conformam uma unidade deopostos. Ao mesmo tempo em que são indissociáveis e complementares, estabelecementre si uma relação tensa na qual o trabalho manual encontra-se dominado, subjugadopelo trabalho intelectual que tem a função de exercer o controle – sistematização eelaboração de conhecimentos, disciplinamento, gerência científica – do processo deprodução.As forças intelectuais da produção só se desenvolvem num sentido, por ficarem inibidas emrelação a tudo que não se enquadre em sua unilateralidade. O que perdem os trabalhadoresparciais, concentra-se no capital que se confronta com eles. A divisão manufatureira dotrabalho opõe-lhes as forças intelectuais do processo material de produção como propriedadede outrem e como poder que os domina. Esse processo de dissociação começa com acooperação simples, em que o capitalista representa, diante do trabalhador isolado, a unidade ea vontade do trabalhador coletivo. Esse processo desenvolve-se na manufatura, que mutila otrabalhador, reduzindo-o a uma fração de si mesmo, e completa-se na indústria moderna, quefaz da ciência uma força produtiva independente do trabalho, recrutando-a para servir aocapital. (MARX, 2001: 416)Assim, se dirá que o capitalismo, ao separar os trabalhadores em manuais eintelectuais, não somente separou o conhecimento (a ciência) do produtor direto comoo transformou em algo hostil a este (BRAVERMAN, 1987; ROMERO, 2005).Assim como a divisão do trabalho sofre uma mudança qualitativa com amanufatura, também a qualificação do trabalho, como conseqüência desse processo,sofrerá alterações profundas. Não mais caberá ao processo de qualificação a formaçãode um trabalhador do tipo artesanal, vinculado a um ofício por toda a vida o qualdomina integralmente. Pelo contrário, com a divisão manufatureira do trabalho essetipo de trabalhador torna-se desnecessário e até empecilho à produção. Do ponto devista da qualificação técnica manual, será necessário menos tempo e recursos para aformação de trabalhadores parcelares. Isso terá duas implicações práticas importantespara os trabalhadores: primeiro com a diminuição do tempo necessário à (re)produçãodo trabalhador – no aspecto da qualificação – diminui também o valor da força detrabalho. Também, como conseqüência desse processo, não mais existe a fixação dotrabalhador em um único ofício por toda a vida, pois, as tarefas parcelares a seremexecutadas podem ser aprendidas em poucos dias ou horas de treinamento. Portanto,

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