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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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183dos mesmos, ainda que em níveis diferenciados. Isso exigiria, por exemplo, que ostrabalhadores de nível técnico possuíssem uma formação que privilegiasse o domíniode alguns campos de saberes centrais para a articulação do trabalhador coletivo, paraalém das habilidades manuais parcelares. Noções de epidemiologia, de gestão notrabalho, de determinações sociais sobre os conceitos de corpo, normal, patológico.Isso não são habilidades a serem adquiridas como competências no processo detrabalho, mas conhecimentos que somente podem ser adquiridos a partir doaprofundamento no mundo das ciências. E o espaço para essa abordagem não é aqueledo mundo do trabalho, do treinamento em serviços de saúde, é o espaço da escola, daacademia.Mas não são somente as profissões de “nível técnico” que sofrem o assédio dapedagogia das competências. O processo de parcelarização também atinge o trabalhomais intelectual, como vimos, sendo a especialização médica um exemploemblemático. Pois bem, já começam a surgir experiências de reforma curricular paraessas profissões, também baseadas, em diferentes graus, na teoria das competências.No caso do curso de medicina isso se expressa, ainda que não explicitamente, naproposta do PBL (Problem based learning) que foi implantada em algumas faculdadesdo país e que tem como diretriz a utilização de “problemas práticos” como pontos departida para a reflexão teórica dos alunos e para a articulação das diversas disciplinas(BERBEL, 1998). A idéia geral dessas propostas é direcionar os estudos para osproblemas mais práticos do trabalho, hipertrofiando a parte do curso relativa a essasatividades em detrimento de carga “mais teórica”, como forma de estimular mais osalunos a se interessarem pelos conteúdos. Como os médicos deixam progressivamentede se constituírem como profissionais centralizadores do processo de trabalho emsaúde em sua totalidade, restam às propostas curriculares reduzirem a carga deformação voltada para as ciências básicas, aquelas que propiciam uma apreensãomenos prática e mais científica (mais ampla) acerca do corpo. Em compensação, cabedirecionar o processo de formação para atividades mais práticas, resolutivas deproblemas concretos, porque se entende que

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