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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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177maneira “tensa” e somente serão resolvidas mais adiante quando se apresentar, demaneira inadiável, a necessidade de outro salto qualitativo. Essa digressão dialéticafaz-se necessária a fim de, por um lado, relativizar o papel que podem cumprir osatores concretos nesses processos de mudanças; e, por outro lado, enfatizar o quantoesse papel é importante. Expliquemos-nos melhor. É preciso relativizar porque hámudanças que, sabemos, somente podem universalizar-se sob outras relações sociaisentre os homens. Mudanças que dependem de toda uma reconfiguração da forma desociabilidade estabelecida. Por outro lado, experimentar é fundamental porque apontaperspectivas, pari “embriões” cujo desenvolvimento futuro poderá consolidar euniversalizar. Caso o moinho de fitas não tivesse sido objeto de tentativas deimplementação e aperfeiçoamentos a partir de 1580 provavelmente não tivesse seu usoconsolidado quase dois séculos depois. Importa, portanto, perceber o novo enquantoestá embrionário a fim de tentar apreender o seu devir. Esses dois movimentos(relativizar e estimular o papel do atores concretos) são importantes para, por um lado,não incorrer em supervalorização de fatores “subjetivos”, “focais” etc., e, por outrolado, para não se prender a uma leitura “mecanicista” acerca do real, ignorando seumovimento e suas contradições.Assim como a tecnologia, a constituição do trabalhador coletivo em saúdetambém acompanha esse movimento contraditório. Por um lado, aprofundando cadavez mais a especialização e a fragmentação do trabalho, a divisão entre trabalhomanual e intelectual e, por outro, ensejando contradições advindas desse movimento,que precisam ser resolvidas pelo processo produtivo. As experiências citadas de“embriões” de “desespecialização”, por exemplo, podem ser tentativas de resoluçãodessas contradições, cuja “eficiência” a história julgará. A relação entre tecnologia etrabalhador coletivo, ou entre meios e agentes de trabalho, também se apresentapermeada por inúmeras contradições. A tecnologia, por exemplo, ao mesmo tempo emque contribui para a fragmentação e especialização do trabalho, pode representar meiode unidade do processo de trabalho, recompositora das múltiplas parcelas, epropiciadora do vínculo mediado entre agente e objeto.

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