12.07.2015 Views

ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

172infraestrutural ou técnica); outras possuem um caráter mais “sensibilizador” dostrabalhadores no seu apreender o sofrimento (qualificação mais superestrutural). Nãodetalharemos cada uma dessas propostas e elaborações. Queremos apenas destacarque, aqui nessas apresentações, também se constitui uma arena de disputa entrediferentes e, por vezes, antagônicas concepções. Por um lado, abre-se umapossibilidade, com a deterioração progressiva do vínculo pautado noautoritarismo/normativismo da racionalidade médica, de se construir novas relaçõesentre consumidores e produtores das práticas em saúde. Relações baseadas não maisna supremacia do proprietário individual do saber acerca do corpo, o que o torna,simbolicamente, proprietário do corpo do outro. Relações também não mais baseadasna dominação de alguns sujeitos sobre outros, expressando relações de representantesde classes antagônicas. Mas relações pautadas, na representação pelos trabalhadoresdos seus objetos como também sujeitos investidos socialmente na busca de certo graude autonomia nos seus “modos de andar a vida”. Representação que os levaria aacolher o portador do sofrimento, não com atitude piedosa que, em última instância,expressa o autoritarismo normatizador em relação ao submisso (o “paciente”), mascom atitude solidária que, potencialmente, significa a compreensão do sofrimentoindividual como expressão dos limites da relação da espécie com o mundo,representada nos seus “modos sociais de andar vida”.Por outro lado, porém, esses conceitos – acolhimento, humanização – podemser apreendidos e utilizados sob outra lógica, mais relacionada às necessidades postaspelas relações sociais para o trabalho em saúde nos tempos atuais. Como já vimos, astarefas postas para o trabalho em saúde sob as relações sociais capitalistas envolve areprodução da força de trabalho em sua dimensão infraestrutural (restaurar corpos parao trabalho) e superestrutural (consolidação de padrões sociais de normalidade). Comotambém pudemos constatar no capítulo primeiro, uma das características fundamentaisdo capitalismo, em relação à força de trabalho, é a constituição de umasuperpopulação relativa crescente, como conseqüência da alteração da composiçãoorgânica do capital, ou seja, em decorrência do avanço tecnológico e da substituiçãode trabalhadores por máquinas. Essa superpopulação relativa cumpre um papel

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!