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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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171interligados, muitas vezes sem um planejamento previamente definido. Qualquer novaqueixa demonstrada para o trabalhador parcelar significa a necessidade deencaminhamento para outro especialista e assim sucessivamente (CAMPOS, 1997).Como deve ser de conhecimento do leitor, o corpo orgânico é de uma riqueza ecomplexidade insuperáveis. Exemplo disso é que qualquer queixa, sensação,sofrimento, sem exceção, pode ser traduzida pela racionalidade médica na forma dealguma alteração anatomofisiológica. Quando não encontra em seu arsenal umadoença que possa representar alguma queixa nova, a medicina imediatamente “cria”novos adendos à sua nosologia. Tudo na tentativa incessante de captar o mundo esubsumi-lo, restringindo-o ao biológico. Mais uma vez faz-se necessário relembrar aoleitor de que não negamos a fantástica contribuição das ciências biológicas para odesenvolvimento de melhores técnicas para agir sobre o corpo. Estamos apenasenfatizando que essa contribuição não consegue e nunca conseguirá abranger atotalidade do objeto do trabalho em saúde. Outras ciências, do campo das ciências(humanas, sociais, econômicas etc.) têm contribuições importantes para aprimorar acompreensão acerca do sofrimento humano, a fim de melhor aliviá-lo. O problema éque a maneira como a racionalidade médica historicamente hegemonizou esse espaçoexcluiu a possibilidade dessas outras contribuições. Essa exclusão, sempre éimportante lembrar, é expressão do condicionamento do trabalho em saúde pelasrelações sociais capitalistas, naturalizantes do social. Pois bem, a questão é que o real,agora, mais do que nunca, insiste em adentrar os serviços de saúde e, comoconseqüência, o processo de trabalho é tensionado a buscar soluções tecnológicas paraas necessidades colocadas. Hoje, busca-se, cada vez mais, subsídios em outrasconcepções teóricas que possam orientar novas formas de apreender o sofrimento, quesão expressas tanto em elaborações teóricas quanto em experiências práticas. Essasformas referem-se a tecnologias como a do acolhimento, ou a diretrizes como a docuidado e da humanização (FRANCO; BUE<strong>NO</strong>; MERHY, 1999; LUZ, 2004b;AYRES, 2004; CECÍLIO; PUCINI, 2004; CAMPOS, 2005). Como dissemos, sãomuito diversas as várias concepções a respeito de cada conceito desses acima citados.Algumas têm caráter mais “racionalizador” do processo de trabalho (qualificação

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