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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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165Concordamos com CAMPOS (1992) que existem aspectos, no que o autordenomina como “forma neoliberal de produção de serviços de saúde”, que colaborampara a manutenção do ideal de autonomia, porém pensamos que a dimensão eimportância dos mesmos diminuem progressivamente visto que, também no trabalhoem saúde, os pequenos produtores isolados tendem a ser absorvidos pelos grandesmonopólios. Pensamos que as “formas atípicas” de relação dos trabalhadores com osmeios de trabalho – cooperativas, credenciamento de consultórios particulares –tendem, cada vez mais, a se constituírem em formas “veladas” de relações deassalariamento.Ainda em relação à tecnologia, pensamos ser importante ressaltar sua gênese efunção inicial. Os instrumentos e técnicas surgem de um processo contínuo deintervenção prática do homem sobre seu objeto de trabalho. À medida que o homematua, melhor apreende seu objeto, elabora novos conhecimentos acerca do trabalho(ciências, saberes) e transforma os “modos de operar” através da incorporação dessesnovos saberes na figura de suas expressões “operativas”, quais sejam, as diversasapresentações tecnológicas, sejam técnicas, sejam instrumentos de trabalho. Logo, afunção geral da tecnologia é a de facilitar/aprimorar a intervenção do homem noprocesso de produção social da existência. Esse não é um processo surgido com omodo de produção capitalista, sempre é importante lembrar. Pelo contrário, éconseqüência da única atividade ontologicamente humana, o trabalho (LUKÁCS,1979). Não há como negar o espetacular avanço ocorrido na área de ciências tanto asditas “naturais”como a biologia, química, física, quanto as sociais como a filosofia,história, sociologia etc., e o impacto que as mesmas exercem sobre o trabalho emsaúde. Hoje, sua capacidade de conhecimento e intervenção sobre seu objeto, mesmoque se tente restringi-lo ao corpo anatomofisiológico individual, alcança níveis jamaisimaginados pela humanidade. A questão que se coloca é o fato de as relações sociaiscapitalistas forjarem uma relação de antagonismo entre o ser humano e o mundo porele construído como em nenhuma sociedade anterior. Os produtos do trabalhohumano, entre eles a tecnologia, apresentam-se para o trabalhador como encarnação docapital, que os domina, e não como objetivação de seu trabalho. É necessário, portanto,

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