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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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162cuja ciência orientadora não está sob seu domínio. O que se apresenta nessa forma derelação tensa, a nosso ver, é mais do que uma simples reconfiguração tecnológica dotrabalho, mas uma expressão, ao nível das práticas, de uma disputa histórica entre duasdiferentes concepções acerca da saúde e da doença na sociedade. Por um lado, aclínica, corrente hegemônica que se consolidou como o método direcionador damedicina a partir da sua adequação às relações sociais capitalistas, por apreender oprocesso saúde-doença como de caráter individual e naturalizante. E, por outro lado, aepidemiologia, resultado da adequação de concepções emancipadoras à racionalidademédica, como método de apreensão da saúde e da doença como processo coletivo.Apesar de a clínica ainda ser hegemônica, parecem surgir “tensões” a essa hegemonia,advindas da incapacidade que tem apresentado o trabalho em saúde organizado sobsuas diretrizes de impactar de forma significativa as condições de saúde da população.Pensamos que essa incapacidade é apreendida tanto pela população através dasconstantes manifestações de insatisfação em relação aos sistemas de saúde, quantopelos trabalhadores que a expressam através do desânimo cotidiano em relação aosresultados de seus trabalhos. Evidentemente não estamos abstraindo os demais fatoresconformadores dessa insatisfação como, por exemplo, precárias condições de trabalhoe salariais. Mas estamos ressaltando que um fator importante para a satisfação dotrabalhador com seu trabalho é a visualização do impacto social de suas práticas.Evidentemente que isso somente pode estar posto para o conjunto dos trabalhadoressob outras relações sociais, não alienantes, onde o trabalhador reconheça no trabalhonão “um meio de vida”, mas o “fim último da existência”, o elemento que o liga aogênero humano. Mas também pensamos que existem trabalhos que produzem grausdiversos de alienação, ou seja, graus diversos de estranhamento e de insatisfação dotrabalhador em relação à sua atividade e aos produtos da mesma (MÉSZÁROS, 2006).No caso do trabalho em saúde, onde esfera de produção e consumo são unidas,ocorrem no mesmo espaço/tempo, a alienação tende a apresentar-se em menor grauquando comparada à produção de “bens materiais”. Pensamos que um dos fatoresresponsáveis por ampliar o nível de alienação dos trabalhadores da saúde em relaçãoao seu trabalho seja a não visualização em dimensão mais ampla dos impactos do

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