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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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161ser abalada em sua hegemonia, ela deixa mostrar “fissuras” pelos quais começam a“respirar” outras concepções/métodos 25 que estiveram por muito tempo subordinados emesmo por ela “sufocados”. E a epidemiologia é a que se apresenta com maiorlegitimidade; legitimidade científica conquistada, como bem lembram MENDES-GONÇALVES (1994) e AYRES (2002), à custa do abandono no passado de seu maiorpotencial emancipador, em meio ao processo de subordinação à racionalidade médicahegemônica, poisSe a Medicina Social se propunha como prática política, a Epidemiologia, resguardada nopanteão das ciências, desdobrar-se-á em aplicações que aspiram ao estatuto de técnicaspuramente. Proporá não modificações no social diretamente, mas nos efeitos do social sobreos indivíduos. Em vez de propor a modificação das condições que resultam em situações dehabitação e nutrição insalubres, por exemplo, proporá que os ‘hospedeiros’ sejam protegidosatravés do isolamento das fontes de infecção, da correção das condições infra-estruturais dahabitação, da educação para melhor nutrição possível e para a higiene, etc., etc., etc.(MENDES-GONÇALVES, 1994: 80).Mas, apesar desse movimento histórico de acomodação ao instituído, aepidemiologia continua apresentando-se como a única ciência a conceber e a tentarapreender o processo saúde-doença em sua dimensão coletiva, mesmo quandoutilizada para instrumentalizar práticas individualizantes. Logo, vemos como avanço ofato de existirem experiências que tentam trabalhar as práticas de saúde dentro deprogramas ou projetos assistenciais direcionados, se não ainda hegemonicamente vistoque a clínica continua dominante, pelo menos com influência crescente daepidemiologia.Bem, retornando à relação tecnologia/trabalhador, podemos ver que no casodesses programas e normatizações organizados com forte influência da epidemiologiapode-se apresentar o fenômeno do estranhamento pelos trabalhadores cujas práticassejam aquelas historicamente embasadas na racionalidade médica. Aí, de fato, o que sesobressai é o estabelecimento de uma nova relação dos trabalhadores com métodos25 Podemos visualizar nesse momento de crise da clínica tradicional a expressão de diversasconcepções e práticas não hegemônicas no campo da saúde e que, até pouco tempo, não encontravamtanto espaço. É o caso das diversas apresentações de medicinas e terapias ditas “alternativas” comohomeopatia, fitoterapia, acupuntura, entre outras. Várias dessas, inclusive, já se encontram emprocesso avançado de “reconhecimento” pela ciência médica hegemônica.

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