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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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157possibilidade de superação de formas atrasadas como a do artesanato (produção debase individual) e da heterogestão (gestão capitalista do trabalho coletivo). Nãosignifica o retorno a uma nostálgica “autonomia” do trabalhador individual, mas sim asubordinação das práticas individuais ao plano coletivamente construído, seja emescala local, seja em escala social mais ampla. Discordamos de análises que vêem noartesanato a única forma de trabalho desalienante e por isso criticam a restrição àautonomia do trabalhador individual como intrinsecamente “desumanizante”(CAMPOS, 1997). Não queremos dizer aqui que seria interessante a abolição dapossibilidade de os trabalhadores possuírem no cotidiano do trabalho diferentesalternativas de executarem suas práticas a depender dos desafios postos por casosparticulares; não estamos nos referindo à interdição dessa “micro-autonomia”, mesmoporque não acreditamos que isso seja possível no caso do trabalho em saúde, devido àjá descrita natureza peculiar de seu objeto. Queremos apenas ressaltar que a superaçãodo ofício, através da constituição do trabalho social, coletivizado, elevou a capacidadede apreensão e intervenção do Homem sobre o mundo a um ponto jamais alcançadopela humanidade. É bem verdade que as mesmas relações sociais que catalisaram essatransformação tornam-se empecilhos para a constituição de outras formas de produzir,mais humanizantes, como a autogestão. Porém, pensamos que as próprias contradiçõesgeradas sob essas relações de produção pedem resoluções pelos processos produtivosconcretos. No caso do trabalho em saúde, as formas hegemônicas de gestão parecemestar demonstrando seus limites em unir os trabalhadores em torno de um projetoassistencial que tenha impacto sobre a condição de saúde da população. Em vistadisso, outras formas de gestão esboçam-se como tentativas de resolver essascontradições. As experiências que tentam trabalhar com elementos da autogestãoparecem inscrever-se nesse quadro. Não devem ser as únicas, mas parecem ser aquelasque trazem elementos novos para o campo do trabalho em saúde. Outras surgem, masem sua maioria tendem a ser reapresentações de velhas formas com novas roupagens,como gestões pautadas na OCT que incorporam elementos da chamada “qualidadetotal” ou de “novas” técnicas de gerenciamento de recursos humanos pautadas emferramentas como “motivação”, “comprometimento” etc.

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