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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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156execução; rigidez em relação à divisão técnica do processo de trabalho; gerênciacientífica, entre outros. São experiências que vão desde estabelecimento de maiordemocracia na relação entre gerentes e executores até verdadeiros exercícios deautogestão do trabalho (CAMPOS, 1997, 2003; PEDUZZI, 1998; PIMENTA, 2000;O<strong>NO</strong>CKO CAMPOS, 2003). Estes últimos particularmente nos interessam, pois hárelatos dessas experiências tanto em nível de sistemas de saúde municipais quanto emunidades produtivas diretas, ou seja, em serviços de assistência à saúde. Não faremosaqui uma análise de experiências particulares, seus avanços e limites (os segundosgeralmente são muito maiores que os primeiros), os condicionantes políticos locais quefacilitaram suas emergências etc. Também não procederemos aqui à exortação deexperiências que, sob a égide de construir gestões “democráticas e participativas”,criam mecanismos de cooptação de trabalhadores e usuários do sistema de saúde.Queremos apenas ressaltar que quando, por exemplo, PEDUZZI (1998) relata aexistência de um serviço de saúde mental onde são discutidos e deliberadoscoletivamente elementos como, a organização interna do serviço, os planosterapêuticos para determinados casos clínicos, a relação do serviço com outros níveisde gestão etc., pode-se visualizar manifestações de relações novas ao nível daprodução que, inclusive, chocam-se com as instituídas. Essas experiências colocamelementos importantes como: a capacidade dos trabalhadores gerenciarem a produção;e a possibilidade de apropriarem-se do controle da totalidade do processo produtivopor meio do reconhecimento da interdependência entre as múltiplas parcelas dotrabalho. Isso pode contribuir para se tensionar alguns elementos responsáveis peloprocesso de alienação do trabalhador em relação ao seu trabalho sob relações sociaisantagônicas. Experiências como essas podem contribuir para que o trabalho sejaapreendido como mais “cheio de sentido”, para usar as palavras de ANTUNES (1995),fazendo com que o nível de responsabilização, por parte dos trabalhadores, para com oprojeto assistencial coletivamente (re)construído e com os sujeitos demandadores dosserviços ganhe outra dimensão. É importante lembrar que experiências de autogestãonão significam, ou não deveriam significar, formas de retorno à “liberdade” dostempos do artesanato. Pelo contrário, a autogestão do trabalho coletivo significa a

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