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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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154forma de racionalização pelo setor empresarial da saúde. Essa luta, nesse setor,apresentar-se-á de maneira contínua e ininterrupta, como dissemos acima, sem que ocapital consiga subsumir realmente o trabalho em saúde, o que lhe propiciaria ampliargrandiosamente a valorização. Apresenta-se, portanto, como uma “luta eterna” que nãotende a apresentar “soluções” diferentes das já citadas, como racionalizações pautadaspela lógica do lucro, burocratizações excessivas, trabalhadores parcelares cada vezmais alienados em relação à totalidade do processo produtivo.No caso do setor público de saúde o processo é mais complexo. Existe umatendência progressiva de esse setor ser permeado pela mesma lógica da produção deprocedimentos-mercadorias de assistência individual presentes no setor privado(CAMPOS, 1987, 1992; BRAGA & SILVA, 2001), embora o sistema de saúde estatalnão produza mercadorias. Nesse setor as crises advindas da “inadequação” devemapresentar-se de maneira semelhante à do setor privado, mas, a nosso ver, com umagravante. As formas de organização tecnológica criadas pelo processo produtivocapitalista como a OCT, por exemplo, servem à lógica da acumulação do capital. Esabemos como a concorrência inter-capitalista é o principal fator que impulsiona ocapital a perseguir a ampliação progressiva da produtividade do trabalho a fim degarantir o processo de acumulação. Nos setores em que este fator impulsionador nãoestá presente o ímpeto pela busca da maior produtividade é sensivelmente menor,mesmo com o uso desses mecanismos gerenciadores. Daí a origem de grande parte dasavaliações de improdutividade do setor público presentes, inclusive no senso comum:ninguém produz mercadorias com tanta eficiência quanto os setores produtivoscapitalistas. Some-se a isso uma contradição mais profunda, aquela relacionada aopapel do trabalho em saúde sob as relações sociais capitalistas. Lembremos que, sob asrelações capitalistas, o trabalho em saúde exerce um papel central: o de sercomponente do complexo e importante processo de reprodução da força de trabalho,seja no plano infraestrutural – manter os corpos íntegros para o trabalho – seja noplano superestrutural – consolidar padrões de normalização social reprodutores dasrelações sociais hegemônicas. Pois bem, será que essas expressões de “ineficiência” e“baixa resolutividade” podem apresentar contradições com esse papel fundamental do

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