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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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153seria exagero dizer que a grande maioria das chamadas “crises” do setor de serviços(baixa produtividade; pouca racionalização; desperdício; burocracia excessiva) sãoadvindas dessa “inadequação” intrínseca. Como o setor estatal, embora não produzamercadorias, tem sua dinâmica também determinada pelas relações capitalistas, seusmodos de produzir tendem a ser influenciados pela produção de “bens materiais”. Issofaz com que muitas dessas crises, reflexos dessa inadequação apareçam também nosetor público. A partir daqui podemos ter vários desdobramentos possíveis dessas“crises de inadequação”, a depender da lógica geral que direciona cada uma dasapresentações específicas do trabalho em saúde. Essas lógicas direcionadoras podemser, em última instância, resumidas em duas: a lógica privada de produção demercadorias-saúde; ou a lógica pública que não produz mercadorias, mas pode, ounão, organizar o processo produtivo sob a dinâmica da produção de mercadorias.Vejamos rapidamente os desdobramentos possíveis em cada uma delas.No caso da produção privada, a lógica é a de produção de mercadorias sob aforma de procedimentos ligados à assistência à saúde individual. Vende-se umaconsulta clínica, uma ecografia, uma cirurgia etc, sem que necessariamente esseprocesso tenha impacto sobre as condições de saúde do consumidor. Evidentementepara a realização do valor de troca é necessária a existência do valor de uso, portanto,esse consumo deve de alguma maneira satisfazer necessidades do consumidor,necessidades que, sabemos, podem ser estimuladas pelo próprio processo produtivo.No caso desse processo produtivo, como a maquinaria não é dominante, o trabalhovivo continua a ser o centro da produção e as “inadequações” acima citadasapresentam-se intrinsecamente. O capital, em sua tentativa de aumentar aprodutividade, busca racionalizar ao máximo o processo produtivo e diminuir ocontrole do trabalhador sobre a produção lançando mão, para isso, de inúmerosinstrumentos importados dos setores industriais, como diretrizes da OrganizaçãoCientífica do Trabalho - OCT, da chamada Qualidade Total, entre outros. Umexemplo é o caso do chamado Managed Care, analisado por MERHY (2000), comoprodução. Para maiores aprofundamentos ver o primeiro capítulo desse trabalho em seu item “Asmudanças no mundo do trabalho sob o capitalismo atual e seus impactos sobre a qualificação dotrabalho”.

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