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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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152interpreta-se equivocadamente que a gerência científica do taylorismo-fordismo teriasido a responsável por finalmente “dominar” o trabalho vivo, quando, na realidade, ofator responsável por tal foi, de fato, a maquinaria. Não são poucos os relatos da duraluta do capital na tentativa de subsumir o trabalho, desde a cooperação simples até amaquinaria. De controle infraestrutural – a divisão técnica extrema – ao superestrutural– disciplinamento físico e ideológico, criação de controles e gerências mais eficazesentre outros mecanismos (BRAVERMAN, 1987; ROMERO, 2005). Mas é com amaquinaria que a produção torna-se “especificamente” capitalista. Fizemos questão defazer esse longo relato, que pode ter se apresentado como excessivamente repetitivopara o leitor, com o objetivo de embasar a opinião segundo a qual não se podeclassificar como possuidoras do mesmo grau de capacidade de subordinação dotrabalho vivo, essas duas apresentações da tecnologia – a maquinaria e asnormatizações ou formas organizativas do trabalho. A primeira é, de fato, a únicacapaz de realmente subsumir o trabalho ao modo capitalista de produzir. Isso significadizer que em processos produtivos, como é o caso do trabalho em saúde, em que, pelanatureza de seu objeto, a maquinaria, na forma de sistemas de máquinas, não conseguetornar-se predominante, a dimensão subjetiva sempre será dominante. As outrasapresentações tecnológicas não conseguem cumprir o papel da maquinaria.Posto isso, fazem-se necessários alguns aprofundamentos. Dizer que o trabalhoem saúde não pode ser subsumido realmente ao capital não significa negar astentativas do capital nesse sentido. A prova de que elas existem são os vários modelosde organização do trabalho e de recursos humanos transpostos da produção industrialpara o setor saúde, seja em empresas privadas, seja na esfera da produção estatal. Parao capital constitui-se em grande problema o fato de vários trabalhos, como saúde eeducação, pertencentes ao chamado setor de serviços, pela natureza de seu objeto, nãopoderem ser subsumidos realmente à valorização. Ainda mais em um período em quea exploração desses setores apresenta-se como um paleativo importante para as crisesadvindas da produção industrial de outros ramos de produção 23 . Pensamos que não23 Lembramos que uma das características dessa fase do capitalismo monopolista é o fato de o capitalrecorrer a setores até então improdutivos, ou seja, não subsumidos à dinâmica de acumulação docapital, como forma de “compensar” a queda tendencial da taxa de lucro nos setores predominantes da

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