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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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151sujeitos envolvidos nesse processo percam a consciência da indissociabilidade dos doispólos. Isso contribui para que o trabalhador manual seja alienado em relação aoconhecimento do processo de trabalho. Concomitantemente a isso, o saber acerca dotrabalho, ao afastar-se do trabalhador manual, concentra-se em seu pólo oposto: otrabalho intelectual. Porém, com a tendência à especialização progressiva e àfragmentação do trabalho, mesmo a etapa intelectual do processo de trabalho vai sendoparcelada e, em conseqüência disso o trabalhador intelectual também vai perdendo osaber e o controle sobre o processo de trabalho como um todo. Esse é o momento emque o saber acerca do processo de trabalho passa a migrar dos trabalhadoresindividuais para o trabalhador coletivo. Até esse momento, embora os trabalhadoresindividuais não detenham mais o conhecimento e o controle integral sobre o processoprodutivo, o trabalhador coletivo os detém. Isso porque a dimensão subjetiva –trabalho vivo – ainda é predominante no processo produtivo. Essa é a apresentaçãopresente na manufatura e, como vimos, esse domínio do trabalho vivo ainda colocaempecilhos para a acumulação crescente do capital, tanto que Marx entende essa fasecomo de subsunção formal do trabalho ao capital. Ainda são os trabalhadores aditarem o ritmo e a forma de produzir. Não basta expropriar os meios de trabalho, ésomente quando o capital consegue expropriar dos trabalhadores o saber e,consequentemente, o controle acerca do trabalho que se conforma a subsunção real.Somente quando o saber consubstancializa-se na ciência e o controle em suaexpressão, a maquinaria, é que o trabalho morto subordina o vivo e a dimensãoobjetiva a subjetiva. É aqui, quando o saber dissocia-se do fazer que a tecnologiacomeça a apresentar-se para o trabalhador como externa a ele e como “força hostil queo domina” (MARX, 2001). Até o advento da maquinaria, a tecnologia resumia-se aosinstrumentos/ferramentas de trabalho e às técnicas e formas organizativas do trabalho.O que direcionava o trabalhador em seus atos eram as “normatizações”, as “rotinas”,“menos rígidas” no caso do artesanato, e “mais rígidas” no caso da manufatura. Porém,mesmo com a rígida divisão técnica do trabalho e o controle despótico dos “capatazes”de chão de fábrica – a gerência da manufatura –, o trabalho vivo continuavapredominando sobre o trabalho morto e ditando o ritmo da produção. Muitas vezes

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