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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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149só muito difícil e restrita, mas impossível pela própria natureza tecnológica deste trabalho(MERHY, 1997:98).Nessa citação, podemos perceber como o autor apreende com bastantepropriedade a relação dialética entre trabalho vivo e trabalho morto sob as relaçõessociais capitalistas. Ou seja, ambos tendem a conformar uma unidade de opostos ondea luta de um para dominar o outro é tensa e permanente. Vimos no primeiro capítulodesse trabalho que, no processo de surgimento e consolidação do modo de produçãocapitalista, existe uma tendência a se constituir gradativamente uma inversão nasposições de dominante e dominado pertencentes a essa relação. O trabalho vivo deplenamente dominante na produção artesanal vai sendo subordinado progressivamentea partir da cooperação simples e manufatura, até ser completamente dominado pelamaquinaria na grande indústria. Na manufatura o trabalho vivo ainda era dominante,pois a tecnologia apresentava-se somente na forma de ferramentas/instrumentos detrabalho e na forma de saberes/técnicas/normatizações pelas quais se operava otrabalho. Esse instrumental de trabalho, seja na primeira, seja na segunda forma, estavasubmetida ao controle e ao ritmo ditado pelo trabalho vivo. Além disso, oconhecimento acerca do processo de trabalho estava sob controle exclusivo dotrabalhador, inicialmente do trabalhador individual e depois do trabalhador coletivo. Oconhecimento e o controle sobre o processo de trabalho ainda não havia seconsubstancializado em um meio material, externo ao trabalhador. É somente com amaquinaria que isso se torna possível. Merhy acredita que tecnologias sob a forma denormatizações ou estruturas organizacionais do trabalho podem exercer o mesmopapel de controle e direção do processo de trabalho que a tecnologiaconsubstancializada na maquinaria. Ou seja, podem subjugar o trabalho vivo e“capturá-lo” com a mesma intensidade. Por isso, o autor, em sua proposta declassificação, engloba as três formas de tecnologia – máquinas, normatizações eestruturas organizacionais – naquilo que ele chama de “tecnologias duras”, emoposição a outras formas de tecnologias classificadas como mais leves, como é o casode disciplinas científicas, técnicas de relações interpessoais etc. O conceito de“dureza”, para o autor expressa o caráter de rigidez em “capturar” o trabalho vivo e

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