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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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146processo de fragmentação do trabalho, são tentativas de se reconstruir a figura dotrabalhador centralizador da assistência à saúde, o médico-artesão. Esse processo tentarealizar o movimento contrário, ou seja, o de reagrupar em um mesmo trabalhadordiferentes campos parcelares de práticas e saberes que se encontravam fragmentadossob domínio de distintos trabalhadores especializados. Exemplo disso são osresultados advindos de experiências que tentam, por exemplo, reconstituir nacontemporaneidade figuras como a do médico-artesão, na figura do médico de família.Como a medicina artesanal há várias décadas foi superada pela medicina tecnológica,permeada pela parcelarização/especialização e pela incorporação crescente detecnologia, qualquer tentativa de retorno àquela forma não produz o esperado. Oprocesso assistencial em saúde que estava sob controle quase integral do médico foiamplamente fragmentado e, cada um de seus campos parcelares delegados atrabalhadores especializados. No atual momento histórico, as tentativas de recomporum trabalhador, ao modo artesanal, tendem a produzir um trabalhador articulador dediferentes campos parcelares; um especialista em vários campos parcelares, ou seja,um médico que é ao mesmo tempo pediatra, clínico e ginecologista. É um generalistacom outra qualidade, pois é integrado ao processo produtivo na forma coletiva o queimpede o retorno a práticas artesanais. As tentativas de rompimento com aunilateralidade sob essas relações sociais parecem não resgatar necessariamente ocaráter de totalidade sob a forma do trabalho artesanal, individual. Pelo contrário,essas experiências vêm demonstrar que o controle sobre a totalidade do trabalho emsaúde não pode mais se dar na dimensão do trabalhador individual. Como pudemos verno primeiro capítulo desse trabalho, esse não é um processo pelo qual parece passarsomente o trabalho em saúde. No caso da produção de “bens materiais”, sob aespecialização flexível, vários autores advogam que já se conforma como conceitoimportante o de “multifuncionalidade” ou de “polivalência”, que está relacionado àcaracterística de um trabalhador assumir várias práticas parcelares (CORIAT, 1994;KUENZER, 2002a). Preferimos, como já argumentado em capítulo anterior,denominar esses trabalhadores como “multiparcelares”, pois, a nosso ver, expressamelhor esse movimento. Papel que, ao contrário de lhe propiciar a apreensão da

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