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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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144lhe propiciava o conhecimento e controle de todo o processo produtivo. À medida,entretanto, que a especialização progressiva absorve também esse agente, oconhecimento do trabalho em saúde passa a não se encontrar mais sob controle de umagente individual, mas sim do agente coletivo. Mas, como sabemos, a simplesreconstituição das partes não conforma o todo; a interdependência entre as diferentespráticas do trabalho em saúde não conforma necessariamente um processo produtivoorgânico, coerente. Daí, costumam surgir vários “ruídos”, “tensões” que servem desubsídios a diversas elaborações teóricas acerca da “irracionalidade” e “desperdício”no setor saúde, da “desqualificação” dos recursos humanos ou da “ineficiência” dedeterminados instrumentos de gestão, entre outros (RIBEIRO; COSTA; SILVA, 2000;AMANCIO, 2004; LIMA, 2005). Não estamos aqui querendo dizer que esseselementos não constituam questões importantes e que não expressem aspectosconstituintes do trabalho em saúde. Pelo contrário, geralmente eles elencam aspectospresentes na realidade cotidiana dos serviços; a questão posta é: será que não existe apossibilidade de estarmos apreendendo aspectos parciais e deixando de analisar outrosaspectos constituintes do real? Senão, vejamos; será que o mesmo movimento que criaessas contradições advindas da parcelarização/especialização no trabalho não poderádesenvolver elementos que propiciem a reconstituição orgânica do trabalho parcelado?Pensamos que sim e procuraremos demonstrá-lo, ou melhor, evidenciá-lo em trabalhosde diferentes autores, cada qual à sua maneira apreendendo aspectos desse processo.Um movimento que surge no processo de trabalho em saúde, como expressãoda tentativa de se reagrupar suas parcelas em um todo orgânico, refere-se àconstituição de campos de qualificação e práticas comuns a diferentes trabalhadoresparcelares. PEDUZZI (1998) pôde evidenciar como esse aspecto de “borramento” doslimites nítidos entre as práticas concernentes a diferentes trabalhadores contribui paraa constituição de um processo assistencial em saúde mais garantidor da integralidadeda atenção. A autora, em seu relato, ressalta como isso se manifesta fortemente nocaso de alguns serviços de saúde mental, como os CAPS – centros de atençãopsicossocial – onde várias práticas outrora restritas a um corpo profissional específicopassam a ser apreendidas por outros trabalhadores. É o caso de algumas condutas

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