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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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143produtivo, a assistência à saúde em práticas sob controle de diferentes trabalhadorestem como resultado, em última instância, a subdivisão no plano abstrato do objetodessas práticas, ou seja, o corpo, em diferentes fragmentos. Essa recomposição, porsua vez, em um todo orgânico e coerente não tem sido tarefa simples.Não trataremos aqui, pois já o fizemos em momento anterior desse trabalho, dosfundamentos de tamanha complexidade por parte do objeto do trabalho em saúde, suasmúltiplas determinações pelas relações sociais, econômicas e históricas e o impactoque as mesmas causam sobre a conformação das práticas em saúde. Como vimos, éessa complexidade que, por sua vez, determina que o trabalho vivo seja predominanteno trabalho em saúde em relação ao trabalho morto consubstancializado na tecnologia,em suas mais variadas apresentações. São peculiaridades de um trabalho cujo produtosocialmente útil consubstancializa-se, não em um “bem”, mas em uma atividade, umato. O produto socialmente esperado e necessário do trabalho em saúde é um atorestaurador e ou mantenedor do normal, normal que ao ser cientificamente traduzidona forma da organicidade biológica tende a ocultar as determinações sociais dospadrões de normalidade. Como a complexidade da relação entre o processo e oproduto do trabalho em saúde exige a presença do trabalho vivo como mediadorpredominante, a tecnologia fica secundarizada ao papel de acessório do trabalhador.Pois bem, com a divisão do processo de trabalho em etapas a cargo de diferentestrabalhadores, trabalhadores especializados cujo conhecimento restringe-se à sua etapaparcelar da produção, passa a ocorrer uma solução de continuidade entre as práticas,que impacta de maneira importante a produtividade do trabalho assistencial em saúde.Vimos que uma tendência importante do trabalho sob as relações sociais capitalistasrefere-se à parcelarização e a especialização/simplificação progressiva. Vimos tambémque, no século XIX quando começa a constituir-se o trabalho em saúde centralizadopor um trabalhador que detinha o conhecimento e, consequentemente, o controle sobreo processo de trabalho, essa contradição não estava posta, senão em germe. Issoporque embora existissem trabalhadores responsáveis por etapas parcelares doprocesso produtivo, este possuía na figura do médico-artesão o agente unificador daspráticas fragmentadas. Um trabalhador com uma qualificação cujo conteúdo técnico

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