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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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138É importante ressaltar que embora os saberes e técnicas de origem científicasejam os predominantes, não são os únicos a constituírem e direcionarem o modo detrabalhar em saúde. Esses “modos de operar” o trabalho podem ter outras origenscomo a prática cotidiana e as experiências acumuladas informalmente pelostrabalhadores ao longo de sua vida laborativa, o chamado saber tácito, por exemplo(SCHRAIBER, 1993; PEDUZZI, 1998; KUENZER, 2003). Todavia, com oprogressivo desenvolvimento tecnológico nessa área e a exclusão ou subordinação dotrabalho artesanal ao trabalho coletivizado, o saber tácito, que possuía papel central naprática dos físicos e até dos médicos-artesãos, passa a se tornar elemento menosnecessário e presente no trabalho em saúde.Os modelos tecnológicos de organização das práticas em saúde – a clínica, aepidemiologia, as diferentes concepções acerca da saúde e da doença, as diferentesconcepções de planejamento e organização do trabalho, entre outros – vão em suaconstituição conformando-se majoritariamente sob a égide dos preceitos científicos. Aciência passa a estabelecer o critério de legitimidade e a guiar as práticas dediagnóstico e terapêutica, seja através de equipamentos, seja através de conhecimentose técnicas (DALM<strong>AS</strong>O, 2000). Como é uma tendência inerente às relações sociaiscapitalistas a separação entre o trabalhador e o saber acerca do trabalho, tende adiminuir a dimensão subjetiva – o trabalhador – no direcionamento do processoprodutivo enquanto aumenta a dimensão objetiva no trabalho – a ciência e atecnologia.Pensamos que o que faz com que a forma de tecnologia consubstancializada emsaberes e técnicas seja predominante no trabalho em saúde, em relação às máquinas eequipamentos, seja a natureza de seu objeto. Ou seja, a complexidade que envolve oato de cuidar, restaurar ou manter a integridade funcional do corpo, mesmo que sejasomente em seu aspecto anatomofisiológico, impossibilita sua transferência para ummecanismo formado por máquinas, a não ser em etapas bem delimitadas do processoprodutivo e sempre subordinadas ao trabalho vivo. Porém mesmo técnicas e “modosde operar” o trabalho, segundo MERHY (1997) e CAMPOS (1997), passam a exercercada vez mais o papel de limitar a autonomia do trabalho vivo, contribuindo para

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