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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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136transformado pela incorporação de novos meios diagnósticos e terapêuticos dandoorigem à fase da medicina tecnológica.Bem, mas dissemos em parágrafo anterior que a tecnologia consubstancializadaem máquinas e ferramentas é apenas uma das apresentações possíveis dos recursostecnológicos. E, no caso do trabalho em saúde, ao analisarmos sua limitada inserção,em relação à indústria produtora de “bens”, podemos entender porque as elaboraçõesdos principais autores a tratarem desse tema são centradas em outra apresentação datecnologia: aquela consubstancializada em saberes, técnicas, ou seja, “formas deoperar” o trabalho em ato. Vejamos, mais de perto, esse tipo de tecnologia quandopresente no trabalho em saúde.Vimos que existem diversas formas de apresentação desses recursostecnológicos, entre eles: estruturas organizacionais do trabalho, disciplinas científicas,normatizações, técnicas de relações interpessoais etc. Dentre esses “modos de operar”o trabalho, a moderna clínica, como expressão tecnológica das ciências centradas nadoença do corpo anatomofisiológico – a patologia, anatomia, fisiologia – consolida-secomo hegemônica no processo assistencial em saúde. Como vimos, as necessidades docapitalismo em relação ao trabalho em saúde são de duas naturezas: a primeira refereseà necessidade de reprodução da força de trabalho e demandou maior intervenção doEstado a partir do século XVIII; a segunda refere-se ao papel de normalização social,que ganha maior dimensão com a assistência individual a partir do século XIX. Poisbem, o instrumento principal para a primeira tarefa não foi a medicina individual, masinstrumentos para intervenção sobre a saúde coletiva. Era o momento de constituiçãodos grandes centros industriais e surgiam como questões importantes as condiçõeshigiênico-sanitárias relacionadas à reorganização do meio urbano, que eram objetos deintervenção das diferentes apresentações da medicina social ou coletiva. Uma vezencarada essa fase estrutural de reconfiguração do meio urbano passa a apresentar-secomo necessidade histórica para o capital o papel de normalização social, ou seja, anecessidade de intensificar a incorporação pelos cidadãos dos valores e padrões denormalidade social dominantes sob as relações sociais capitalistas (COSTA, 1979;LUZ, 1982, 2004a; FOUCAULT, 1994). É a partir desse momento, e dessa tarefa, que

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