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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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135de “liberar” o trabalhador de etapas do processo de trabalho. Esses mesmos monitores,por exemplo, ao manterem constantemente informados os dados acerca da funçãocardio-respiratória, liberam os trabalhadores desse papel. Já foi afirmadoanteriormente que a função da maquinaria sob o capitalismo não é a de diminuir otrabalho do trabalhador, mas de aumentar a produtividade do trabalho. No caso dotrabalho em saúde, alguns autores (<strong>NO</strong>GUEIRA, 1987; PIRES, 1998) o confirmaram,demonstrando como em serviços onde foram implementadas mudanças tecnológicas,seja na forma de ferramentas seja na forma de máquinas, não houve substituição detrabalhadores; pelo contrário, ao serem liberados de certas tarefas, os trabalhadorespassaram a assumir outras até então não presentes no processo produtivo. Logo,podemos visualizar duas conseqüências importantes, advindas da incorporação deequipamentos/máquinas ao processo de trabalho, para a qualificação do trabalho emsaúde. A primeira refere-se ao aumento da produtividade e à conseqüenteintensificação do trabalho, exigindo do trabalhador maior conteúdo superestrutural daqualificação (disciplinamento) a fim de executar um trabalho mais intenso. E asegunda refere-se à incorporação de outros conteúdos à qualificação técnica referentesao conhecimento acerca do manuseio dos novos equipamentos. Pensamos que, emboramáquinas estejam sendo progressivamente incorporadas cada vez em maior grau aotrabalho em saúde, pela natureza tecnológica própria desse trabalho, não se visualizam“sistemas de máquinas”, ou seja, um mecanismo autômato que coloque o trabalhadorcomo mais uma de suas “peças”. Se máquinas já existem como componentes doprocesso de trabalho em saúde, o “sistema de máquinas”, pensamos, não existe sequerem germe 21 . Porém, mesmo como instrumentos subordinados ao trabalhador, essasformas de tecnologia passam a apresentar dimensão cada vez maior, interferindosobremaneira sobre o “modo de operar” o trabalho em saúde. SCHRAIBER (1993)ressalta que o método da consulta clínica, por exemplo, passa a ser profundamente21 Lembramos o leitor de que estamos considerando, para fins metodológicos, como “trabalho emsaúde” somente seu recorte assistencial. Não incluímos aqui as áreas industriais de produção de bens(indústrias de equipamentos, indústria farmacêutica etc) que são utilizados pelos serviços de saúde.Essas áreas apresentam geralmente as mesmas características tecnológicas de qualquer indústriacapitalista de produção de bens, não sendo objeto de nosso estudo.

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