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ROGÉRIO MIRANDA GOMES AS MUDANÇAS NO MUNDO DO ...

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127trabalhador parcelar, como conseqüência desse processo, passa a qualificar-se cada vezmais na apreensão de um fragmento do real que se encontra vinculado às suas práticas.É esse processo de estabelecimento do trabalho coletivizado, por sua vez, que propiciaum avanço sem precedentes no desenvolvimento de novos saberes, técnicas einstrumentos de trabalho, que auxiliam o trabalhador em seu papel de conhecimento eintervenção sobre o corpo orgânico.Resta ainda um aspecto a ser analisado acerca desse processo de coletivizaçãodo trabalho em saúde, qual seja, aquele relativo à relação dos trabalhadores com osmeios de produção. Assim como na produção de “bens materiais”, a superação dotrabalho artesanal e a emergência do trabalho coletivo trazem consigo a tendência aodespojamento dos trabalhadores da propriedade dos meios de trabalho. A progressivaincorporação tecnológica e a necessidade de grande número de agentes para aconcretização do processo produtivo colocam para o trabalho em saúde a necessidadede institucionalização em grandes e complexas unidades produtivas, principalmente naforma do hospital. Com isso, os pequenos produtores tendem a desaparecer, ao mesmotempo em que se consolidam grandes unidades produtivas, sejam estatais ou privadas.Por isso, constitui-se como característica marcante do trabalho em saúde sob ocapitalismo, a partir do século XX, a tendência progressiva à proletarização e aconsolidação do assalariamento como principal forma de relação de trabalho. Noentanto, <strong>DO</strong>NNANGELO (1975) já ressaltou como no caso do trabalho em saúdeacabam por subsistir mais longamente, em relação à produção industrial, os casos deprodutores independentes (mesmo parcelares), empregadores de si próprios e, porvezes, de mais alguns trabalhadores.Uma conseqüência importante do estabelecimento do trabalho coletivo eparcelarizado em saúde que se consolida nesse atual momento do capitalismomonopolista, em que se evidenciam diversas transformações sistematizadas sob adefinição de “reestruturação produtiva”, é a proliferação de inúmeras formas deterceirização e precarização do trabalho (PIRES, 1998). A fragmentação do processoassistencial em saúde em inúmeras parcelas a cargo de trabalhadores diferentes já tempossibilitado a separação das mesmas em espaços também diversos. O hospital, que a

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