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ana carolina camargo rocha correlação da classificação de ... - UFSC

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ANA CAROLINA CAMARGO ROCHACORRELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE BI-RADS ® NAMAMOGRAFIA E O DIAGNÓSTICO DEFINITIVO EMPACIENTES SINTOMÁTICAS OU NÃO NO SERVIÇO DEMAMOGRAFIA DO HOSPITAL DA UNIVERSIDADEFEDERAL DE SANTA CATARINATrabalho apresentado à Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina, como requisito para a conclusãodo Curso <strong>de</strong> Graduação em Medicina.FlorianópolisUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina2006


ANA CAROLINA CAMARGO ROCHACORRELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE BI-RADS ® NAMAMOGRAFIA E O DIAGNÓSTICO DEFINITIVO EMPACIENTES SINTOMÁTICAS OU NÃO NO SERVIÇO DEMAMOGRAFIA DO HOSPITAL DA UNIVERSIDADEFEDERAL DE SANTA CATARINATrabalho apresentado à Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina, como requisito para a conclusãodo Curso <strong>de</strong> Graduação em Medicina.Presi<strong>de</strong>nte do Colegiado: Prof. Dr. Maurício José Lopes PereimaProfessor Orientador: Prof. Dr. Carlos Gilberto CrippaProfessor Co-orientador: Dra. Marcela Brisighelli SchaeferFlorianópolisUniversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina2006


Rocha, Ana Carolina Camargo.Correlação <strong>da</strong> <strong>classificação</strong> <strong>de</strong> BI-RADS ® na mamografia e odiagnóstico <strong>de</strong>finitivo em pacientes sintomáticas ou não no serviço <strong>de</strong>mamografia do Hospital <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina / AnaCarolina Camargo Rocha. Florianópolis, 2006.50 p.Monografia (Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso) - Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina. Curso <strong>de</strong> Graduação em Medicina.1. Câncer <strong>de</strong> mama. 2. Rastreamento. 3. Mamografia. 4. BI-RADS ® .I. Correlação <strong>da</strong> <strong>classificação</strong> <strong>de</strong> BI-RADS ® na mamografia e o diagnóstico<strong>de</strong>finitivo em pacientes sintomáticas ou não no serviço <strong>de</strong> mamografia do HU.


iiiDEDICATÓRIADedico este trabalho aos meus queridos pais, presentes econfiantes <strong>de</strong> maneira incondicional em ca<strong>da</strong> singelopasso que percorri na vi<strong>da</strong>.Ao meu noivo, Wilian Mattos, que em quase cinco anos <strong>de</strong>convívio, foi amigo e companheiro com quem dividiangustias, sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s e muitos, muitos planos...Aos meus sobrinhos que chegaram trazendo um novocolorido a vi<strong>da</strong>, relembrando a alegria <strong>da</strong>s pequenascoisas, eternizando ca<strong>da</strong> momento <strong>de</strong> convívio.A minha irmã, que sendo o ente mais próximo, foi emalguns instantes to<strong>da</strong> uma família.


ivAGRADECIMENTOSDurante a execução <strong>de</strong>ste estudo reafirmou-se constantemente a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> que tive naescolha <strong>de</strong> meu orientador – Dr. Carlos Gilberto Crippa. O domínio sobre o assunto,associado a sereni<strong>da</strong><strong>de</strong> e prontidão com que sempre se apresentou frente as dúvi<strong>da</strong>s, fez <strong>da</strong>execução <strong>de</strong>ste projeto tarefa prazerosa.Agra<strong>de</strong>ço-lhe não só por sua orientação, mas também por presentear-me com a coorientação<strong>da</strong> Dra. Marcela Brisighelli Schaefer – a quem <strong>de</strong>vo a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aoServiço <strong>de</strong> Radiologia para coleta dos <strong>da</strong>dos aqui apresentados, bem como a <strong>de</strong> agregar novosconhecimentos.Sou grata ain<strong>da</strong> aos resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> radiologia, sobretudo Georgina e Tatiane – quesempre me aten<strong>de</strong>ram com muita atenção; a coor<strong>de</strong>nadora do setor – Ivone, a técnica emradiologia – Fátima e a funcionária Sônia.Ao Dr. Luciano Brasil Rangel meu gran<strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento pelas dicas, pelasoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s na prática <strong>da</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> e, principalmente pelo incentivo ao estudo.Agra<strong>de</strong>ço ao Carlos, gran<strong>de</strong> colaborador na formatação <strong>de</strong>ste material e ao Dr. PauloFreitas pelas eluci<strong>da</strong>ções em estatística.E agra<strong>de</strong>ço muito aos meus colegas e amigos pela convivência durante todo curso.Especial agra<strong>de</strong>cimento à sincera amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ingrid, Du<strong>da</strong>, Reiser e Andrei.Por fim, obriga<strong>da</strong> às pacientes participantes <strong>de</strong>ste trabalho, que são as fontes do nossoaprendizado e <strong>de</strong>dicação.


vRESUMOIntrodução: Câncer <strong>de</strong> mama é patologia oncológica mais freqüente entre as mulheres. Semi<strong>de</strong>ntificação dos fatores associados a risco aumentado, estratégias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> limitam-se a<strong>de</strong>tecção precoce. Assim, têm-se no rastreamento mamográfico a melhor estratégia. Comaumento no número <strong>de</strong> exames realizados houve necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> padronização dos laudos emaior integração entre especialistas criando-se a Classificação BI-RADS ® .Objetivos: Conhecer a paciente submeti<strong>da</strong> ao exame <strong>de</strong> mamografia bem como, correlacionara <strong>classificação</strong> BI-RADS ® do laudo mamográfico <strong>de</strong> mulheres submeti<strong>da</strong>s a mamografia noHospital <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina com o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo.Métodos: Foram estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s 538 mulheres submeti<strong>da</strong>s a mamografia no HU-<strong>UFSC</strong>.Características clínicas foram pesquisa<strong>da</strong>s em entrevista e resultados <strong>de</strong> exames acessadospelo sistema informatizado do hospital.Resultados: As mulheres tinham em média 49,9 anos, maioria com menarca e menopausa emi<strong>da</strong><strong>de</strong>s espera<strong>da</strong>s, 90% tinham pelo menos um filho, 82% havia amamentado. Tinhamhistórias pregressas e familiares negativas para câncer <strong>de</strong> mama. Rastreamento do câncer <strong>de</strong>mamário foi principal motivo para o exame. Tiveram exame negativo ou com alteraçõesbenignas 67,8% <strong>da</strong>s pacientes, 119 foram submeti<strong>da</strong>s à complementação diagnóstica comcompressão seletiva + magnificação ou ultrassonografia. Onze casos foram biopsiados porPAAF ou core – guia<strong>da</strong>s por ultrassonografia ou estereotaxia. Destas, apenas 1 foi positivapara maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Conclusão: As mamografias são realiza<strong>da</strong>s sobretudo para rastreamento do câncer <strong>de</strong> mama,em pacientes com faixa etária a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e sem risco aumentado para a patologia. Asistemática <strong>de</strong> investigação mamária do serviço está <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>scrito em bibliografiaespecializa<strong>da</strong>.Palavras-Chave: Câncer <strong>de</strong> mama. Rastreamento. Mamografia. BI-RADS ® .


viABSTRACTBackground: Breast cancer is the most common cancer among women. Withouti<strong>de</strong>ntification of risk factors associated with this disease, heath strategy is the early <strong>de</strong>tection.Therefore, screening programs are the best option. With high numbers of breast imagingstudies, a pattern for mammography reporting was nee<strong>de</strong>d in or<strong>de</strong>r to reduce confusion andfacilitate outcome monitoring. In this context was created BI-RADS ® .Objective: Study the group of patients who had their mammography done in Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina Hospital and correlate BI-RADS ® with conclusive diagnostic.Method: Five hundred and thirty eight women were the study group. Clinical <strong>de</strong>scription wassearched by interviews and test result was accessed by the hospital’s information system.Results: Age average was 49,9 years, the majority with menarche and menopause in theexpected age, 90% had at least one child, 82% breastfee<strong>de</strong>d. They had no previous or familyhistory for this disease. Screening was the major recommen<strong>da</strong>tion for the exam. Negativerates or benign change in the exam were foun<strong>de</strong>d 67,8% of women. One hundred nineteen haddiagnostic complement with spot compression with magnification or ultrasound. In elevencases biopsies were ma<strong>de</strong> by PAAF or core – gui<strong>de</strong>d by ultrasound or stereotactic. One waspositivite for malignancy.Conclusions: Mammographies were ma<strong>de</strong> as screening for breast cancer in patients withexpected age for that and without risk factors. The dynamic of the hospital’s service for breastinvestigations is similar with others <strong>de</strong>scribed in the specialized bibliography.Key-Word: Breast cancer. Screening. Mammography. BI-RADS ® .


viiLISTA DE FIGURASFigura 1 - Distribuição etária <strong>da</strong>s pacientes avalia<strong>da</strong>s............................................................12Figura 2 - istribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo <strong>classificação</strong> <strong>da</strong> menarca em precoce,normal ou tardia. ....................................................................................................13Figura 3 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo <strong>classificação</strong> <strong>da</strong> menopausa em precoce,normal ou tardia. ....................................................................................................13Figura 4 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo o número <strong>de</strong> filhos........................................14Figura 5 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes conforma a i<strong>da</strong><strong>de</strong> em que tiveram o primeiro filho. ...14Figura 6 - Distribuição segundo a ocorrência ou não <strong>de</strong> amamentação .................................15Figura 7 - Patologias mamárias pregressas.............................................................................15Figura 8 - Classificação <strong>da</strong>s patologias mamárias pregressas segundo suascaracterísticas <strong>de</strong> benigni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>......................................................16Figura 9 - Familiares com história <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama..........................................................17Figura 10 - Classificação dos familiares com história <strong>de</strong> doença maligna <strong>de</strong> mamaconforme o grau <strong>de</strong> parentesco. .............................................................................17Figura 11 - Indicação médica para a realização do exame <strong>de</strong> mamografia..............................18Figura 12 - Distribuição dos laudos <strong>de</strong> mamografia segundo sua <strong>classificação</strong> BI-RADS ® ...19Figura 13 - Causas <strong>de</strong> alteração do exame mamográfico. ........................................................19


viiiLISTA DE QUADROSQuadro 1 - Categorias BI-RADS ® (quarta edição, 2003)..........................................................3Quadro 2 - Variáveis relativas a história clínica. ......................................................................9Quadro 3 - Variáveis oriun<strong>da</strong>s do exame <strong>de</strong> mamografia. ......................................................10Quadro 4 - Variável relaciona<strong>da</strong> ao exame ultrassonográfico.................................................10Quadro 5 - Variável relaciona<strong>da</strong> a complementação cito/histopatológica <strong>de</strong> lesões...............10Quadro 6 - Correlação entre o padrão <strong>de</strong> lesão, modo <strong>de</strong> biópsia e forma <strong>de</strong> guia-la.............22Quadro 7 - Correlação entre laudos <strong>de</strong> exames mamográficos e seus recpectivosdiagnósticos <strong>de</strong>finitivos.........................................................................................22


ixLISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASACRBI-RADS ®FDAFebrasgoGEHUIARCINCAMXOMSPAAF<strong>UFSC</strong>USG- American College of Radiology- Breast Imaging Reporting and Data System- Food and Drugs Administration- Fe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ginecologia e Obstetrícia- General Eletric- Hospital Universitário- Agência Internacional <strong>de</strong> Pesquisa sobre o Câncer- Instituto Nacional do Câncer- Mamografia- Organização Mundial <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>- Punção aspirativa por agulha fina- Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina- Ultrassonografia


xLISTA DE ANEXOSNORMAS ADOTADAS..........................................................................................................32ANEXO 1 - Parecer consubstanciado – Projeto n o 318/2004 ..................................................33ANEXO 2 - Questionário HU ..................................................................................................35ANEXO 3 - Ficha <strong>de</strong> estudo mamográfico e seguimento........................................................36ANEXO 4 - Consentimento informado....................................................................................38ANEXO 5 - Classificação BI-RADS ® para laudos <strong>de</strong> ultrassonografia ..................................39FICHA DE AVALIAÇÃO.......................................................................................................40


xiSUMÁRIODEDICATÓRIA........................................................................................................................iiiAGRADECIMENTOS ..............................................................................................................ivRESUMO...............................................................................................................................vABSTRACT ..............................................................................................................................viLISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................viiLISTA DE QUADROS ...........................................................................................................viiiLISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...............................................................................ixLISTA DE ANEXOS .................................................................................................................xSUMÁRIO ..............................................................................................................................xi1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................12 OBJETIVOS............................................................................................................................63 MÉTODOS..............................................................................................................................73.1 Desenho do estudo................................................................................................................73.2 Tamanho <strong>da</strong> população.........................................................................................................73.2.1 Critérios <strong>de</strong> inclusão:.........................................................................................................73.2.2 Critérios <strong>de</strong> exclusão: ........................................................................................................83.3 Operacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>..................................................................................................................83.4 Variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s ..............................................................................................................83.5 Avaliação dos <strong>da</strong>dos ...........................................................................................................103.5.1 Armazenagem dos <strong>da</strong>dos.................................................................................................103.5.2 Análise dos <strong>da</strong>dos ............................................................................................................114 RESULTADOS .....................................................................................................................125 DISCUSSÃO.........................................................................................................................236 CONCLUSÕES.....................................................................................................................28REFERÊNCIAS .......................................................................................................................29NORMAS ADOTADAS ..........................................................................................................32ANEXOS .............................................................................................................................33FICHA DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................40


1 INTRODUÇÃOO câncer <strong>de</strong> mama é o segundo tipo <strong>de</strong> câncer mais freqüente no mundo e o primeiroentre as mulheres (cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> casos novos estimados), representando nos paísesoci<strong>de</strong>ntais uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>de</strong> morte em mulheres. Segundo a Organização Mundial<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 60 e 70 registrou-se um aumento <strong>de</strong> 10 vezes nas taxas <strong>de</strong>incidência ajusta<strong>da</strong>s por i<strong>da</strong><strong>de</strong> nos registros <strong>de</strong> Câncer <strong>de</strong> Base Populacional <strong>de</strong> diversoscontinentes. 1No Brasil, o câncer <strong>de</strong> mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. E dos472.050 novos casos <strong>de</strong> câncer com previsão <strong>de</strong> serem diagnosticados em 2006, o câncer <strong>de</strong>mama <strong>de</strong>verá ser o segundo mais inci<strong>de</strong>nte entre a população feminina, sendo responsável por48.930 casos novos. 2Santa Catarina tem em 2006 uma taxa estima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 53,74 casos novos para ca<strong>da</strong>100.000 mulheres. 2 Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Secretaria Estadual <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina, no ano<strong>de</strong> 2005 ocorreram 206 óbitos por neoplasia mamária, sendo 19 só na capital. 3 Esta tendênciaestadual e nacional, especialmente na região sul, vem se mantendo ao longo dos anos e <strong>de</strong>veráain<strong>da</strong> permanecer em <strong>de</strong>staque, a exemplo dos países oci<strong>de</strong>ntais.Embora tenham sido i<strong>de</strong>ntificados alguns fatores ambientais e comportamentaisassociados a um risco aumentado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o câncer <strong>de</strong> mama, estudos epi<strong>de</strong>miológicosnão fornecem evidências conclusivas que justifiquem a recomen<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> estratégiasespecíficas <strong>de</strong> prevenção. 4Na prevenção secundária, avanços tecnológicos têm sido direcionados ao diagnósticoe tratamento precoces, no sentido <strong>de</strong> melhorar a sobrevi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pacientes. 5 É neste cenário quese encaixa a mamografia, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como o método mais sensível para <strong>de</strong>tectarprecocemente um câncer <strong>de</strong> mama, ain<strong>da</strong> na fase <strong>de</strong> clinicamente oculto, ocasião em que oíndice <strong>de</strong> cura tem alcançado até 95%. 6Frente às limitações práticas para a implementação, junto à população, <strong>de</strong> estratégiasefetivas para a prevenção do câncer <strong>de</strong> mama, as intervenções, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>Pública, passam a ser direciona<strong>da</strong>s a sua <strong>de</strong>tecção precoce, com a garantia <strong>de</strong> recursosdiagnósticos a<strong>de</strong>quados e tratamento oportuno. 4


2Em 1913, Albert Salomon, um cirurgião <strong>da</strong> Surgical Clinic of Berlin University,tornou-se a primeira pessoa a <strong>de</strong>screver a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> radiografia no estudo do câncer <strong>de</strong>mama. Ele realizou radiografias em mais <strong>de</strong> 3.000 espécimes <strong>de</strong> mastectomia e correlacionouos achados radiográficos, macroscópicos e microscópicos. Salomon achou que essasradiografias eram úteis para <strong>de</strong>monstrar a invasão do tumor nos linfonodos axilares e paradistinguir o carcinoma altamente infiltrante do carcinoma circunscrito. Além disso, ele foi aprimeira pessoa a observar, em radiografias, as microcalcificações associa<strong>da</strong>s à maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>,embora não tivesse na época avaliado o seu significado ou a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua observação. 7Entre 1963 e 1967 Philip Strax, Louis Venet e Sam Shapiro com o intuito <strong>de</strong><strong>de</strong>terminar a eficácia <strong>da</strong> mamografia <strong>de</strong> rastreamento conduziram vários estudos clínicos <strong>de</strong>larga escala. Os resultados dos estudos revelaram que, compara<strong>da</strong>s ao grupo <strong>de</strong> controle, asmulheres rastrea<strong>da</strong>s tiveram uma diminuição <strong>de</strong> 30% na mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> global; uma diminuição<strong>de</strong> 50% na mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> foi observa<strong>da</strong> nas mulheres que entraram no estudo aos 50 anos oumais. 7 Consi<strong>de</strong>rações clínicas <strong>de</strong>monstram claramente que as taxas <strong>de</strong> sobrevi<strong>da</strong> segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong>um diagnóstico e tratamento do câncer <strong>de</strong> mama em seu estádio inicial são muito melhores doque quando do diagnóstico <strong>de</strong> lesão localmente avança<strong>da</strong> ou metastática. 8 Estudosrandomizados <strong>de</strong>monstraram que a mamografia <strong>de</strong> rastreamento é capaz <strong>de</strong> diminuir tamanho<strong>de</strong> tumores quando <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>tecção, assim como <strong>de</strong>crescer a incidência <strong>de</strong> mestástaseslinfono<strong>da</strong>is em populações rastrea<strong>da</strong>s. 9 A mamografia é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar tumores emestágios clinicamente in<strong>de</strong>tectáveis, os quais têm um prognóstico muito favorável e muitospo<strong>de</strong>m ser apropria<strong>da</strong>mente tratados. 10Des<strong>de</strong> a publicação do extenso ensaio <strong>de</strong> Nova York na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 e do somatório<strong>de</strong> dois ensaios suecos nos anos 80, houve consenso <strong>de</strong> que o rastreamento para o câncer <strong>de</strong>mama com mamografia reduz a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> por esta doença. 8 Como conseqüência dosexcelentes resultados apresentados em estudos como os mencionados, programas <strong>de</strong>rastreamento para o câncer <strong>de</strong> mama passaram a ser estabelecidos para mulheres com i<strong>da</strong><strong>de</strong>entre 40 e 74 anos em 22 países <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 e início <strong>da</strong> <strong>de</strong> 90. Sendo<strong>de</strong>scrita uma redução <strong>de</strong> 20% nos índices <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> por câncer <strong>de</strong> mama nas mulheresque vivem em tais paises, quando compara<strong>da</strong>s àquelas vivendo em nações que iniciaramprogramas <strong>de</strong> rastreamento mais recentemente. 11Apesar <strong>da</strong>s controvérsias menciona<strong>da</strong>s em artigos recentes, a mamografia permanececomo o principal pilar para o rastreamento do câncer <strong>de</strong> mama. 12


3O processo <strong>de</strong> rastreamento e a mamografia <strong>de</strong> alta resolução trouxeram um aumento<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> alterações, muitas <strong>da</strong>s quais não provenientes do câncer. 13Existe, ao se realizar uma mamografia <strong>de</strong> rastreamento, uma potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter falsospositivos e que necessitam <strong>de</strong> mais investigação antes <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clarado livre <strong>de</strong> doença. Osestudos mostram em média mais ou menos 11% <strong>de</strong> mamografias anormais e <strong>de</strong>stas em maisou menos três é <strong>de</strong>scoberto câncer <strong>de</strong> mama, representando aproxima<strong>da</strong>mente 0,3% <strong>de</strong> to<strong>da</strong>sas mamografias <strong>de</strong> rastreamento. Um estudo estimou que num screening após <strong>de</strong>zmamografias, a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> mulheres, 49% (95% IC - 40 a 64) terão um resultadofalso positivo, sendo que 19% irão à biópsia por agulha ou a céu aberto. Em um programaefetivo <strong>de</strong> rastreamento mamográfico existe uma recomen<strong>da</strong>ção que o resultado <strong>de</strong> falsopositivo não seja superior a 10% dos casos <strong>ana</strong>lisados. 14-17Deste modo, ca<strong>da</strong> vez mais se busca a integração entre os especialistas <strong>da</strong> áreatentando uniformizar ações que tornem a investigação do câncer <strong>da</strong> mama mais eficaz, menosagressiva e menos angustiante. Neste sentido o Colégio <strong>de</strong> Radiologia dos Estados Unidos <strong>da</strong>América (ACR) elaborou, em 1992, um conjunto <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções para a padronização <strong>de</strong>laudos <strong>de</strong> mamografia que ficou conhecido pela sigla BI-RADS ® (Breast Imaging ReportingAnd Data System). O objetivo <strong>da</strong> sistematização é padronizar a nomenclatura <strong>de</strong> laudos, que<strong>de</strong>vem possuir conclusão diagnóstica e propor conduta, ressaltando que a mamografia <strong>de</strong>veser sempre precedi<strong>da</strong> pelo exame físico e compara<strong>da</strong> com exames anteriores (Quadro 1). 18Quadro 1 – Categorias BI-RADS ® (quarta edição, 2003).Categoria Interpretação Risco <strong>de</strong> Câncer Conduta0 Inconclusivo Exame adicional (ultra-sonografia,magnificação ou compressão localiza<strong>da</strong>)1 Benigno 0,05% Controle anual a partir dos 40 anos2 Benigno 0,05% Controle anual a partir dos 40 anos3 Provavelmente benigno Até 2% Repetir em seis meses (eventualmente biópsia)4 (A, B, C) Suspeito > 20% Biópsia5 Provavelmente maligno > 75% Biópsia6 Lesão já biopsia<strong>da</strong> e100%diagnostica<strong>da</strong> como maligna,mas não retira<strong>da</strong> ou trata<strong>da</strong>Fonte:Breast imaging reporting and <strong>da</strong>ta system: BI-RADS®. 4th edition. /copyright 1992, 1993, 1995, 1998,2003 American College of Radiology. 18Em 2003, como produto <strong>de</strong> esforços colaborativos entre membros <strong>de</strong> vários comitêsdo Colégio Americano <strong>de</strong> Radiologia e com a cooperação do Instituto Nacional do Câncer, do


4Centro <strong>de</strong> Controle e Prevenção <strong>de</strong> Doenças, <strong>da</strong> Administração <strong>de</strong> Alimentos e Drogas, <strong>da</strong>Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Médica Americ<strong>ana</strong> e do Colégio Americano <strong>de</strong> Patologia, foi publica<strong>da</strong> a 4a ediçãodo Breast Imaging Reporting and <strong>da</strong>ta System (BI-RADS ® ).Em âmbito nacional, ocorreu em abril <strong>de</strong> 1998 a I Reunião <strong>de</strong> Consenso para apadronização dos Laudos Mamográficos, que contou com a participação <strong>de</strong> váriosespecialistas representando o Colégio Brasileiro <strong>de</strong> Radiologia, a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong>Mastologia e a Febrasgo. Nesta reunião adotou-se como padrão <strong>de</strong> laudos um sistema baseadono léxico BI-RADS ® , além <strong>de</strong> postular como obrigatório ao laudo uma recomen<strong>da</strong>ção para aconduta clínica. Estas medi<strong>da</strong>s visaram sobretudo aumentar a confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na interpretação<strong>da</strong>s imagens e na transmissão <strong>da</strong>s informações, facilitar o acompanhamento <strong>da</strong>s pacientes,melhorar o diálogo entre radiologistas e clínicos, criar uma ferramenta para auditoria dosserviços <strong>de</strong> mamografia e permitir a formação <strong>de</strong> um banco <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos para elaboração <strong>de</strong>estudos epi<strong>de</strong>miológicos. 19Com a extensão do uso <strong>da</strong> mamografia como rastreamento para o câncer <strong>de</strong> mama,número crescente <strong>de</strong> lesões mamárias não-palpáveis, que requerem investigação adicional,vêm sendo <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s. 20 O espectro <strong>de</strong> patologias mamárias tem ampliado no sentido <strong>de</strong> maiornúmero <strong>de</strong> lesões limítrofes para maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>. O contato próximo entre patologista,radiologista e clínico constitui a integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> do rastreamento mamográfico. A assistênciatripla no julgamento <strong>de</strong> uma anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> em rastreamento básico minimiza asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenções cirúrgicas em mulheres com patologias benignas e mesmopermite a <strong>de</strong>finição pré-operatória do estádio <strong>da</strong> doença em uma paciente com lesão malignapropiciando o planejamento cirúrgico apropriado e o envolvimento <strong>da</strong> paciente com as opções21, 22terapêuticas.A probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> firmar o diagnóstico histológico correto, com o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>técnica, aumenta em proporção direta com a magnitu<strong>de</strong> do grau <strong>de</strong> invasão. 23 Este diagnósticopo<strong>de</strong> ser realizado através <strong>da</strong>s técnicas <strong>de</strong> aspiração com agulha fina _ um procedimentosimples, relativamente barato e que resulta em mínimo trauma ao paciente. Po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong>usando o ultrassom ou estereotaxia para localização <strong>da</strong> lesão ou, mesmo sem estes recursosquando se trata <strong>de</strong> lesão palpável. Entretanto, além dos altos índices <strong>de</strong> aspiraçõesinsatisfatórias (20 a 30%), os achados citológicos não são capazes <strong>de</strong> distinguir entre câncerinvasivo ou in situ e, não se prestando a avaliação <strong>de</strong> microcalcificações. Na técnica <strong>de</strong> corebiopsy há possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico histológico <strong>de</strong>finitivo, pois o sistema <strong>de</strong> corte-sucçãoretira amostras contínuas <strong>de</strong> tecido, as quais possibilita inclusive o estudo imunohistoquímico.


5Cabe a ressalva <strong>de</strong> que diagnóstico citológico ou histológico benigno <strong>de</strong>ve sempre sercorrelacionado à clínica e às características <strong>da</strong> lesão em exames <strong>de</strong> imagem, sobretudo quandotais <strong>da</strong>dos fazem suspeitar <strong>de</strong> lesão maligna. As técnicas <strong>de</strong> biópsia <strong>de</strong> incisão ou <strong>de</strong> excisãofornecem tecido suficiente para os estudos histológicos e bioquímicos. A biópsia <strong>de</strong> excisãopo<strong>de</strong> ter valor diagnóstico e também terapêutico, no caso <strong>de</strong> a massa tumoral ser totalmenteremovi<strong>da</strong>. 21-24Frente ao panorama <strong>de</strong>scrito, o estudo em questão se <strong>de</strong>senvolveu na perspectiva <strong>de</strong><strong>de</strong>linear o perfil <strong>da</strong>s pacientes que realizam mamografia no Serviço <strong>de</strong> Radiologia do HospitalUniversitário <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina _ ou seja, as características <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>,menarca, menopausa, número <strong>de</strong> filhos e i<strong>da</strong><strong>de</strong> ao primeiro filho, história familiar e pregressa,bem como pesquisar as principais indicações clínicas para a realização do exame. Além disso,procurou conhecer a incidência <strong>de</strong> mamografias anormais em mulheres <strong>de</strong> nosso meio, e osmétodos propedêuticos utilizados para o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo.


62 OBJETIVOSDelinear a paciente que se submete a mamografia no HU segundo i<strong>da</strong><strong>de</strong>, históriafamiliar <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama, indicação clínica para realização do exame.Conhecer a incidência <strong>de</strong> mamografias normais e altera<strong>da</strong>s, basea<strong>da</strong>s na <strong>classificação</strong><strong>de</strong> BI-RADS ® em mulheres que se submetem a mamografia em nosso meio. Reconhecer osprincipais sinais radiológicos em mamografia altera<strong>da</strong>s.Correlacionar a <strong>classificação</strong> BI-RADS ® <strong>de</strong> mamografia com os achados <strong>de</strong> <strong>de</strong>maisexames complementares: mamografia com magnificação e compressão seletiva (spot),ultrassonografia. E correlacionar a <strong>classificação</strong> BI-RADS ® <strong>de</strong> mamografia com diagnóstico<strong>de</strong>finitivo, estabelecido pelo laudo citológico ou histoatológico <strong>da</strong> lesão (achados <strong>de</strong> biópsia).


73 MÉTODOS3.1 Desenho do estudoEste foi um estudo <strong>de</strong>scritivo prospectivo realizado com mulheres que se submeterama procedimento diagnóstico <strong>de</strong> patologias mamárias no Hospital <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina no período <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> abril a 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005. Estudo este realizado sob aaprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética para pesquisa com Seres Humanos <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina com número 318/2004 (Anexo 1).A estas mulheres foi aplicado um questionário com perguntas correlaciona<strong>da</strong>s apatologias mamárias, inerentes ao protocolo <strong>de</strong> atendimento do Serviço <strong>de</strong> Radiologia do HU(Anexo 2); os resultados dos laudos radiológicos classificados na categoria <strong>de</strong> BI-RADS ® , oresultado <strong>de</strong> exames complementares específicos e necessários para o diagnóstico e odiagnóstico <strong>de</strong>finitivo foi acessado pelo sistema informatizado <strong>de</strong> laudos do HU.Para ca<strong>da</strong> paciente foi preenchi<strong>da</strong> uma ficha <strong>de</strong>linea<strong>da</strong> para este estudo, a qual englobatodos os <strong>da</strong>dos relacionados no questionário do Serviço e os provenientes dos examescomplementares (Anexo 3).3.2 Tamanho <strong>da</strong> populaçãoA população estu<strong>da</strong><strong>da</strong> foi forma<strong>da</strong> pelas mulheres que preencherem os critérios para aseleção dos sujeitos no período do estudo totalizando 538 entrevistas.3.2.1 Critérios <strong>de</strong> inclusão:• Mulheres que se submeteram a mamografia _ in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.• Mamografia realiza<strong>da</strong>s no HU <strong>da</strong> <strong>UFSC</strong>.• Sintomáticas ou não.• Favorável a participação no estudo e assinatura do Consentimento Informado (Anexo 4).


83.2.2 Critérios <strong>de</strong> exclusão:• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação.• Câncer <strong>de</strong> mama diagnosticado antes do início do estudo• Portadoras <strong>de</strong> prótese <strong>de</strong> silicone• A não assinatura do Consentimento Informado3.3 Operacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>As entrevistas foram realiza<strong>da</strong>s por funcionários do setor <strong>de</strong> radiologia, comtreinamento para o preenchimento do questionário padrão do serviço, com perguntas <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação, <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> riscos hormonais e familiares para câncer <strong>de</strong> mama e queixa <strong>da</strong>paciente.Os exames foram realizados em aparelho <strong>de</strong> mamografia fabricado pela GeneralEletric (GE), mo<strong>de</strong>lo Senographe DMR. Este equipamento possui tecnologia avança<strong>da</strong>,permitindo a realização <strong>de</strong> exames mamográficos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> servir como método<strong>de</strong> orientação para realização <strong>de</strong> procedimentos diagnósticos intervencionistas (estereotaxiapara a biópsia e a localização com agulhamento <strong>de</strong> lesões não palpáveis), características estastambém apresenta<strong>da</strong>s pelo equipamento GE <strong>de</strong> ultra-sonografia, mo<strong>de</strong>lo Logic 400.O exame citológico ou histológico foi realizado no HU por patologistas do setor.Sendo que o material para tanto, era obtido através <strong>de</strong> biópsias - punção aspirativa com agulhafina, ou biópsia percutânea por agulha grossa (core biopsy) - guia<strong>da</strong>s por ultrassom ou porestereotaxia, realiza<strong>da</strong>s por profissionais médicos especialistas em radiologia e mastologia. Asbiópsias cirúrgicas foram realiza<strong>da</strong>s no HU.3.4 Variáveis estu<strong>da</strong><strong>da</strong>sHistória clínicaOs <strong>da</strong>dos pesquisados na ficha <strong>de</strong> atendimento do Serviço <strong>de</strong> Radiologia do HU-<strong>UFSC</strong>foram a<strong>da</strong>ptados <strong>de</strong> forma a servirem a este estudo, assim muitas <strong>da</strong>s variáveis questiona<strong>da</strong>s


9foram categoriza<strong>da</strong>s como segue no Quadro 2.Quadro 2 – Variáveis relativas a história clínica.NOME DA VARIÁVEL DEFINIÇÃO OPERACIONALIZAÇÃOI<strong>da</strong><strong>de</strong>Indicação médica do exame Rastreamento, controle <strong>de</strong> patologia benigna oususpeita clínica <strong>de</strong> patologia mamária (nódulo,mastalgia, cisto, retrações e pinçamentos,microcalcificações em exames anteriores,<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> assimétrica, galactorréia e abscessosrecidivantes).MenarcaMenopausaNúmero <strong>de</strong> filhosI<strong>da</strong><strong>de</strong> ao primeiro partoAmamentaçãoPatologiaspregressasHistória familiarmamáriasVariável numérica em anoscompletos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>Variável qualitativaPrecoce: antes dos 11 anos; normal: dos 11 aos15 anos; tardia: após os 16 anos. 25 Variável qualitativaPrecoce: antes dos 45 anos; normal: dos 45 aos55 anos; tardia: após os 55 anos. 26 Variável qualitativaInformação <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> a <strong>de</strong>terminação indireta eprática do número <strong>de</strong> gestações1= menos <strong>de</strong>/ ou até 30 anos (completos)2= mais <strong>de</strong> 30 anosHistoria <strong>de</strong> amamentação (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte doperíodo)Positiva ou negativaHistória <strong>de</strong> patologia mamária benigna (nódulobenigno), maligna (câncer), in<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>(<strong>de</strong>mais)Presença <strong>de</strong> familiar com câncer <strong>de</strong> mama(1 o grau: mãe, irmã ou filha; 2 o grau: avó, tia; 3 ograu: prima,sobrinha)Positiva ou negativaVariável numéricaVariável qualitativaVariável qualitativaVariável qualitativaVariável qualitativaResultado do exameDos <strong>da</strong>dos relativos ao resultado do exame radiológico foram <strong>ana</strong>lisa<strong>da</strong>s variáveis dotecido mamário que, <strong>de</strong> maneira sistematiza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> acordo com o léxico proposto pelo sistemaBI-RADS ® remetiam - sem a distorção <strong>de</strong> interpretação, a uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> <strong>classificação</strong>BI-RADS ® . Nos quadros 3 e 4 seguem, respectivamente, as variáveis avalia<strong>da</strong>s emmamografia e ecografia mamárias.


10Quadro 3 – Variáveis oriun<strong>da</strong>s do exame <strong>de</strong> mamografia.Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> mamáriaNóduloGrau <strong>de</strong> substituição do parênquima mamário por tecido_adiposo. Aglutina<strong>da</strong> em 1 mais <strong>de</strong> 75% <strong>de</strong>lipossubstituição; 2 – entre 75 e 50%; 3 – entre 49 e25%; 4 – menos <strong>de</strong> 25%.Nódulo suspeito ou maligno, nódulo benigno – segundosuas características <strong>de</strong> forma e margens.Variável qualitativaVariável qualitativaDistorção arquitetural Presente ou ausente Variável qualitativaMicrocalcificações Suspeita ou maligna, microcalcificação benigna –segundo suas características <strong>de</strong> forma e distribuição.Variável qualitativaBI-RADS ® Classificação <strong>de</strong> BI-RADS ® para mamografia Variável qualitativaQuadro 4 – Variável relaciona<strong>da</strong> ao exame ultrassonográfico.BI-RADS ® Classificação <strong>de</strong> BI-RADS ® para USG Variável qualitativaExames citológicos foram realizados a partir <strong>de</strong> espécimes obti<strong>da</strong>s por biópsiapercutânea por aspiração com agulha fina (PAAF) e os histopatológicos, através <strong>de</strong>fragmentos <strong>de</strong> tecido obtidos por biópsia com agulha grossa (core biopsy) – variáveisestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s conforme quadro 5.Quadro 5 – Variável relaciona<strong>da</strong> a complementação cito/histopatológica <strong>de</strong> lesões.PAAF Positiva, negativa, inconclusiva, não realiza<strong>da</strong> Variável qualitativaCore biposy Positiva, negativa, inconclusiva, não realiza<strong>da</strong> Variável qualitativa3.5 Avaliação dos <strong>da</strong>dos3.5.1 Armazenagem dos <strong>da</strong>dosOs <strong>da</strong>dos foram coletados no programa Epi-Data versão 3.1, através <strong>de</strong> um formulárioviabilizando o acesso para posterior análise dos mesmos.


113.5.2 Análise dos <strong>da</strong>dosA análise estatística pertinente foi realiza<strong>da</strong> utilizando-se o programa EpiInfo, versão6.04a, <strong>de</strong> 1996.A apresentação gráfica dos resultados foi realiza<strong>da</strong> com o programa Microsoft Excel2000 versão 9.0.


124 RESULTADOSAs pacientes que preencheram os critérios para a participação do presente estudototalizaram 538 mulheres, sendo que as mesmas apresentavam entre 19 e 83 anos, em médiatinham 49,9 anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, havendo prevalência <strong>de</strong> paciente acima <strong>de</strong> 50 anos (48%). Adistribuição etária <strong>da</strong>s mulheres submeti<strong>da</strong>s ao exame mamográfico é apresenta<strong>da</strong> na figura 1.Anos completos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>> = 5035 |---- 50< 3526 4,9%258 48,0%253 47,1%0 50 100 150 200 250 300Figura 1 – Distribuição etária <strong>da</strong>s pacientes avalia<strong>da</strong>s.Nº <strong>de</strong> casosQuanto a história ginecológica e obstétrica <strong>da</strong>s pacientes avalia<strong>da</strong>s, observou-se que asmesmas apresentaram em média menarca aos 13 anos (Figura 2); menopausa aos 47,1 anosem média (Figura 3).


13> 164,2%Anos completos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>11 |----| 16< 115,0%90,8%0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%Nº <strong>de</strong> pacientesFigura 2 – Distribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo <strong>classificação</strong> <strong>da</strong> menarca emprecoce, normal ou tardia.> 554,6%Anos completos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>45 |----| 55< 4527,3%68,1%0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%Nº <strong>de</strong> pacientesFigura 3 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo <strong>classificação</strong> <strong>da</strong> menopausa emprecoce, normal ou tardia.Houve ampla variação no número <strong>de</strong> filhos referido por ca<strong>da</strong> pacientes, sendo queaproxima<strong>da</strong>mente 78,9% <strong>da</strong>s pacientes teve <strong>de</strong> 1 a 4 filhos (Figura 4), e apenas 9,66% nãotiveram história <strong>de</strong> gestações.


1412346667141149Nº <strong>de</strong> filhos5678910111410624112141152Ign540 20 40 60 80 100 120 140 160Nº CasosFigura 4 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes segundo o número <strong>de</strong> filhos.Neste estudo encontrou-se como i<strong>da</strong><strong>de</strong> ao primeiro filho valores entre 14 e 53 anos(incluindo estes) (Figura 5) sendo que 37 pacientes tiveram seu primeiro filho após os 30anos.600500443 = 92,3%Nº <strong>de</strong> pacientes40030020010037 = 7,7%0< = 30 > 30Anos completos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>Figura 5 - Distribuição <strong>da</strong>s pacientes conforme a i<strong>da</strong><strong>de</strong> em que tiveram oprimeiro filho.


15(Figura 6).Um total <strong>de</strong> 444 pacientes (82%) relatou ter amamentado por algum período <strong>de</strong> tempo9,9%7,6%SimNãoIGN82,5%Figura 6 - Distribuição segundo a ocorrência ou não <strong>de</strong> amamentaçãoEm relação a patologias mamárias, 78 pacientes relataram já terem tido alguma doençaanterior, sendo que em 32,1% dos casos a paciente referia como tendo tido patologia maligna,em 51,3% a história era <strong>de</strong> nódulos benignos e os <strong>de</strong>mais casos se dividiam em ocorrência <strong>de</strong>mastite, cisto, abscesso ou microcalcificações. Uma paciente referiu história <strong>de</strong> nódulomamário sem especificar suas características. A freqüência <strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s patologias mesmas éapresenta<strong>da</strong> em Figura 7.504540Nº <strong>de</strong> casos403530252015105251 182 10NódulobenignoCâncer Mastite Cisto Abscesso Micro NóduloPatologia anteriorFigura 7 - Patologias mamárias pregressas.


16Não havendo na <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s pacientes subsídios clínicos que pu<strong>de</strong>ssem confirmar amaligni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou não <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s patologias cita<strong>da</strong>s, categorizamos as mesmas como sendoin<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s quanto a maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim segue a disposição <strong>da</strong>s patologias mamáriaspregressas referi<strong>da</strong>s durante as entrevistas (Figura 8).Nº <strong>de</strong> casos504540353025201510504051,3%2532,1%1316,7%Benigna Maligna IgnPatologia anteriorFigura 8 - Classificação <strong>da</strong>s patologias mamárias pregressas segundo suascaracterísticas <strong>de</strong> benigni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito por cento <strong>da</strong>s pacientes tiveram história <strong>de</strong> parentes com câncer <strong>de</strong>mama (Figura 9). Dezesseis pacientes citaram ocorrência <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama em mãe, 13 emirmã e mais que o dobro <strong>de</strong>stes valores, 30 pacientes têm história <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> neoplasiamamária em tia – não tem sido especificado se materna ou paterna.


174035303025Nº <strong>de</strong> casos2015161312 131074510IGN Mãe Irmã Tia Avó Prima Sobrinha FilhaParentescoFigura 9 - Familiares com história <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama.Ao categorizar-se segundo grau <strong>de</strong> parentesco, o que se tem é a prevalência <strong>da</strong>patologia em parentes <strong>de</strong> segundo grau, 43,8%, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong> primeiro grau 31,3%,os <strong>de</strong>mais eram parentes <strong>de</strong> terceiro grau (Figura 10).17,7%7,3%31,3%1º Grau2º Grau3º GrauIGN43,8%Figura 10 - Classificação dos familiares com história <strong>de</strong> doença maligna <strong>de</strong>mama conforme o grau <strong>de</strong> parentesco.Quatrocentas e uma pacientes (74,53%) realizaram o exame mamográfico com intuito<strong>de</strong> rastrear patologias mamárias, enquanto que 101 (18,8%) tiveram como motivação apresença <strong>de</strong> algum sinal/sintoma clínico <strong>de</strong> doença na mama (Figura 11).


18Indicação médicaRastreamentoSuspeita clínicaIgn101 18,8%35 6,7%401 74,5%0 100 200 300 400 500Nº <strong>de</strong> casosFigura 11 - Indicação médica para a realização do exame <strong>de</strong> mamografia.Conforme apresentado na figura 12, em 25,8% foi orientado complementaçãodiagnóstica por não ter sido a imagem <strong>de</strong> mamografia conclusiva (B 0 ), sessenta e seis porcento <strong>de</strong>ssas pacientes tiveram complementação <strong>de</strong>ste laudo sendo que 33 casos foi realizadoUSG, em 21 magnificação com compressão seletiva e em outros 12 ambos exames foramrealizados – conforme tabelas 1 e 2.Cerca <strong>de</strong> 27,88% <strong>de</strong> pacientes tiveram exame mamográfico sem alteração (B 1 ), e comoera espera<strong>da</strong>, em uma população encaminha<strong>da</strong> ao exame predominantemente pararastreamento do câncer, houve 40% <strong>de</strong> B 2 , achados com características benignas. Houve ain<strong>da</strong>5% <strong>de</strong> B 3 , 0,5% <strong>de</strong> B 4 e 0,7% <strong>de</strong> sua sub<strong>classificação</strong> B 4.A . Não foram feitos diagnósticoscompatíveis com classificações <strong>de</strong> BI-RADS ® 4B, 4C, 5 ou 6.


1925021501Nº Casos2001501001391502344.A5027340MamografiaFigura 12 - Distribuição dos laudos <strong>de</strong> mamografia segundo sua <strong>classificação</strong>BI-RADS ® .Após análise <strong>da</strong>s características <strong>de</strong> formato e margens <strong>de</strong> nódulos, e forma edistribuição <strong>de</strong> microcalcificações, houve a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s imagenssugestivas ou não <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em alguns exames, por não haver <strong>de</strong>scrição completa <strong>da</strong>lesão as mesmas não foram passíveis <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem nestes grupos (ignora<strong>da</strong>s).Alterações <strong>da</strong> MamografiaNóduloMicrocalcificaçõesDistorção doparênquima23 16,0%33 22,9%29 20,1%13 9,0%22 15,3%7 4,9%17 11,8%Distorção do parênquimaBenígnoMalígnoIn<strong>de</strong>terminado0 10 20 30 40 50 60Nº e Percentual <strong>de</strong> casosFigura 13 - Causas <strong>de</strong> alteração do exame mamográfico.A figura 13 <strong>de</strong>monstra as alterações mais prevalentes nos exames mamográficos. Entreas quais os nódulos, presentes em 85 casos, sendo que 29 apresentavam características <strong>de</strong>


20benigni<strong>da</strong><strong>de</strong>, quanto a forma e margem; 33 <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>, os <strong>de</strong>mais não traziam <strong>de</strong>scriçãosuficiente para <strong>correlação</strong>. Quarenta e dois exames relatavam a presença <strong>de</strong>microcalcificações, sendo que sete tinham características benignas e 22, malignas – 13 nãopu<strong>de</strong>ram ser correlaciona<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>scrição insuficiente. Por fim, em 17 laudos mamográficosforam <strong>de</strong>scritas distorções do parênquima mamário.Conforme apresentado na tabela que se segue, 47 casos foram necessárias imagenscom compressão seletiva <strong>da</strong> área para melhor avaliação do tecido glandular em estudo (Tabela1).Tabela 1 - Classificação BI-RADS ® dos exames <strong>de</strong> mamografia após complementação commagnificação e compressão seletiva segundo a sua <strong>classificação</strong> mamográficaprévia.Magnificação + Compressão seletivaMAMOGRAFIA B 0 B 1 B 2 B 3 B 4A B 4B B 4C B 5 S/ clas TotalB 0 2 2 10 15 0 2 1 0 4 36B 2 0 0 0 1 0 0 0 0 2 3B 3 0 1 0 1 0 0 0 0 1 3B 4 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2B 4A 0 0 0 0 2 0 0 1 0 3Total 2 3 10 18 2 2 1 1 8 47Sendo que 5 pacientes permaneceram com a mesma <strong>classificação</strong>. Trinta e quatro dos36 pacientes para os quais se propunha avaliação adicional (B 0 ) tiveram uma eluci<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>scaracterísticas lesionais: em 2 casos foram <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s a ocorrência <strong>de</strong> lesões, e 10 casos asmesmas passaram a ser interpreta<strong>da</strong>s como caracteristicamente benignas e em 15,provavelmente benignas, 3 casos assumiram a <strong>classificação</strong> com risco <strong>de</strong> suspeição parapatologia maligna (B 4.B e B 4.C ). Em oito exames a complementação diagnóstica em questãonão foi associa<strong>da</strong> há uma nova <strong>classificação</strong> BI-RADS ® .Ain<strong>da</strong> 72 exames ultrassonográficos foram realizados como complementaçãodiagnóstica, os quais foram reavalia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira retrospectiva por médica radiologista eclassificados segundo BI-RADS ® apropriado para tal exame <strong>de</strong> imagem (Anexo 5) (Tabela 2).


21Tabela 2 – Classificação BI-RADS ® dos exames <strong>de</strong> ultrassonografia segundo a sua<strong>classificação</strong> mamográfica prévia.UltrassonografiaMAMOGRAFIA B 0 B 1 B 2 B 3 B 4 B 4A B 4B B 4C B 5 S/ clas TotalB 0 1 19 14 5 1 3 2 0 0 1 46B 1 0 5 1 0 0 0 0 0 0 0 6B 2 0 5 1 2 0 1 0 0 0 1 10B 3 0 2 1 1 0 0 0 1 0 0 5B 4 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2B 4A 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 3Total 1 31 17 9 2 4 3 2 1 2 72O que se apreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes <strong>da</strong>dos é que a ultrassonografia foi eficaz na complementaçãodiagnóstica. Dos 46 exames <strong>de</strong> mamografia classificados como B 0 , apenas 1 menteve estacategoria. Das mamografias B 1 , a reavaliação mostrou-se <strong>de</strong>snecessária confirmando aorientação que se tem para tal resultado: assim, dos 6 laudos mamográficos B 1 , cincomantiveram a <strong>classificação</strong>, e em 1 caso foi <strong>de</strong>scoberta alteração <strong>de</strong> característica benigna aoexame <strong>de</strong> USG.Dos exames classificados como benignos (B 2 ) ou provavelmente benignos (B 3 ), doispassaram a ser encarados com algum grau <strong>de</strong> suspeição B 4a e B 4c , respectivamente.E por fim dois dos exames B 4a no laudo <strong>de</strong> mamografia foram reclassificados comoB 4b e B 4c pelo ultra-som.Das biópsias propostas neste estudo não houve casos <strong>de</strong> não realização porimpossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica ou casos <strong>de</strong> inconclusão diagnóstica por material inapropriado paraestudo. Sete pacientes foram submetidos a punção com agulha fina para diagnósticocitológico <strong>de</strong> suas alterações mamárias, to<strong>da</strong>s guia<strong>da</strong>s por USG. Outras quatro biópsias, agorapor agulha grossa, guia<strong>da</strong>s por USG ou esterotaxia, foram realiza<strong>da</strong>s, permitindo a análisehistológica <strong>de</strong> algumas espécimes.


22Quadro 6 - Correlação entre o padrão <strong>de</strong> lesão, modo <strong>de</strong> biópsia e forma <strong>de</strong> guia-la.Padrão <strong>de</strong> lesão Procedimento guia Forma <strong>de</strong> biópsiaNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG PAAFNódulo USG CoreA<strong>de</strong>nsamento USG CoreMicrocalcificação Estereotaxia CoreMicrocalcificação Estereotaxia CoreA avaliação citológica ou histológica <strong>da</strong>s respectivas lesões revelou patologias semcaracterística <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong> em 10 dos casos, sendo o diagnóstico <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama apenasem um dos casos. Estes <strong>da</strong>dos seguem correlacionados a categoria BI-RADS ®a quepreviamente a lesão havia sido classifica<strong>da</strong>.Quadro 7 – Correlação entre laudos <strong>de</strong> exames mamográficos e seus recpectivosdiagnósticos <strong>de</strong>finitivos.Mamografia Magnificação Ultrasonografia PAAF CoreB 0 B 0 B 4 NegativaB 0 B 4B B 2 NegativaB 0 B 3 NegativaB 0 B 4A NegativaB 0 B 4A NegativaB 0NegativaB 0 B 4B NegativaB 1 B 3 NegativaB 2 B 3 NegativaB 3 B 3 NegativaB 4 B 4 Positiva


235 DISCUSSÃOO estudo foi realizado no Serviço <strong>de</strong> Radiologia do Hospital <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<strong>de</strong> Santa Catarina, o qual assiste não só importante parcela <strong>da</strong> população florianopolit<strong>ana</strong>,como outros pacientes oriundos <strong>de</strong> diversas outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do estado.Ao avaliar 538 <strong>da</strong>s 1323 pacientes submeti<strong>da</strong>s ao exame no período em questãoalcançamos uma amostra satisfatória para avaliação do perfil <strong>da</strong>s mulheres que realizammamografia no HU. Entretanto, maiores esforços <strong>de</strong>veriam ter sido empregados na tentativa<strong>de</strong> aproveitamento universal dos <strong>da</strong>dos produzidos quando do atendimento <strong>de</strong>stas pacientes,haja vista serem estes <strong>da</strong>dos importantes na produção <strong>de</strong> conhecimento científico, comotambém na caracterização do trabalho realizado pelo serviço. A falha que restringiu autilização dos <strong>da</strong>dos ocorreu sobretudo no momento <strong>da</strong> obtenção do ConsentimentoInformado – pelo volume <strong>de</strong> serviço, os funcionários encontravam dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em informara<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente a paciente e obter sua concordância em participar do estudo, sendo que paratanto só dispunham <strong>da</strong> breve oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preenchimento <strong>da</strong> ficha <strong>de</strong> <strong>da</strong>doscomplementares ao exame (já menciona<strong>da</strong> – Anexo 2).Tal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a ser minimiza<strong>da</strong> com a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do projeto, que visa nãoapenas a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, mas também uma melhoria na sistemática <strong>de</strong> avaliação <strong>da</strong>spacientes em ca<strong>da</strong> etapa percorri<strong>da</strong> do estudo <strong>de</strong> patologias mamárias. Para tanto, tem sediscutido as formas mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> se obter o Consentimento Informado, bem como <strong>de</strong>armazenar as informações que são produzi<strong>da</strong>s.Propõe-se ain<strong>da</strong> que na seqüência o projeto seja <strong>de</strong>svinculado <strong>da</strong> acadêmica ecentralizado na instituição por meio <strong>da</strong> figura dos orientadores responsáveis, trazendo maior<strong>de</strong>senvoltura e perpetuando a sistemática <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, o que em futuro se refletirá emmaior quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço.Na amostra atingi<strong>da</strong> ampla variação <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> foi caracteriza<strong>da</strong>, sendo que apenas 4,9%<strong>da</strong>s pacientes apresentava menos <strong>de</strong> 35 anos. Faixa etária em que a mamografia muitas vezesnão é <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quado valor diagnóstico em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> mamária, sendo oexame muitas vezes inconclusivo. Assim, em tais situações o exame só se justifica como


24complementação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>ana</strong>mnese e exame físico, os quais conduzam a um riscoaumentado para câncer <strong>de</strong> mama ou a alguma suspeita clínica.Quarenta e oito por cento <strong>da</strong>s pacientes fizeram o exame em i<strong>da</strong><strong>de</strong> no qual o mesmoganha muito em sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> diagnóstica, acima dos 50 anos. Época em que o parênquimamamário, em geral, já com importante lipossubstituição permite a visualização <strong>de</strong> pequenasalterações do tecido além <strong>de</strong> ser i<strong>da</strong><strong>de</strong> em que o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> neoplasiamamária aumenta dramaticamente – aproxima<strong>da</strong>mente 70% dos casos são diagnosticados emmulheres com 50 anos ou mais. 29 Segundo a Agência Internacional <strong>de</strong> Pesquisa sobre Câncer(IARC) concluiu em revisão <strong>de</strong> 7 gran<strong>de</strong>s estudos, serem suficientes as evidências <strong>de</strong> eficáci<strong>ana</strong> realização <strong>de</strong> mamografia em mulheres assintomáticas (ratreamento) entre 50 e 69 anos,estimando-se uma redução <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> 35%. Enquanto que o rastreamentoentre 40 e 49 anos gerou poucas evidências <strong>de</strong> redução <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>. 8Tais resultados tiveram vali<strong>da</strong>ção estatística, sendo que 80% <strong>da</strong>s pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong>igual ou superior a 50 anos realizou o exame <strong>de</strong> mamografia como rastreamento e apenas47,8% <strong>da</strong>s pacientes mais jovens que 50 anos fizeram o exame mamográfico pela cita<strong>da</strong>indicação médica (p < 0,01).A justificativa para maior a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong>s radiografias mamárias como examecomplementar em pacientes mais velhas também foi corrobora<strong>da</strong> em nosso estudo ao se acharvalores tais como: 72% <strong>da</strong>s pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong> inferior a 50 anos apresentaram padrão <strong>de</strong>parênquima mamário entre hetereogeneamente <strong>de</strong>nso e extremamente <strong>de</strong>nso – traduzidos emmaior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eluci<strong>da</strong>ção diagnóstica; enquanto que apenas 46,4% <strong>da</strong>s pacientes com50 anos ou mais apresentou padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> semelhante (p < 0,05).Noventa e cinco por cento <strong>da</strong>s pacientes apresentou padrão <strong>de</strong> primeira menstruaçãonormal (entre 11 e 15 anos) ou tardia (após os 16 anos), associando-se ao <strong>da</strong>do <strong>de</strong> que apenas4,6% apresentou menopausa tardia (após os 55 anos) po<strong>de</strong>mos inferir que a população nãoestá sendo submeti<strong>da</strong> a estimulação estrogênica execessiva representa<strong>da</strong> por elevado número<strong>de</strong> ciclos menstruais, fator este consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> risco para câncer <strong>de</strong> mama.Outro fator que <strong>de</strong>signa proteção contra lesão mamária maligna é a gestação. Aocorrência <strong>de</strong> pelo menos um ciclo gestacional proporciona a conclusão do <strong>de</strong>senvolvimentodo tecido glandular mamário que se põem então com características menos favorável amanutenção e proliferação anárquica <strong>de</strong> grupos celulares com falha do conteúdo nuclear, além<strong>de</strong> que a ocorrência <strong>da</strong> primeira gestação até os 30 anos também é fator favorável. 3027, 28


25A população estu<strong>da</strong><strong>da</strong> não apresentou a dinâmica <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna caracteriza<strong>da</strong>por menor número <strong>de</strong> filhos e primeiro filho em i<strong>da</strong><strong>de</strong> mais tardia: as pacientes tiveram emmédia 2,8 filhos e apenas 9,7 pacientes não tiveram filhos; sendo que 92,3% <strong>de</strong>ssas pacientestiveram seu primeiro filho até os 30 anos. Ain<strong>da</strong> como importante forma <strong>de</strong> prevenção aocâncer <strong>de</strong> mama, as pacientes apresentaram elevado percentual <strong>de</strong> história <strong>de</strong> amamentação(82,5%).Segundo a história familiar estima-se que 5,57% <strong>da</strong>s pacientes apresentam umaumento <strong>de</strong> 2 a 3 vezes no risco <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama por apresentarem parentes <strong>de</strong> primeirograu (mãe, irmã e filha) com história <strong>da</strong> doença, entretanto fatores <strong>de</strong> suma importância nestaavaliação não foram questionados: se a patologia ocorreu em mais <strong>de</strong> um parente, com quei<strong>da</strong><strong>de</strong> o ente teve câncer <strong>de</strong> mama; além, <strong>de</strong> outra patologia <strong>de</strong> importante <strong>correlação</strong> tal comoo câncer <strong>de</strong> ovário. 28Houve a<strong>de</strong>quado uso <strong>da</strong> mamografia como instrumento <strong>de</strong> rastreamento <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong>mama, posto que cerca <strong>de</strong> 79% dos pacientes realizaram o exame com intuito tão somente <strong>de</strong>diagnosticar <strong>de</strong> forma precoce e subclínica sinais <strong>de</strong> neoplasia mamária. O que concluicertamente a conscientização <strong>da</strong> população sobre a importância e os riscos <strong>da</strong> doença, amobilização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> médica em indicar o exame e por fim, disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para arealização do mesmo na re<strong>de</strong> pública <strong>da</strong> capital.A prevalência <strong>de</strong> achados mamográficos sem alterações ou com alteraçõescaracteristicamente benignas reforça a idéia <strong>de</strong> que o exame <strong>de</strong> mamografia foi solicitado emsua maioria para pacientes <strong>de</strong> risco mínimo para doença, tendo se assim a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>realizar gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> exames para <strong>de</strong>tectar poucos casos <strong>de</strong> patologia, o que em na<strong>da</strong><strong>de</strong>svaloriza este método diagnóstico frente a morbi-mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> do câncer <strong>de</strong> mama e apossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cura quando do diagnóstico precoce. 31A gran<strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> <strong>classificação</strong> <strong>de</strong> BI-RADS ® 0 (necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliaçãoadicional) – 25,8% – faz referência ao fato dos <strong>da</strong>dos serem provenientes <strong>de</strong> um hospitalescola, no qual médico em processo <strong>de</strong> especialização certamente assumem uma postura maiscautelosa quando <strong>da</strong> liberação <strong>de</strong> laudos. Além disso, a metodologia <strong>de</strong> classificar os laudossegundo a sistemática proposta pelo ACR está em implantação no serviço <strong>de</strong> maneira a sera<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mesmo, o que se confirma pela não diferenciação <strong>de</strong><strong>classificação</strong> BI-RADS ® por mama direita ou esquer<strong>da</strong>.


26Quanto à complementação do método por imagem magnifica<strong>da</strong> associandocompressão seletiva do local <strong>de</strong> lesão mamária, provou ser método mais específico,eluci<strong>da</strong>ndo ou direcionando melhor o diagnóstico <strong>da</strong>s lesões. Este fato fica bem caracterizadoquando vemos a contraposição dos <strong>da</strong>dos na tabela 1, apenas 2 dos 47 casos em que se propôsessa avaliação adicional não houve melhor caracterização <strong>da</strong> lesão.O dispositivo <strong>de</strong> compressão consiste em uma placa <strong>de</strong> compressão e componentesmecânicos, projetados <strong>de</strong> maneira a manter a mama imóvel, para reduzir a espessura do tecidomamário e para fornecer compressão com estiramento uniforme <strong>da</strong> mama, <strong>de</strong> forma que asdiferenças na atenuação dos tecidos mamários possam ser aprecia<strong>da</strong>s. Utilizado sobretudo emcasos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s assimétricas <strong>de</strong> forma a diferenciar entre irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s na disposição dotecido mamário ou alteração <strong>da</strong>s características <strong>de</strong>ste parênquima, além <strong>de</strong> excelenteaplicação em ocorrência <strong>de</strong> microcalcificações – pois ao ampliá-las facilita o estudo <strong>de</strong> suascaracterísticas morfológicas e estruturais. Este foi sempre utilizado em associação com amagnificação <strong>da</strong> locali<strong>da</strong><strong>de</strong> do parênquima mamário a ser melhor avalia<strong>da</strong>. Esta por sua veztrata-se <strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> acentuação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> focal <strong>da</strong> imagem ao melhorar a resoluçãoaparente, diminuindo o efeito <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> niti<strong>de</strong>z. 7A ultrassonografia também teve sua importância <strong>da</strong> complementação diagnóstica doexame <strong>de</strong> mamas corrobora<strong>da</strong> ao aprimorar a <strong>classificação</strong> <strong>de</strong> muitas <strong>da</strong>s MX c/ B 0 (Tabela2). Não se tratando <strong>de</strong> efetiva técnica <strong>de</strong> rastreamento, a ultrassonografia é exame orientadopara estudo <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> mamográfica ou palpável, e não como pesquisa <strong>de</strong>uma ou ambas as mamas. As imagens oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ste exame gera informações adicionais acerca <strong>de</strong> lesões insuspeitas ou carcterísticas <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong>. – especialmente em mamas<strong>de</strong>nsas as quais há dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em avaliação pelos filmes <strong>da</strong> mamografia. 20Ponto importante a ser <strong>de</strong>batido foi a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer a <strong>correlação</strong> em gran<strong>de</strong>escala dos achados <strong>de</strong> mamografia com o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo por estudo histopatológico <strong>de</strong>lesões quando <strong>da</strong> indicação <strong>de</strong>ste. Isto se <strong>de</strong>veu sobretudo ao período relativamente curto <strong>de</strong>tempo em que se <strong>de</strong>senvolveu o trabalho, não havendo tempo suficiente para se transcorrer atrajetória <strong>de</strong> atendimento clínico, solicitação <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> novos exames complementares(como a magnificação e ultrassonografia) e, quando pertinente, biópsia.Outro contraponto que conduziu a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> foco <strong>de</strong>ste estudo foi o <strong>de</strong> que em suamaioria, as pacientes submeti<strong>da</strong>s a biópsias no Serviço <strong>de</strong> Radiologia do HU vinhamreferencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> outras instituições, muitas vezes sem terem em mãos os examescomplementares e quando <strong>da</strong> presença <strong>de</strong>ste os laudos não eram a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente padronizados


27implicando na não confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em utiliza-los neste estudo. Assim restringimos a nossaamostra em favor <strong>de</strong> mantê-la fi<strong>de</strong>digna a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço, repercutindo naimpossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se concluir o que, em primeiro momento, foi a principal proposta <strong>de</strong>stetrabalho – estabelecer valores preditivos <strong>da</strong> Classificação BI-RADS ® .Assim, neste breve panorama <strong>da</strong>s pacientes que tiveram indicação <strong>de</strong> estudocitológico, apenas em um caso (B 0 ) não houve a eluci<strong>da</strong>ção por exames <strong>de</strong> imagens maisespecíficos (magnificação com compressão seletiva ou ultrassonografia, conformecaracterísticas clínicas e <strong>de</strong> imagem <strong>da</strong> lesão) antes <strong>de</strong> se optar pela biópsia.Nos <strong>de</strong>mais casos <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação complementar segundo a <strong>classificação</strong><strong>de</strong> BI-RADS ® (B 0 ), a biópsia foi realiza<strong>da</strong> por aumento <strong>de</strong> suspeição <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> lesão(B 4 ) ou pela impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> em se firmar a característica benigna <strong>da</strong> mesma (B 3 ).Nota-se ain<strong>da</strong> que mamografias negativas (B 1 ), ou com achados benignos (B 2 ) ouprovavelmente benignos (B 3 ) passaram por biópsia, o que po<strong>de</strong> fazer inferência ao anseio <strong>da</strong>paciente ou do médico assistente frente a lesão, a incompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do achado <strong>da</strong> imagemcom o exame clínico <strong>da</strong> paciente ou mesmo ausência <strong>de</strong> credibili<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>da</strong> <strong>classificação</strong> <strong>de</strong>BI-RADS ® .Por fim, a suspeição <strong>de</strong> lesão maligna (B 4 ) ao se manter com a avaliaçãoultrassonografica, requereu confirmação histopatológica que reiterou tratar-se <strong>de</strong> câncer.Esses <strong>da</strong>dos vêm ao encontro <strong>da</strong> indicação <strong>de</strong> prosseguimento <strong>de</strong> investigação para estacategoria.As biópsias em sua maioria (9 casos) foram guia<strong>da</strong>s por USG, o que faz inferênciaterem sido biópsia<strong>da</strong>s sobretudo lesões nodulares, além <strong>de</strong> uma biópsia em área <strong>de</strong>a<strong>de</strong>nsamento. O que se justifica pelas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste exame conforme já mencionado.Nas duas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s em que foi retirado fragmentos mamários sob direcionamento <strong>de</strong>estereotaxia, tratavam-se alterações representa<strong>da</strong>s por microcalcificações. O procedimentoestereotáxico é a localização exata <strong>de</strong> uma lesão (visualiza<strong>da</strong> por mamografia) em suas trêsdireções espaciais propiciando a intervenção seja por agulha fina ou grossa (core). Como tal,apesar <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> maior habili<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica do que para manuseio <strong>de</strong> ultra-som esta é amaneira mais específica <strong>de</strong> se acessar microcalcificações.Os <strong>da</strong>dos mostraram um caso <strong>de</strong> neoplasia mamária em uma mostra <strong>de</strong> 538 mulheres,estando estes valores <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>quilo que era esperado em termos <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama femininoem Santa Catarina para o ano <strong>de</strong> 2005: em uma população <strong>de</strong> mulheres estima<strong>da</strong> em1.845.227, 32 supunha-se que ocorreriam 1600 casos <strong>de</strong>ssa patologia.1


286 CONCLUSÕESO estudo realizado no Serviço <strong>de</strong> Radiologia do HU englobou uma amostrasignificante <strong>de</strong> pacientes, entretanto há potencial para otimizar a abrangência <strong>da</strong> coleta – o quejá está sendo executado como continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste projeto.A realização <strong>da</strong> mamografia fez se prioritariamente como rastreamento do câncer <strong>de</strong>mama abrangendo pacientes acima <strong>de</strong> 50 anos, sem história ginecológica que reportasse auma estimulação estrogênica exarceba<strong>da</strong> e sem história familiar <strong>de</strong> risco. Com isto houvepredomínio <strong>de</strong> exames negativos ou com alterações caracteristicamente benignas (B 1 e B 2 ,respectivamente).Parcela significativa <strong>da</strong>s pacientes cujo exame gerou suspeição – quer por serclassificado como B 4 (e suas sub-classificações) ou B 5 , ou por não haver concordância entre aimagem e a clínica – passou por exames mais específicos, algumas inclusive sendosubmeti<strong>da</strong>s a biópsia.Laudos cito-histológicos reafirmaram as respectivas classificações dos exames <strong>de</strong>imagem. E o achado <strong>de</strong> patologia maligna condiz com o incidência proposta para a populaçãoestu<strong>da</strong><strong>da</strong>.Todo este panorama vem ao encontro <strong>da</strong> bibliografia atual, no tangente asrecomen<strong>da</strong>ções do rastreamento mamográfico, bem como ao que se refere ao seguimento <strong>da</strong>investigação diagnóstica.


29REFERÊNCIAS1. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>. Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer.Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Prevenção e Vigilância. 2004. Estimativa 2005: incidência <strong>de</strong> câncer noBrasil. [monografia na Internet] Rio <strong>de</strong> Janeiro: INCA; 2004, 98 p. [acesso em 2005 Abr29]. Disponível em: www.inca.gov.br/estimativa/2005/conteudo_view.asp.2. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>. Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer.Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Prevenção e Vigilância. Estimativa 2006: incidência <strong>de</strong> câncer no Brasil.[monografia na Internet] Rio <strong>de</strong> Janeiro: INCA; 2005, 98p [acesso em 2002 Jul 9].Disponível em: www.inca.gov.br/estimativa/2006/versaofinal/pdf.3. Santa Catarina, Secretaria Estadual <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina. Sistema <strong>de</strong> Informações<strong>de</strong> Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> (SIM). [homepage na Internet]. Florianópolis: SIM, 2006.[aproxima<strong>da</strong>mente 1 Tela]. [acesso em 2006 Jan 29]. Disponível em:www.sau<strong>de</strong>.sc.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim96.<strong>de</strong>f.4. Brasil. Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>. Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer.Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Prevenção e Vigilância. Controle do Câncer <strong>de</strong> Mama: documento <strong>de</strong>consenso. [monografia na Internet] Rio <strong>de</strong> Janeiro: INCA; 2006, 39p [acesso em 2006 Fev8]. Disponível em: www.inca.gov.br/publicacoes/Consensointegra.pdf5. Baségio, DL, Koch HA, Formas <strong>de</strong> diagnóstico do câncer <strong>de</strong> mama na mulher gaúcha.Rev Bras Mastol. 1998;8:64-71.6. Godinho ER, Koch HA. O perfil <strong>da</strong> mulher que se submete a mamografia em Goiânia:uma contribuição a bases para um programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção precoce do câncer <strong>de</strong> mama.Radiol Bras. 2002;35(3):139-45.7. Basset LW, Jackson VP, Jahan R, Fu YS, Gold RH. Doenças <strong>da</strong> mama: diagnóstico etratamento. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Revinter; 2000, 3-26.8. Boyle, P. Mammographic breast cancer screening: after the dust has settled. Breast.2003;12(6):351-6.9. Coburn NG, Chung MA, Fulton J, Cady B. Decreased breast cancer tumor size, stage, andmortality in rho<strong>de</strong> island: an example of a well-screened population. Cancer Control.2004;11(4):222-30.10. Tabar L, Dean PB. Mammography and breast cancer: the new era. Int J Gynaecol Obstet.2003;82(3):319-26.11. Klemi PJ, Parvinen I, Pylkkanen L, Kauhava L, Immonen-Raiha P, Rasanen O, et al..Significant improvement in breast cancer survival through population-basedmammography screening. Breast. 2003;12(5):308-13.12. Mincey BA, Perez EA, Advances in screening, diagnosis, and treatment of breast cancer.Mayo Clin Proc. 2004;79(6):810-6.


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32NORMAS ADOTADASFoi utiliza<strong>da</strong> a Normatização para os Trabalhos <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Graduaçãoem Medicina, segundo a Resolução aprova<strong>da</strong> em Reunião do Colegiado do Curso <strong>de</strong>Graduação em Medicina em 17 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2005.


ANEXO 1 - Parecer consubstanciado – Projeto n o 318/200433


ANEXO 2 - Questionário HU35


36ANEXO 3 - Ficha <strong>de</strong> estudo mamográfico e seguimentoEstudo mamográfico e seguimentoInformações pessoaisNome: __________________________________________________________________________________Prontuário (HU): ____________________ Registro RX: __________________ Data: ____ / ____/ ______Data <strong>de</strong> nascimento: ____/ ____/______ Estado civil: ______________________Profissão: ________________________ Telefone: ( __ ) _____ - _________En<strong>de</strong>reço: _______________________________________________________________________________ClínicaIndicação médica: _________________________________________________________________________Menarca: ___ Menopausa: ____N° filhos: _____ I<strong>da</strong><strong>de</strong> 1° filho: ____ Amamentou: ( ) Sim ( ) NãoQueixa <strong>da</strong> paciente: ( ) Assintomática( ) Sintomática : ____________________________________________________Patologia anterior <strong>da</strong> mama: _________________________________________________________________História <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> mama: ( ) Sim ( ) Mãe ( ) Irmã ( ) Tia ( ) Avós( ) NãoImagemDensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do parênquimamamário praticamente liposubstituí<strong>da</strong> (< 25%fibroglandular) liposubstituição parcial (25% - 50%fibroglandular) hetereogeneamente <strong>de</strong>nso (51% - 75%fibroglandular) extremamente <strong>de</strong>nso ( >75%fibroglandular)Margens: circunscritas indistintas microlobula<strong>da</strong>s espicula<strong>da</strong>s obscureci<strong>da</strong>sDistorção arquitetural( ) sim não ( )Localização:Nódulo( ) sim ( ) nãoLocalização:Características:Forma: redondo oval lobulado irregularMicrocalcificações( ) sim não ( )Localização:Forma: linear pleomórficas amorfas puntiformes grosseiras


37Distribuição: segmentar linear múltipla regional agrupa<strong>da</strong>s difusasBI-RADS0 – necessita avaliação adicional ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>1 – negativa ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>2 – benigno ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>3 – provavelmente benigno ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>4 – suspeito4a ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>4b ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>4c ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>5 – altamente suspeito <strong>de</strong> maligni<strong>da</strong><strong>de</strong> ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>6 – neoplasia conheci<strong>da</strong> ( ) ambas ( ) direita ( ) esquer<strong>da</strong>Complementação diagnósticaUltra-sonografia Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____Resultado:Magnificação Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____Resultado:Spot compressivo Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____Resultado:Punção aspirativa por agulha fina Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____Resultado:Biópsia percutânea com agulha grossa(Core biopsy) Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____Resultado:Biópsia cirúrgica Não realiza<strong>da</strong> Realiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta: __/__/____ Resultado:( ) Com marcação prévia ( ) Agulha( ) Corante( ) Sem marcaçãoLaudo citológico:Laudo <strong>ana</strong>tomo-patológico:


38ANEXO 4 - Consentimento informadoSERVIÇO PÚBLICO FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACAMPUS UNIVERSITÁRIO – TRINDADE – CAIXA POSTAL 476CEP 88010-970 – FLORIANÓPOLIS – SANTA CATARINAHOSPITAL UNIVERSITÁRIOServiço <strong>de</strong> RadiologiaTERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃONOME DO TRABALHO: “CORRELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE BIRADS NA IMAGEM DEMAMOGRAFIA E DIAGNÓSICO DEFINITIVO EM PACIENTES SINTOMÁTICAS OU NÃO NOSERVIÇO DE MAMOGRAFIA DO HOSPITAL DA UNIVERSIDADE DE SANTA CATARINA”Orientador responsável: Prof. Dr. Carlos Gilberto Crippa - CREMESC: 2169Participantes: Acadêmica Ana Carolina Camargo RochaDeclaro que estou <strong>de</strong> acordo em participar do estudo <strong>de</strong> rastreamento mamográfico do câncer<strong>de</strong> mama mesmo sem ter sintomas <strong>da</strong> doença.Sei que o exame é o melhor para <strong>de</strong>scobrir a doença no seu início e que assim aumenta aspossibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> curar a doença.Fui informa<strong>da</strong> e garanti<strong>da</strong> que terei to<strong>da</strong> a assistência para diagnosticar e tratar as doenças queforem revela<strong>da</strong>s ao exame; que não terei nenhum custo financeiro; que o exame po<strong>de</strong>rá ter resultadosfalsos e que necessitarão <strong>de</strong> outros exames para eluci<strong>da</strong>ção diagnóstica, como nova mamografia, ultrasonografiae biópsia por punção ou cirurgia; que a minha i<strong>de</strong>ntificação ficará em sigilo; que os <strong>da</strong>dosdos exames po<strong>de</strong>rão ser utilizados para estudo, publicações ou eventos científicos; que po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>sistir<strong>de</strong> participar do estudo em qualquer momento, sendo que para tanto <strong>de</strong>vo entrar em contato com ospesquisadores pelo telefone (48) 234-0343 ou (48) 9121-5062 ou, ain<strong>da</strong> , pelo e-mailprojmama@yahoo.com.br.Prof. Dr. Carlos Gilberto CrippaPesquisador responsávelAcadêmica Ana Carolina Camargo RochaPesquisadora principalEu, ________________________________________________, Rg ______________,abaixo assinado, tendo recebido as informações acima e ciente dos meus direitosabaixo relacionados, concordo em participar.Florianópolis, ____<strong>de</strong> _______________ <strong>de</strong> 2005.


39ANEXO 5 - Classificação BI-RADS ® para laudos <strong>de</strong> ultrassonografiaCategoria Interpretação Risco <strong>de</strong> Câncer Conduta0 Inconclusivo Comparar com MX. Ralizar RMM.1 Negativo Comparar com MX.2 Benigno3 Provavelmente benigno Até 2% Seguimento em curto período <strong>de</strong> tempo4 Suspeito 3 a 94% Biópsia5 Provavelmente maligno > 95% Biópsia6 Lesão já biopsia<strong>da</strong> ediagnostica<strong>da</strong> comomaligna, mas não retira<strong>da</strong> outrata<strong>da</strong>100% Conduta apropria<strong>da</strong>Fonte: Breast imaging reporting and <strong>da</strong>ta system: BI-RADS ® . 4th edition. /copyright 2003 American College ofRadiology


40FICHA DE AVALIAÇÃOA avaliação dos trabalhos <strong>de</strong> conclusão do Curso <strong>de</strong> Graduação em Medicinaobe<strong>de</strong>cerá os seguintes critérios:1º. Análise quanto à forma (O TCC <strong>de</strong>ve ser elaborado pela Resolução /2005 doColegiado do Curso <strong>de</strong> Graduação em Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina);2º. Quanto ao conteúdo;3º. Apresentação oral;4º. Material didático utilizado na apresentação;5º. Tempo <strong>de</strong> apresentação:15 minutos para o aluno;05 minutos para ca<strong>da</strong> membro <strong>da</strong> Banca;05 minutos para réplicaDEPARTAMENTO DE: ____________________________________________ALUNO: ________________________________________________________PROFESSOR: ____________________________________________________NOTA1. FORMA ........................................................................................................2. CONTEÚDO ................................................................................................3. APRESENTAÇÃO ORAL ...........................................................................4. MATERIAL DIDÁTICO UTILIZADO ........................................................MÉDIA: _______________(____________________________________)Assinatura: ________________________________________

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