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Geologia na Escola - Caderno 4 - Portal do Professor

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SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno4Rochas e Mineraiscomo iniciar uma coleção e as características usadas <strong>na</strong> identificação


Rochas e Mineraiscomo iniciar uma coleção e as características usadas <strong>na</strong> identificação"A alegria de contemplar e de conhecer é o melhor presente da <strong>na</strong>tureza"“Curitiba2005


SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno 4Rochas e Mineraiscomo iniciar uma coleção e as características usadas <strong>na</strong> identificaçãoMINEROPARMinerais <strong>do</strong> Paraná S/AELABORAÇÃOGeóloga Maria Elizabeth Eastwood Vaine


PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, DESDE QUE CITADA A FONTEMINERAIS DO PARANÁ S/A - MINEROPARRua Máximo João Kopp, 274 - Bloco 3/MTelefone 41 351-6900 - Fax 41 3516950 - E-mail: minerais@pr.gov.brhomepage: www.pr.gov.br/mineroparCep - 82.630-900 CURITIBA – PARANÁ


ApresentaçãoQuem nunca fez uma coleção, seja ela de selos, figurinhas, moedas ou de recortes ebrinque<strong>do</strong>s?O que pode levar uma criança a colecio<strong>na</strong>r?Gostamos de trazer e guardar conosco um pedacinho <strong>do</strong> universo que cerca o objeto de nossoafeto.As coleções são portas abertas para o conhecimento. Elas surgem quan<strong>do</strong> se quer intensificareste conhecimento, então se escolhe o que colecio<strong>na</strong>r e o material selecio<strong>na</strong><strong>do</strong> recebetratamento especial, é classifica<strong>do</strong> e armaze<strong>na</strong><strong>do</strong> em local adequa<strong>do</strong>. Uma coleção, portanto,serve como motivação <strong>na</strong>s diferentes etapas <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong>.Se colecio<strong>na</strong>r desenvolve as qualidades de ordem, de méto<strong>do</strong>, de gosto, de iniciativa, depaciência, de perseverança, de observação... seguramente também incentivará as pesquisasdiversas. E como os educa<strong>do</strong>res, numerosos são os pais que encorajam seus filhos <strong>na</strong>atividade de colecio<strong>na</strong><strong>do</strong>r, pois eles vêem nela, uma ocasião de descobertas, de aprendizagem...e de partilha..Qual a importância disso? Bem, a questão é que critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s significam conceitosaprendi<strong>do</strong>s.Colecio<strong>na</strong>mos para satisfazermos a nossa necessidade primordial de obter, segun<strong>do</strong> as nossascapacidades - o conhecimento.*texto adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> artigo Biblioteca <strong>Escola</strong>r - Colecio<strong>na</strong>r já é <strong>do</strong>cumentar de Graça Maria Fragoso eColecio<strong>na</strong>r – é conhecer de Léo Galvão Fragoso


SumárioApresentação ..................................................................................................................................................9OS MINERAIS ................................................................................................................................................15Cristal ............................................................................................................................................................15Mineral ...........................................................................................................................................................15Mineralogia ....................................................................................................................................................16Formação <strong>do</strong>s Cristais ..................................................................................................................................16Propriedades <strong>do</strong>s Minerais ............................................................................................................................17Propriedades Físicas .....................................................................................................................................17Clivagem .......................................................................................................................................................17Fratura ...........................................................................................................................................................18Dureza ...........................................................................................................................................................19Escala de Dureza de MOHS ..........................................................................................................................19Brilho .............................................................................................................................................................21Cor ................................................................................................................................................................22Alguns elementos e a cor que produzem nos minerais..............................................................................................23Traço .............................................................................................................................................................24Diafaneidade .................................................................................................................................................25Te<strong>na</strong>cidade.......................................................................................................................................................................26Densidade relativa <strong>do</strong>s minerais...................................................................................................................................26Sabor e Cheiro ..............................................................................................................................................27Magnetismo ...................................................................................................................................................27Radioatividade...............................................................................................................................................27Fluorescência ................................................................................................................................................27Sistemas cristalográficos...............................................................................................................................................28Hábito...............................................................................................................................................................................29


Hábitos de agrega<strong>do</strong>s cristalinos.................................................................................................................................30Propriedades Químicas <strong>do</strong>s Minerais ............................................................................................................31Principais classes de minerais.......................................................................................................................31Propriedades Ópticas <strong>do</strong>s Minerais ...............................................................................................................32Observação de Minerais ao Microscópio Petrográfico ...................................................................................32AS ROCHAS .................................................................................................................................................33Tipos de Rochas ............................................................................................................................................33Ambiente Magmático .....................................................................................................................................33Ambiente Metamórfico ...................................................................................................................................33Ambiente Sedimentar ....................................................................................................................................33Rochas Magmáticas ou Ígneas ......................................................................................................................34Textura das Rochas Magmáticas ....................................................................................................................35Minerais das Rochas Magmáticas .................................................................................................................36Cor das Rochas Magmáticas .........................................................................................................................36Rochas Metamórficas ....................................................................................................................................37Metamorfismo ................................................................................................................................................38Metamorfismo de Contato ..............................................................................................................................38Metamorfismo Regio<strong>na</strong>l .................................................................................................................................38Principais tipos de rochas metamórficas.....................................................................................................................39Seqüências Metamórficas..............................................................................................................................40Rochas Sedimentares....................................................................................................................................41Ciclo Sedimentar ...........................................................................................................................................41Diagênese .....................................................................................................................................................42Classificação das Rochas Sedimentares .......................................................................................................43Rochas Detríticas ...........................................................................................................................................43Rochas Quimiobiogênicas ou Organogênicas................................................................................................43Rochas Quimiogênicas ..................................................................................................................................44COLECIONANDO MINERAIS E ROCHAS..................................................................................................................45O que é uma coleção de minerais e rochas.................................................................................................................45Começan<strong>do</strong> uma coleção..............................................................................................................................................45


Identifican<strong>do</strong> rochas........................................................................................................................ ..............................46Onde encontrar rochas..................................................................................................................................................46O equipamento...............................................................................................................................................................47Como guardar e expor a sua coleção.........................................................................................................................48Como selecio<strong>na</strong>r minerais............................................................................................................................................48Referências Bibliográficas............................................................................................................................................49


OS MINERAISCristalO cristal é um sóli<strong>do</strong> homogêneo, de composição química definida.Mineralmercúrionão é sóli<strong>do</strong>, mas sim liquí<strong>do</strong>O mineral é um composto químico <strong>na</strong>tural, inorgânico, constituí<strong>do</strong> de um ou maiselementos que se unem para formar uma substância com composição química epropriedades físicas distintas. Pode assumir a forma de um poliedro, com algumasexceções como ilustra<strong>do</strong> abaixo:pérolanão é inorgânica mas simproduzida por um molusco,a ostraopala ecalcedônianão têm a estruturainter<strong>na</strong> cristali<strong>na</strong>, sãoamorfoslimonitaóxi<strong>do</strong> de ferro hidrata<strong>do</strong>,sem estrutura inter<strong>na</strong>cristali<strong>na</strong>âmbar - não éinorgânico, é umaresi<strong>na</strong> fóssilproduzida porgimnospermas15


Propriedades <strong>do</strong>s MineraisOs minerais apresentam propriedades físicas, químicas e ópticas que permitem a sua caracterização eidentificação. As propriedades físicas <strong>do</strong>s minerais por serem observáveis em amostra de mão, são asmais utilizadas para uma primeira identificação.Propriedades FísicasBiotitaclivagem basalClivagemÉ a propriedade que alguns minerais têm de se partirem segun<strong>do</strong>determi<strong>na</strong>das superfícies pla<strong>na</strong>s e paralelas.Estas superfícies pla<strong>na</strong>s são chamadas de planos de clivagem.Geralmente são brilhantes e correspondem às direções onde as ligaçõesiônicas ou atômicas são mais fracas.Exemplos de minerais com boa clivagem são a muscovita que apresentauma única direção de clivagem - clivagem basal, a calcita que tem trêsdireções de clivagem - clivagem romboédrica, e a gale<strong>na</strong> apresentan<strong>do</strong>uma clivagem cúbica.Gale<strong>na</strong>clivagem cúbicaCalcitaclivagem romboédrica,escalenoédrica e ortorrômbica17Fluoritaclivagem octaédrica


FraturaA fratura é o mo<strong>do</strong> como certos minerais se partem. Esta quebra não tem direções ou planos defini<strong>do</strong>s esão diferentes <strong>do</strong>s planos de clivagem por serem geralmente embaçadas, irregulares e não pla<strong>na</strong>s e nãose repetem paralelamente.Os principais tipos de fratura são:conchoidal ou concoidal - fratura com superfíciescôncavas e convexas, lisas ou estriadas, semelhantes aconchas. Por exemplo, quartzo rosa e enxofre.irregular - fratura onde o mineral partesegun<strong>do</strong> uma superfície irregular. Por exemplo,topázio.acicular - fratura com fragmentos pontiagu<strong>do</strong>ssemelhantes à madeira quan<strong>do</strong> se parte.Por exemplo, asbesto.18


DurezaA dureza é a resistência que o mineral tem ao ser risca<strong>do</strong> por outro mineral ou objeto e depende <strong>do</strong> tipode suas ligações químicas, quanto mais fortes forem estas ligações, maior dureza ele terá.A dureza é avaliada comparan<strong>do</strong> com a de certos minerais-padrão. A escala de dureza mais utilizada é aescala de Mohs, constituída por 10 graus correspondentes às durezas relativas de 10 minerais, orde<strong>na</strong><strong>do</strong>spor ordem crescente de dureza. Cada um <strong>do</strong>s minerais desta escala risca o anterior, de dureza inferior, eé risca<strong>do</strong> pelo seguinte <strong>na</strong> escala, portanto de dureza superior.Quan<strong>do</strong> se risca um mineral mais duro com outro menos duro, este vai desgastar-se sobre o mais duro,à semelhança de quan<strong>do</strong> se escreve com giz no quadro-negro ou quan<strong>do</strong> se escreve com o lápis nopapel.Também são utiliza<strong>do</strong>s objetos de dureza conhecida, sen<strong>do</strong> os mais comuns a unha, prego, moedas,canivete ou vidro.Escala de Dureza de MOHS1- talco6-feldspato2-gipsita3-calcita7-quartzo8-topázio1 23 4 54-fluorita9-corin<strong>do</strong>n5-apatita10-diamante6 7 8 91019


Friedrich Mohs (1773-1839)Geólogo e mineralogista alemão.Mohs era um estudioso em química, física ematemática.Começou a classificar os minerais por suascaracterísticas físicas, indiferente da suacomposição química.Criou uma escala de dureza <strong>do</strong>s minerais utilizadaaté hoje como a escala de dureza de Mohs .A escala de Mohs varia de 1 a 10.O diamante está no alto da escala, com uma dureza 10 e o talco é o mais macio, com uma dureza 1.Você pode usar materiais de dureza conhecida para determi<strong>na</strong>r a dureza relativa de qualquer mineral.Por exemplo, a sua unhatem dureza 2 e poderiscar o talco de dureza 1.Uma moeda de cobretem dureza 3,5 e poderiscar a calcita.Um pedaço de vidro dedureza 5 risca a calcitacom dureza 3 ou afluorita de dureza 4.20


BrilhoO brilho <strong>do</strong> mineral é o mo<strong>do</strong> como este reflete a luz que incide <strong>na</strong> sua superfície.Quanto ao brilho dividem-se os minerais em metálico, sub-metálico e não-metálico.O brilho metálico é característico de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s minerais que apresentam eleva<strong>do</strong>índice de refração, ten<strong>do</strong> por exemplo, os metais <strong>na</strong>tivos como o ouro e a prata. Têmaparência brilhante <strong>do</strong>s metais.O brilho sub-metálico é um pouco menos intenso que o metálico, exemplovolframita.O brilho não metálico é característico <strong>do</strong>s minerais de cor clara, em geral transparentes ou translúci<strong>do</strong>s epodem ser classifica<strong>do</strong>s em adamantino, vítreo, se<strong>do</strong>so, resinoso, <strong>na</strong>cara<strong>do</strong> e graxo.Adamantino - aspecto semelhante ao <strong>do</strong> diamante, brilho intenso.Vítreo - semelhante, no aspecto ao vidro, como o quartzo.Se<strong>do</strong>so - semelhante ao da seda, como o talco.Resinoso - aspecto da resi<strong>na</strong>como a bromargirita - AgBr.graxo- aspecto oleoso como o enxofre.Nacara<strong>do</strong> - como o brilho das pérolas.Embaça<strong>do</strong>comsuperfíciesnão reflexivascomo a barita.21


A CorA cor é a primeira característica que alguém observa quan<strong>do</strong> vê um mineral.A cor é também uma das razões que atrai as pessoas. Geralmente, a cor não é uma propriedade boa a serusada <strong>na</strong> identificação <strong>do</strong>s minerais. É a propriedade que confunde um coletor iniciante e o leva a fazer umaidentificação incorreta. Muitos minerais têm cores diferentes e as cores de alguns minerais são idênticas àscores de outros minerais. É importante saber o que faz com que aquela cor esteja presente nos minerais afim compreender esta propriedade.A cor nos minerais é causada pela absorção, ou pela falta de absorçãode vários comprimentos de ondas da luz. A cor da luz é determi<strong>na</strong>da porseu comprimento de onda. Quan<strong>do</strong> a luz branca pura, isto é, conten<strong>do</strong>to<strong>do</strong>s os comprimentos de onda da luz visível, entra em um cristal, alguns<strong>do</strong>s comprimentos de onda podem ser absorvi<strong>do</strong>s e outros, emiti<strong>do</strong>s. Seisto acontecer então a luz que sai <strong>do</strong> cristal terá alguma cor. Comoabsorve ou emite estes comprimentos de onda? As ligações atômicassão geralmente as responsáveis. Alguns elementos têm elétrons queabsorvem determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s comprimentos de onda. Conseqüentemente asligações aos elementos diferentes produzem cores diferentes.Os elementos que produzem cores com a absorção e a emissão <strong>do</strong>s comprimentos de onda sãogeralmente metais. Mesmo se houver só quantidades minúsculas destes elementos, podem fortementeinfluenciar a cor <strong>do</strong> mineral.Quanto à cor, os minerais podem ser idiocromáticos e alocromáticos.Idiocromáticos -são os minerais cujacor é característica enão varia de amostrapara amostra, como aesmeralda.Alocromáticos - são osminerais que apresentamcores variáveis. Exemplo éo quartzo, que vai desde oincolor, rosa, lilás, amarelo,enfumaça<strong>do</strong>, até o preto.22


Alguns elementos e a cor que produzem nos mineraisO cobalto, Co, produz a cor violetavermelhano mineral erythrita,o arseno-sulfeto de cobalto.O cromo, Cr, produz acor vermelho-laranja <strong>na</strong>crocoíta, o cromatode chumbo.O cobre , Cu, produz a corazul esverdeada <strong>na</strong>azurita, o carbo<strong>na</strong>tohidrata<strong>do</strong> de cobre.O níquel, Ni, produz a corverde <strong>na</strong> an<strong>na</strong>bergita,o arseniato hidrata<strong>do</strong> deníquel.O urânio, U, produz a coramarela <strong>na</strong> zippeíta,um sulfato hidrata<strong>do</strong> deurânio e potássio.O vanádio, V, produz a corvermelho-laranja dava<strong>na</strong>dinita, um clorova<strong>na</strong>dato de chumbo.O ferro, Fe, produz acor avermelhada <strong>na</strong>limonita, o óxi<strong>do</strong>hidrata<strong>do</strong> de ferro.O manganês, Mn,produz a cor rosa nomineral ro<strong>do</strong>crosita,o carbo<strong>na</strong>to demanganês.A maioria <strong>do</strong>s minerais, entretanto, é geralmentebranco ou incolor em um esta<strong>do</strong> puro. Muitasimpurezas podem colorir estes minerais e variar a cor.A cor <strong>do</strong> traço demonstra freqüentemente a corverdadeira de um mineral. A radiação <strong>do</strong>s minerais deterras raras pode danificar a estrutura <strong>do</strong> cristal e estesdanos vão refletir <strong>na</strong> coloração como no quartzoesfumaça<strong>do</strong>. Deve-se sempre ter um cuida<strong>do</strong> aotentar identificar um mineral usan<strong>do</strong> a cor.23


TraçoO traço é a cor <strong>do</strong> pó fino que se forma quan<strong>do</strong> se risca o mineral numa placa deporcela<strong>na</strong> não vitrificada. Quan<strong>do</strong> o mineral é mais duro que a porcela<strong>na</strong> que temdureza 7, ele não se reduz a pó e não produz risco.A cor <strong>do</strong> traço é importante <strong>na</strong> distinção de minerais que apresentam a mesmacor, por exemplo o caso da magnetita, goetita e hematita de coloração negra mascom traços diferentes, respectivamente, preto, amarela<strong>do</strong> e avermelha<strong>do</strong>.Quanto ao traço os minerais se dividem em:Minerais de brilho metálico e sub-metálico - produzem traço de cor escura e às vezesde cor bastante diferente da <strong>do</strong> mineral. Ex. pirita amarelo-latão e traço quase preto.Minerais de brilho não-metálico e alocromáticos geralmente têm traço branco ouacinzenta<strong>do</strong>. Minerais de brilho não-metálico e idiocromáticos têm traço da cor <strong>do</strong>mineral, em geral mais pálida.Embora a cor de um mineral seja freqüentemente variável, o seu traço tende a ser relativamente constante, eportanto é uma propriedade extremamente útil <strong>na</strong> identificação <strong>do</strong> mineral.Alguns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes de deixar traço em materiais como papel, comoé o caso <strong>do</strong> grafite e da molibdenita.traço da hematitatraço da gale<strong>na</strong>24traço <strong>do</strong> cinábrio


DiafaneidadeDiafaneidade ou transparência é a maior ou menor quantidade de luz que os minerais deixam atravessar, ese classificam em hialinos, transparentes, translúci<strong>do</strong>s e opacos.Hialinos - através <strong>do</strong>s quais os objetos são visíveis sem modificação da cor como ocristal de rocha.Transparentes - através <strong>do</strong>s quais os objetos são visíveiscom possíveis modificação da cor, manten<strong>do</strong> os contornosníti<strong>do</strong>s, por exemplo, o quartzo.Translúci<strong>do</strong>s - deixam atravessar parcialmente a luz,mas os objetos não são claramente visíveis. Exemplo:quartzo enfumaça<strong>do</strong>.Opacos - não deixamatravessar pela luz,como a ágata.É raro que um mineral opaco tenha to<strong>do</strong>s os espécimestranslúci<strong>do</strong>s, contu<strong>do</strong>, alguns minerais translúci<strong>do</strong>s podemtor<strong>na</strong>r-se opacos por inclusões ou efeitos <strong>do</strong> intemperismo.A esfalerita é um exemplo de um mineral normalmenteopaco que surpreende freqüentemente colecio<strong>na</strong><strong>do</strong>rescom um espécime transparente.25


Te<strong>na</strong>cidade <strong>do</strong>s mineraisA te<strong>na</strong>cidade é a resistência que o mineral tem em ser quebra<strong>do</strong>, esmaga<strong>do</strong>, <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> ou rasga<strong>do</strong>.A te<strong>na</strong>cidade não tem relação com a dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possuidureza muito elevada mas quebra facilmente quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong> a um impacto.A te<strong>na</strong>cidade de um mineral é expressa pelos seguintes termos:Quebradiçoo mineral se rompeou é pulveriza<strong>do</strong> comfacilidade como o quartzo.Maleávelo mineral pode ser transforma<strong>do</strong>em lâmi<strong>na</strong>s, por aplicação deimpacto comoo ouro, a pratae o cobre.Dúctilo mineral pode serestira<strong>do</strong> para formar fios,como a prata.FlexívelSéctilo mineral podeser corta<strong>do</strong> poruma lâmi<strong>na</strong> deaço, como ocobre.o mineral pode ser curva<strong>do</strong>, mas não retor<strong>na</strong>a sua forma origi<strong>na</strong>l, depois de cessa<strong>do</strong> oesforço, como o talco.Plásticoo mineral pode ser curva<strong>do</strong>, mas volta à sua forma origi<strong>na</strong>l,depois de cessa<strong>do</strong> o esforço, como as micas.A ductilidade, sectilidade e maleabilidade são típicas de minerais metálicos. O comportamento flexível é típicode minerais com estruturas em folha, como talco e clorita. As micas, apresentam propriedades elásticas.Densidade relativa <strong>do</strong>s mineraisA densidade relativa é a relação entre o peso <strong>do</strong> mineral e o peso de um volume igual de água pura.Não tem o mesmo significa<strong>do</strong> que peso específico - medi<strong>do</strong> em unidades de peso por unidade de volume.A densidade relativa é característica para cada mineral, e depende basicamente <strong>do</strong>s elementos químicosque constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranja<strong>do</strong>s dentro da estrutura cristali<strong>na</strong>.Os efeitos destes fatores podem ser facilmente avalia<strong>do</strong>s comparan<strong>do</strong>-se a diferença de densidade relativaentre o carbono puro <strong>na</strong> forma de grafite - densidade 2,2 g/cm³ e <strong>do</strong> diamante 3,5g/cm³, que mostra o efeitoda estrutura cristali<strong>na</strong> <strong>na</strong> densidade relativa.26


Sabor e CheiroPara certos minerais estas propriedades são bons elementos de diagnóstico.Como por exemplo a halita, silvita, arsenopirita e o enxofre.HalitaSaborsalga<strong>do</strong>MagnetismoSilvitaSaboramargoEnxofreCheirode ovospodresArsenopiritaCheiro de alhoMateriais que apresentam a propriedade de ser atraí<strong>do</strong>s por um imãsão chama<strong>do</strong>s de ferromagnéticos. O número de minerais queapresentam esta propriedade é muito pequeno. Dentre os mineraiscomuns <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza, ape<strong>na</strong>s a magnetita e a pirrotita apresentam estapropriedade. Portanto, quan<strong>do</strong> presente em um mineral, o magnetismoé de extrema utilidade <strong>na</strong> identificação.FluorescênciaA luz ultravioleta é invisível para os seres humanos, porque as suasondas são muito curtas e não detectadas pelos nossos olhos.Alguns minerais quan<strong>do</strong> expostos à luz ultravioleta, emitem uma luzfluorescente. Estes minerais absorvem a luz ultravioleta e refletemondas mais longas que são detecta<strong>do</strong>s pelos nossos olhos.Exemplo é a fluorita, mineral que dá o nome a esta propriedade.Radioatividade Alguns minerais possuem propriedadesradioativas. São exemplo os minerais de urânio. Esta propriedade podeevidenciar-se utilizan<strong>do</strong> conta<strong>do</strong>res de partículas - conta<strong>do</strong>r Geiger.27minerais fluorescentessob luz <strong>na</strong>turalminerais fluorescentessob luz ultravioleta


Sistemas cristalográficosOs minerais geralmente formam cristais distintos. A forma <strong>do</strong>s cristais é importante <strong>na</strong> identificação <strong>do</strong>sminerais. O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cristais é chama<strong>do</strong> cristalografia e é um campo importante de estu<strong>do</strong>, não somente<strong>do</strong>s cristais <strong>na</strong>turais, mas também <strong>do</strong>s cristais forma<strong>do</strong>s por ligas de metais, produtos químicos, e outrosmateriais sintéticos. Freqüentemente se utilizam equipamentos cristalográficos, tais como o espectômetrode raio X, para identificar corretamente os minerais. É com o uso destas ferramentas que a estrutura de umcristal pode ser definida.Como pode a cristalografia ajudar a identificar minerais?A estrutura cristali<strong>na</strong>, o arranjo <strong>do</strong>s átomos e/ou íons de um mineral, são responsáveis pela forma exter<strong>na</strong> <strong>do</strong>cristal. Também, a simetria afeta as outras propriedades tais como a clivagem, brilho, dureza e cor.Compreender a que classe de simetria um mineral pertence é muito útil <strong>na</strong> identificação de seus cristais.Estes são os 7 sistemas cristalográficos:espinélioOrtorrômbicowulfenitaTetrago<strong>na</strong>lIsométricocerussitaheulanditaMonoclínicoopalaHexago<strong>na</strong>lva<strong>na</strong>dinitadioptásioTrigo<strong>na</strong>lmicroclínioTriclínicoAmorfo é quan<strong>do</strong> omineral não formaum cristal.28


HábitoO hábito de um mineral é a forma com a qual ele aparece freqüentemente <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza,seja como prismasalonga<strong>do</strong>s, como cristais achata<strong>do</strong>s, ou mesmo como grãos sem uma forma definida.Muitas espécies de minerais ocorrem com um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> hábito.A pirita quase sempre ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem como lamelas.Mas nem sempre um determi<strong>na</strong><strong>do</strong> mineral apresenta seu hábito característico, mesmo assim o hábito é degrande auxílio <strong>na</strong> sua identificação.Termos mais usa<strong>do</strong>s <strong>na</strong> descrição <strong>do</strong> hábito <strong>do</strong>s minerais.Prismático - os cristais são freqüentemente constituí<strong>do</strong>s por prismas. São usa<strong>do</strong>s adjetivos paraqualificar os cristais prismáticos, como:fibrosos,colu<strong>na</strong>rescapilares ouprismas alonga<strong>do</strong>sfiliformesainda mais finos,lembran<strong>do</strong>fios de cabeloacicularesmuito alonga<strong>do</strong>se finos, comforma que lembrauma agulhatabularesachata<strong>do</strong>s, comduas direções maisbem desenvolvidas<strong>do</strong> que a terceiralami<strong>na</strong>resalonga<strong>do</strong>s eachata<strong>do</strong>s, como alâmi<strong>na</strong> de uma facaMicáceocristais tabulares oulamelares forma<strong>do</strong>spor placas fi<strong>na</strong>sCúbico, octaédrico, <strong>do</strong>decaédrico,romboédrico mineral caracteriza<strong>do</strong> pelaocorrência freqüente de cristais com estasformas geométricas29


Hábitos de agrega<strong>do</strong>s cristalinosDendríticoarborescente,em ramos comoos de umaplanta.Globularagrega<strong>do</strong>s de cristaisradiais, forman<strong>do</strong> peque<strong>na</strong>ssuperfícies esféricas ousemi-esféricas.Concêntricocamadas mais oumenos esféricas,superpostas umasàs outras.Estalactiteagrega<strong>do</strong>s emcilindros ou conespendentes.Geo<strong>do</strong>cavidade em umarocha, cuja superfícieé coberta depequenos cristais.Botrioidal formasglobularesassemelhan<strong>do</strong>-se aum cacho de uvas.Maciçomaterialcompacto, semformas ou feiçõesespeciais.Mamelo<strong>na</strong>rgrandes superfíciesarre<strong>do</strong>ndadas, semelhantes amamas, formadas por elementosradiais ou divergentes.Oolítico e pisolíticomassas arre<strong>do</strong>ndadas,mais ou menos <strong>do</strong>tamanho de ovas depeixe ou ervilhas.30Drusasuperfíciecoberta depequenoscristais.Concreçãomassas formadas por deposição dematerial em torno de um núcleo. Algumasconcreções são esféricas, mas outraspodem ter forma variável.Granularagrega<strong>do</strong>simplesmentecomposto porgrãos.Reniformeagrega<strong>do</strong>s radia<strong>do</strong>scom forma de rins.


Propriedades Químicas <strong>do</strong>s MineraisEstas propriedades são estudadas em laboratórios mineralógicos utilizan<strong>do</strong> várias técnicas, desde umaanálise química até o uso de difração de raios X ou microssonda eletrônica.Principais classes demineraisAs espécies de minerais, são classificadas de acor<strong>do</strong> com suasestrutura e composição química em 9 classes.Estas classes e alguns de seus minerais mais comuns são:Elementos <strong>na</strong>tivos - ocorrem <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza em esta<strong>do</strong> puro, não combi<strong>na</strong><strong>do</strong>s com outros elementos.ouroprata cobre enxofregrafite diamanteÓxi<strong>do</strong>s e hidróxi<strong>do</strong>s - minerais comuns <strong>na</strong> superficie da Terra.Halóides - Classe <strong>do</strong>s halogênios <strong>na</strong>turais.hematitagoethitaSulfetos - minerais metálicos.pirolusitamagnetita halita silvitaCarbo<strong>na</strong>tos, nitratos e boratosfluoritamalaquitapirita calcopirita gale<strong>na</strong> blenda calcitaSilicatos - são os minerais mais abundantes da crosta terrestre.biotita<strong>do</strong>lomitaro<strong>do</strong>crositaolivi<strong>na</strong>turmali<strong>na</strong>piroxênioanfibóliomuscovitaquartzofeldspato31


Propriedades Ópticas <strong>do</strong>s MineraisO estu<strong>do</strong> e observação das propriedades ópticas <strong>do</strong>s minerais é muito importante pois só assim, é possívelidentificar minerais que formam as rochas mesmo quan<strong>do</strong> não são vistos a olho nú.Para se observar as rochas e os minerais ao microscópio petrográfico é necessário cortá-los em lâmi<strong>na</strong>smuito fi<strong>na</strong>s, com 0,03 mm de espessura, para a luz transmitida <strong>do</strong> microscópio poder atravessá-los.Observação de Minerais ao Microscópio PetrográficoQuartzoFeldspato - MicroclínioMuscovitaObservação microscópicaObservação microscópica32observações ao microscópio


AS ROCHASA rocha é um agrega<strong>do</strong> <strong>na</strong>tural composto por uma ou mais espécies minerais distintas.Tipos de RochasOs três grandes tipos de rochas são: magmáticas, sedimentares e metamórficas.Ambiente MagmáticoO ambiente magmático caracteriza-se geralmente por temperaturas elevadas, acima <strong>do</strong>s 800ºC;pressões variadas, muito baixas, no caso <strong>do</strong> vulcanismo, a muito altas, no plutonismo, e ocorre nointerior da litosfera.Ambiente MetamórficoÉ caracteriza<strong>do</strong> por um grande intervalo de pressões e temperaturas.De acor<strong>do</strong> com o valor relativo de cada um destes <strong>do</strong>is parâmetros, o metamorfismo pode seressencialmente térmico - Metamorfismo de Contato, ou essencialmente dinâmico -Metamorfismo Regio<strong>na</strong>l relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> à formação das cadeias montanhosas.Quanto à temperatura os valores não excedem os 800ºC - valor que marca o inicio da fusão de parte<strong>do</strong>s minerais, o começo <strong>do</strong> magmatismo.Ambiente SedimentarÉ o ambiente da superfície da Terra. Caracteriza-se por baixos valores de temperatura e pressão,grande variedade <strong>na</strong> composição química <strong>do</strong>s materiais, grandes transformações químicas como aoxidação, carbo<strong>na</strong>tação, hidrólise e hidratação.33


Rochas Magmáticas ou ÍgneasEstas rochas são formadas a partir da cristalização <strong>do</strong> magma.O magma é gera<strong>do</strong> em grandes profundidades. Durante a sua ascensão pode estacio<strong>na</strong>r em câmarasmagmáticas onde vai resfrian<strong>do</strong>, de forma lenta ou rápida, e as rochas que se formam apresentamcaracterísticas diferentes. O magma sobe também para níveis mais superficiais, sob a forma de filões,diques ou soleiras, ou poderá sair para o exterior por processos vulcânicos.diagênesecimentaçãocompactaçãotemperaturae pressãorochassedimentaressedimentoserosão e transportesedimentaçãoerosão e transportesedimentação meteorização, erosão,transporte e sedimentaçãorochasmagmáticastemperatura e pressãorochasmetamórficasresfriamentosolidificaçãocristalizaçãomagma34fusão


Textura das Rochas MagmáticasAs rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas têm um esfriamento rápi<strong>do</strong> emsuperfície, e por isso, os minerais são de peque<strong>na</strong>s dimensões e não se distinguema olho nú. Essas rochas têm textura muito fi<strong>na</strong>, e ape<strong>na</strong>s ao microscópiopetrográfico que se pode observar seus constituintes. Também podem apresentartextura vítrea em que não há individualização <strong>do</strong>s seus minerais nem mesmoquan<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s ao microscópio, como por exemplo, as obsedia<strong>na</strong>s que sãovidros vulcânicos.Existem rochas que se formam em profundidades intermediárias ou <strong>na</strong> superfície<strong>na</strong>s quais se observam cristais mais desenvolvi<strong>do</strong>s, fenocristais, dispersosnuma matriz com textura afanítica. Estas rochas apresentam texturaporfirítica.riolitoTEXTURA APLÍTICAOs minerais apresentam-se em pequenosgrãos quase invisíveis à vista desarmadaobsedia<strong>na</strong>pórfirogranitoandesitopórfiroTEXTURA GRANULAROs minerais apresentam sensivelmenteas mesmas dimensõesTEXTURA PORFIRÓIDEDentro de uma massa mais fi<strong>na</strong> ocorrem cristaisbem desenvolvi<strong>do</strong>spegmatitoTEXTURA PEGMATÍTICAOs minerais da rocha apresentam-seem cristais de grandes dimensões35


Minerais das Rochas MagmáticasOs minerais mais comuns <strong>na</strong>s rochas magmáticas são: quartzo, feldspatos e plagioclásios, feldspatóides -nefeli<strong>na</strong>, leucita, micas - muscovita, biotita, piroxênios, anfibólios e olivi<strong>na</strong>. Estes podem ser essenciais, ouseja, são os que caracterizam a rocha que os contém, ou podem ser minerais acessórios, que existin<strong>do</strong>numa rocha não afetam as características básicas da mesma.Cor das Rochas MagmáticasNa classificação das rochas magmáticas, faz-se a distinção entre os minerais mais claros, denomi<strong>na</strong><strong>do</strong>sde félsicos - quartzo, feldspatos e os minerais mais escuros, os máficos - biotita, piroxênios, anfibólios eolivi<strong>na</strong>s.As proporções relativas entre estes <strong>do</strong>is tipos de minerais, permitem classificar as rochas em leucocráticas,mesocráticas e melanocráticas.Rochas LeucocráticasSão de cor clara, ricas em minerais félsicos e portanto, pobres em máficos.granitoriolitosienitopedra pomeRochas MesocráticasDe cor intermediária, com proporçõesaproximadas de minerais máficos e félsicos.dioritoandesitogabro<strong>do</strong>leritobasaltovesicularRochas MelanocráticasDe cor escura, ricas em minerais máficos.36


Rochas MetamórficasAs rochas metamórficas geralmente resultam da transformação de rochas pré-existentes. Estastransformações ocorrem quan<strong>do</strong> essas rochas atingem grandes profundidades ou quan<strong>do</strong> são encaixantes<strong>na</strong>s intrusões magmáticas, sem contu<strong>do</strong> passarem pelo esta<strong>do</strong> de fusão. Nestes casos, devi<strong>do</strong> às novascondições de alta pressão e de alta temperatura, as rochas vão sofrer alterações <strong>na</strong>s suas característicasorigi<strong>na</strong>is.MetamorfismoÉ o conjunto das transformaçõese das reações que uma rochasofre quan<strong>do</strong> é sujeita acondições de pressão etemperatura diferentes da épocaem que se formaram.Estas modificações consistemessencialmente nos realinhamentosmineralógicos e texturais dasrochas em conseqüência dasnovas condições físico-químicas.Mas outros fatores também sãomuito importantes nometamorfismo como é o caso daação <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> tempo.To<strong>do</strong>s estes fatores não atuamconjuntamente e com a mesmaintensidade nos diferentes tiposde metamorfismo.MetamorfismoRegio<strong>na</strong>lPressão37Metamorfismo deContatoMetamorfismoDinâmicoFalhamentoCalor Calor Pressão


Quanto maiores forem a temperatura e a pressão, maior será a intensidade <strong>do</strong> metamorfismo e astransformações das rochas até chegar a um ponto chama<strong>do</strong> de ultrametamorfismo, que faz a transição parao ambiente magmático. Já as variações muito peque<strong>na</strong>s de temperatura e pressão causam transformaçõesmenos acentuadas <strong>na</strong>s rochas poden<strong>do</strong> facilmente concluir qual era a rocha inicial.Geralmente as rochas deformadas apresentam foliação e xistosidade.Xistosidadeé a facilidadecom que arocha se parteem lâmi<strong>na</strong>s,como o xisto.xistoFoliação é evidenciadapor bandas alter<strong>na</strong>das deminerais claros e mineraisescuros e/ou pelaorientação <strong>do</strong>s mineraisque as constituem,como no g<strong>na</strong>isse.g<strong>na</strong>isseMetamorfismo de ContatoA transformação da rocha ocorre <strong>na</strong> vizinhança de uma intrusãomagmática. A temperatura e os fluí<strong>do</strong>s são os fatores de metamorfismoque pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>m.Metamorfismo Regio<strong>na</strong>lcalormagmaMetamorfismo de caráter regio<strong>na</strong>l enormalmente associa<strong>do</strong> à formação decadeias de montanhas - orogênese.zo<strong>na</strong> de deformação regio<strong>na</strong>lborda <strong>do</strong> contato38


A rocha metamórfica é a rocha resultante de um processo de alteração das condições origi<strong>na</strong>is da suaformação. Esta alteração tem como conseqüência mudanças <strong>na</strong> sua textura e nos seus minerais constituintes.Alguns destes novos minerais permitem avaliar as condições de pressão e temperatura a que as rochasestiveram sujeitas e desig<strong>na</strong>m-se por minerais-índice ou tipomorfos, como por exemplo a estaurolita e asilimanita, que são também minerais característicos de ambientes metamórficos.Principais tipos de rochas metamórficasArdósia - Apresenta uma série de planos, muito bem defini<strong>do</strong>s, que se sobrepõemuns aos outros. Os minerais que a constituem são em geral minerais de argila eapresentam dimensões tão reduzidas que não se distinguem a olho nú. Por vezes,contêm fósseis.Xisto - Caracteriza-se por apresentar uma textura formada por uma série deplanos. Os minerais que o constituem são em geral filosilicatos como a biotitae a clorita e apresentam dimensões tão reduzidas que não se distingüem a olhonú. Os planos de xistosidade têm maior brilho que <strong>na</strong>s ardósias. Origi<strong>na</strong>m-seda transformação de rochas argilosas.G<strong>na</strong>isse - É deriva<strong>do</strong> de rochas ricas em quartzo e feldspato. Os mineraisencontram-se to<strong>do</strong>s recristaliza<strong>do</strong>s e dispostos segun<strong>do</strong> faixas mais ou menosparalelas, forman<strong>do</strong> bandas alter<strong>na</strong>das, claras e escuras. Os grãos apresentamuma forma arren<strong>do</strong>ndada ou lenticular.ardósiag<strong>na</strong>issexistoQuartzito - Rocha essencialmente constituída por grãos de quartzo resultantes darecristalização de arenitos siliciosos. Apresenta to<strong>na</strong>lidades claras.quartzitoMármore - Rocha resultante da recristalização de calcários ou <strong>do</strong>lomitos.Distingüem-se destas rochas pela dimensão <strong>do</strong>s grãos de calcita que são visíveis aolho nú, e pelo seu brilho.mármore39


Seqüências MetamórficasSeqüência metamórfica é o conjunto de rochas derivadas de um mesmo tipo de rocha origi<strong>na</strong>l,corresponden<strong>do</strong> a sucessivos graus crescentes de metamorfismo.Seqüência Argilosa - Origi<strong>na</strong>da a partir de argilitos ou de siltitos é representada pela sucessão:ardósiaSeqüência Básica Origi<strong>na</strong>da apartir de basaltos e gabros érepresentada pela sucessão:filitomicaxistog<strong>na</strong>isseSeqüência Quartzo-feldspática - Origi<strong>na</strong>da a partir derochas graníticas e riolíticas, mostra os seguintes termos:xistosverdesanfibolitosSeqüência Carbo<strong>na</strong>tada Com inícionos calcários, evolui para mármores.g<strong>na</strong>issemigmatitoSeqüência Carbonácea - Desenvolvida a partir decarvões fósseis, é representada por:calcáriomármoregrafitaantracito40


Rochas SedimentaresAs rochas sedimentares resultam <strong>do</strong> transporte, acumulação e consolidação <strong>do</strong>s sedimentos, provenientes,da erosão de rochas pré-existentes, da precipitação química de substâncias, ou de material correspondentea conchas, esqueletos e espículas de organismos mortos.As rochas sedimentares constituem uma fi<strong>na</strong> camada, cuja espessura raramente ultrapassa os 2 km,cobrin<strong>do</strong> no entanto cerca de 80% da superfície <strong>do</strong> planeta, constituin<strong>do</strong> a maioria das suas paisagens.Ciclo Sedimentartransporte e sedimentaçãopela água e ventometeorização e erosãoà medida que seacumulam novossedimentos, osestratosinferiores setransformam emrochasedimentaresAs rochas da superfície terrestre são continuamente alteradas poragentes <strong>na</strong>turais, como água, gases atmosféricos, ação <strong>do</strong>s seres vivose variações de temperatura. Os produtos resultantes da alteraçãopodem ser detríticos, como pedras soltas, areia, fração fi<strong>na</strong> <strong>do</strong>s solosou dissolverem-se <strong>na</strong> água.as correntes oceânicastransportam e depositammateriais pela corrente e pelaprecipitação químicaJunto com a alteração das rochas ocorre a sua erosão,que é o processo de arrancar e deslocar os materiaisrochosos altera<strong>do</strong>s, que são transporta<strong>do</strong>s por diversosagentes, como as águas <strong>do</strong>s rios e o vento, e41acumulam-se nos rios, lagos, lagoas, praias efun<strong>do</strong>s oceânicos, dan<strong>do</strong>-se a sedimentaçãodesses materiais.Se o agente de transporte é a água,durante a sedimentação tambémpodem depositar-se por precipitaçãoquímica as substâncias dissolvidas <strong>na</strong>água, dan<strong>do</strong> origem a rochassedimentares como gesso e salgema.Também poderão sedimentar restos de conchas, carapaçase esqueletos de animais mortos se estes existirem no localde acumulação ou <strong>na</strong>s proximidades, como praia ou lago.


Alteração ou MeteorizaçãoProcesso pelo qual as rochas perdem as características físico-químicas origi<strong>na</strong>is.ErosãoFenômeno de desgaste <strong>do</strong>s materias rochosos pela ação das águas, ventos e seres vivos.TransporteMovimento <strong>do</strong>s materiais resultantes da erosão, pela ação da água, <strong>do</strong>s ventos e da força da gravidade.SedimentaçãoProcesso de deposição <strong>do</strong>s sedimentos previamente erodi<strong>do</strong>s e transporta<strong>do</strong>s.Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e sedimentação, pois estesprocessos podem ocorrer simultaneamente. Os agentes mais importantes são as águas da chuva, rios,mares, geleiras; o vento e a força da gravidade. Na sedimentação podem participar isola<strong>do</strong>s ou emconjunto, detritos ou sedimentos arranca<strong>do</strong>s de rochas pré-existentes, substâncias dissolvidas <strong>na</strong>s águas esedimentos de origem orgânica.Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos, antes da formaçãodas verdadeiras rochas sedimentares, a Diagênese. Começa com a redução de volume <strong>do</strong>s sedimentos,devi<strong>do</strong> ao peso <strong>do</strong>s sedimentos que se depositam por cima. Nos sedimentos mais profun<strong>do</strong>s vãoreduzin<strong>do</strong> os espaços vazios e começam a se agregar e compactar. Com a compactação, os sedimentostor<strong>na</strong>m-se mais resistentes adquirin<strong>do</strong> um aspecto de rocha, é a litificação.DiagêneseA diagênese é o conjunto de processos entre a sedimentação e o metamorfismo, que atuam sobre ossedimentos provocan<strong>do</strong> a sua compactação e a formação de rochas mais consistentes.Associada à compactação <strong>do</strong>s sedimentos, ocorre o processo de cimentação que consiste noaparecimento de uma matriz ou seja, material muito fino entre os grãos <strong>do</strong>s sedimentos, ou um cimentoresultante da precipitação de substâncias, como carbo<strong>na</strong>to ou sílica, dan<strong>do</strong> mais consistência à rocha.Nos sedimentos mais profun<strong>do</strong>s, pode existir também modificações nos minerais e alterações químicascom trocas de substâncias entre as rochas e as soluções que circulam em volta,dan<strong>do</strong> origem a novos minerais.42


Classificação das Rochas SedimentaresAs rochas sedimentares classificam-se em três grupos principais, quanto à origem <strong>do</strong>s sedimentos que asconstituem: rochas detríticas, rochas quimiobiogênicas ou organogênicas e rochas quimiogênicas.Pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>m os detritos de rochas pré-existentes, resultantes sobretu<strong>do</strong> da alteraçãoRochas Detríticase erosão que atuaram sobre essas rochas. Dividem-se em <strong>do</strong>is grandes grupos:rochas sedimentares detríticas móveis e rochas sedimentares detríticas consolidadas.Rochas sedimentares detríticas móveiscascalhosareiasRochas sedimentares detríticas consolidadasconglomera<strong>do</strong>s brechasarenitosargilassiltessiltitosargilitosRochas Quimiobiogênicas ou OrganogênicasEstas rochas resultam da acumulação de organismosmortos ou de detritos das atividades desses organismos.Os restos de organismos preserva<strong>do</strong>s <strong>na</strong>s rochas chamamsefósseis. As rochas fossíliferas mais comuns são oscalcários fossilíferos, resulta<strong>do</strong> da precipitação decarbo<strong>na</strong>to de cálcio que cimenta e consolida restos deanimais. Quan<strong>do</strong> há preservação de partes orgânicas,ocorre a formação de rochas carbonáceas comoo carvão mineral e os hidrocarbonetos.43carvãomineraldiatomitacalcáriofossilíferorocha comhidrocarbonetos


Rochas QuimiogênicasEstas rochas resultam da precipitação de substâncias dissolvidas <strong>na</strong> água que poderão através dela,serem transportadas a longas distâncias. A precipitação <strong>do</strong>s produtos que irão origi<strong>na</strong>r estas rochas,dá-se em condições químicas e de temperatura que não permitem que a água continue a transportá-los.Formam-se então rochas como por exemplo as estalactites, calcário comum e o chert (sílica). O processomais comum de precipitação é por evaporação, origi<strong>na</strong>n<strong>do</strong> por precipitação de sais, as rochas evaporíticas,como o gesso e a halita.gessohalitaestalactitescalcárioevaporitochert44


COLECIONANDO MINERAIS E ROCHASO que é uma coleção de minerais e rochas?Uma coleção de minerais e rochas é um conjunto de amostras devidamente classificadas e identificadas.Em cada um <strong>do</strong>s exemplares que formam a coleção, é preciso colocar, uma etiqueta em que conste o seunome e o lugar onde foi coleta<strong>do</strong>. Em função <strong>do</strong> nível de desenvolvimento <strong>do</strong> aluno, é possível acrescentaruma ficha de reconhecimento com as principais características da rocha ou mineral coleta<strong>do</strong>, como:dureza, cor, forma de se romper, se é abundante ou escasso no local de coleta, como pode ser utiliza<strong>do</strong>,entre outras observações.Para que serve uma coleção de rochas e minerais?O principal objetivo de colecio<strong>na</strong>r rochas e minerais não é conhecer o nome das amostras dememória, mas sim propiciar contato com um tipo de material que compõe a estrutura <strong>do</strong> planeta.Começan<strong>do</strong> uma coleçãoA primeira coleção deve ter algumas amostras de minerais e rochas mais comuns e maisrepresentativas.A coleção irá crescen<strong>do</strong> e o colecio<strong>na</strong><strong>do</strong>r pode se especializar, dedican<strong>do</strong> seus esforços à coleçãomineral, como por exemplo, de sulfetos ou silicatos, ou de alguma região, como minerais <strong>do</strong> Paraná , ouminerais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> com características fluorescentes.Uma maneira fácil de obter minerais é compran<strong>do</strong> <strong>na</strong>s lojas. Você encontra material já limpo, escolhe àvontade e pode obter peças importadas. Isto porém tem custos. Com mais trabalho mas sem usardinheiro, você pode aumentar sua coleção visitan<strong>do</strong> mi<strong>na</strong>s, garimpos e pedreiras, onde técnicos eoperários poderão ajudá-lo a identificar os minerais e rochas coleta<strong>do</strong>s. Outros meios são a troca comoutros colecio<strong>na</strong><strong>do</strong>res e a solicitação a empresas de mineração.45


Identifican<strong>do</strong> RochasMuitos livros de geologia ensi<strong>na</strong>m como identificar e classificar rochas e minerais e que ajudam umcolecio<strong>na</strong><strong>do</strong>r. Os mapas geológicos são também úteis para coletar e auxiliar <strong>na</strong> identificação.Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> tamanho e da escala, os mapas podem cobrir áreas grandes ou peque<strong>na</strong>s.A maioria tem descrições <strong>do</strong>s tipos da rocha. A maioria <strong>do</strong>s mapas geológicos são feitos por empresaspúblicas e por pesquisa<strong>do</strong>res <strong>na</strong>s universidades.No Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, a Mineropar é órgão <strong>do</strong> governo responsável por estas publicações.Comparar seus espécimes com aqueles de uma coleçãoem museu, pode ajudar a identificá-los.Onde encontrar rochasAs coleções são diferentes umas das outras dependen<strong>do</strong>de onde o coletor vai procurar por rochas e minerais.Os melhores locais de coleta são mi<strong>na</strong>s, cortes da estrada oupenhascos <strong>na</strong>turais.Os campos abertos e terrenos planos são lugares pobres paraencontrar exposições de rochas.Os morros e as incli<strong>na</strong>ções íngremes são locais melhores.Quase toda a exposição de rocha fornece algumas amostraspara coleção.Coletar e procurar amostras requer um pouco de conhecimento em rochas eminerais. Estes podem ser obti<strong>do</strong>s por meio da leitura, falan<strong>do</strong> com um professor,ou visitan<strong>do</strong> museus de rochas e minerais.Também é recomendável ter um livrocom boas fotografias para se fazer comparações.46


O EquipamentoOs equipamentos necessários são um martelo de geólogo e uma lupa de mão.O martelo é usa<strong>do</strong> para quebrar a rocha fresca. Pode ser compra<strong>do</strong> em lojas de ferragens. A cabeça <strong>do</strong>martelo tem uma das extremidades semelhante a uma picareta. Um outro tipo que tem uma extremidadeparecida com um formão é usa<strong>do</strong> <strong>na</strong> coleta de rochassedimentares e fósseis.Na foto ao la<strong>do</strong> estão algumas ferramentas quesão úteis <strong>na</strong> coleta de amostras de rochas.Uma marreta, um martelo de geólogo, e diversosformões.Ao coletar rochas, principalmente se for usar o martelo para tirar uma amostra, deve-seusar capacete e óculos de proteção, para se evitar possíveis acidentes.A lupa de mão é usada para identificar os minerais. Pode ser comprada em joalherias, óticas, ou em lojas deequipamentos científicos. A lupa com poder de ampliação de dez vezes é a mais recomendada, são baratase completamente satisfatórias.Outros equipamentos necessários são a mochila para carregar as amostras, sacos plásticos e papel paraenvolver as amostras , uma caderneta para fazer as anotações de campo; e um canivete, útil para testar adureza <strong>do</strong>s minerais.O áci<strong>do</strong> clorídrico diluí<strong>do</strong> ajuda a identificar as rochas calcárias e os <strong>do</strong>lomitos.47


Como guardar e expor a sua coleçãoExponha sua coleção da maneira que achar melhor.Deixe para baixo e para trás as faces menos bonitas dapeça e aquela onde se pretende pintar o número deidentificação. Manuseie os minerais com cuida<strong>do</strong> nãopermitin<strong>do</strong> que haja atrito entre as peças, principalmentese os mesmos apresentam durezas muito diferentes.Registre todas as amostras da coleção. Faça uma fichapara cada amostra, escreva este número e, após ele,o nome <strong>do</strong> mineral com as principais características,a procedência, o nome de quem a coletou, <strong>do</strong>ouou vendeu e a data em que a peça foi incorporada àcoleção.Como selecio<strong>na</strong>r os mineraisUm mineral pequeno ou de pouca beleza é melhor <strong>do</strong> que<strong>na</strong>da quan<strong>do</strong> não se tem nenhum daquela espécie.Os cristais podem valer mais pela beleza e perfeição <strong>do</strong> que pelo tamanho e semprevalem mais quan<strong>do</strong> estão <strong>na</strong> matriz, isso é, engasta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> rocha em que se formaram.Você pode colecio<strong>na</strong>r só pedras brutas, mas não menospreze as lapidadas.Um mineral lapida<strong>do</strong> e um no esta<strong>do</strong> bruto da mesma espécie formam um conjuntode grande valor didático.número:nome:localidade:coletor:data:observações:Procure conhecer as principais propriedades físicas usadas <strong>na</strong> identificação <strong>do</strong>s minerais, como dureza,densidade, brilho, cor, formato <strong>do</strong>s cristais, clivagem, etc. Nos manuais e dicionários de Mineralogia,veja quais dessas propriedades são importantes <strong>na</strong> identificação de cada mineral.48


Referências Bibliográficashttp://www.igm.pthttp://skywalker.cochise.eduhttp://www.bibvirt.futuro.usp.brhttp://www.unb.br/http://pubs.usgs.govhttp://www.rocksforkids.comhttp://mineral.galleries.com/49


SÉRIE <strong>Geologia</strong> <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>caderno 4

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